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Campeonato Brasileiro

- Publicada em 11 de Dezembro de 2016 às 23:08

Um gigante na Série B

Colorados choram após o time empatar a partida com o Fluminense

Colorados choram após o time empatar a partida com o Fluminense


FABIO MOTTA/ESTADÃO/JC
Foram nada menos que 46 anos consecutivos na primeira divisão do Campeonato Brasileiro. Parte de um seleto grupo, o Inter alinhava-se ao lado de Santos, Cruzeiro, São Paulo e Flamengo entre as equipes que disputaram todas as edições, sem nunca visitarem a área sombria da Série B. Mas mesmo os gigantes caem, e a má jornada colorada em 2016 chegou ao fim com o mais triste momento de sua história vencedora. Precisando de ajuda de outros resultados, o Inter foi incapaz de ajudar a si mesmo, e o empate em 1 a 1 contra o Fluminense, no Rio de Janeiro, acabou dando o toque final de melancolia em uma jornada que, há muito tempo, apontava para a desgraça. 
Foram nada menos que 46 anos consecutivos na primeira divisão do Campeonato Brasileiro. Parte de um seleto grupo, o Inter alinhava-se ao lado de Santos, Cruzeiro, São Paulo e Flamengo entre as equipes que disputaram todas as edições, sem nunca visitarem a área sombria da Série B. Mas mesmo os gigantes caem, e a má jornada colorada em 2016 chegou ao fim com o mais triste momento de sua história vencedora. Precisando de ajuda de outros resultados, o Inter foi incapaz de ajudar a si mesmo, e o empate em 1 a 1 contra o Fluminense, no Rio de Janeiro, acabou dando o toque final de melancolia em uma jornada que, há muito tempo, apontava para a desgraça. 
Após uma emocionante homenagem à Chapecoense no minuto de silêncio, a partida começou em alta voltagem, com o Inter tomando conta das ações. Enquanto os atletas tentavam criar chances dentro de campo, a torcida grudava os ouvidos no rádio, torcendo pelo Figueirense contra o Sport, em jogo que começou com cinco minutos de atraso. Vitória x Palmeiras também despertava algum interesse, mas só uma goleada do Verdão poderia dar alguma esperança ao Inter.
Depois de alguns minutos, o Fluminense equilibrou as ações, e a partida encheu-se de nervosismo. Jogando com liberdade, Gustavo Scarpa criava as situações mais perigosas contra o Inter, enquanto o time gaúcho trocava poucos passes e sofria para concluir a gol. Após várias escapadas do time da casa, a situação ganhou ares de pesadelo aos 42 minutos: em um lance duvidoso, Heber Roberto Lopes marcou pênalti para os donos da casa. Na cobrança, porém, o alívio: Danilo Fernandes pegou no canto direito e manteve o placar fechado, dando algum alento aos colorados para a segunda etapa.
No intervalo, o goleiro Júlio César deixou o gramado, após sentir dores durante o aquecimento. Seu substituto, Marcos Felipe, fazia sua estreia no profissional. Mas nem essa mudança fez com que o Inter chutasse mais a gol. Logo de início, Wellington teve grande chance de fazer o primeiro do Fluminense, mas concluiu mal. O ânimo colorado, que já era oscilante, arrefeceu mais ainda com o gol do Sport, marcado por Rogério logo no começo do segundo tempo. Ouvindo o deboche do torcedor carioca nas arquibancadas, o Inter caminhava em campo, e sofria riscos em quase todas as estocadas do Fluminense.
Lisca mudou peças, mas sem efeito. Enquanto a bola se arrastava no feio gramado do Giulite Coutinho, os minutos se arrastavam rumo a um destino há muito desenhado. Aos 27 da etapa final, o golpe de misericórdia: após jogada pela esquerda, Douglas chutou cruzado e marcou o gol do Fluminense. 
No apagar das luzes, Gustavo Ferrareis evitou o constrangimento da derrota, chutando de fora da área para empatar. Mas era muito pouco, e tarde demais - o que se manifestou na reação do próprio atleta, que interrompeu pela metade a comemoração. Os resultados de Sport e Vitória, a essa altura, em nada influenciavam: por seus próprios deméritos, o Inter vai passar 2017 na Segunda Divisão.
Fluminense 1 x 1 Internacional
Júlio César (Marcos Felipe); Wellington Silva, Ygor Nogueira, Henrique e William Matheus; Edson, Douglas e Gustavo Scarpa; Wellington, Richarlison (Marcos Junior) e Henrique Dourado (Pedro). Técnico: Marcão.
Danilo Fernandes; William, Paulão, Ernando e Alex (Andrigo); Anselmo, Rodrigo Dourado, Valdívia (Gustavo Ferrareis) e Anderson; Nico López e Vitinho (Ariel). Técnico: Lisca.
Árbitro: Rodolpho Toski Marques (PR)

'Pelo visto, errei muito', afirma Piffero

As declarações coloradas pós-jogo misturaram pedidos de desculpas à torcida com um certo tom de aceitação. "Estamos sentindo toda a vergonha do mundo, ninguém esperava viver isso aqui", disse o meia Alex, que ontem jogou como lateral. "A gente foi bem medíocre e fez por merecer isso aí."
Os dirigentes, por sua vez, procuraram assumir a responsabilidade pelo fracasso. "Não vou fugir da minha responsabilidade", acentuou o vice de futebol do Inter, Fernando Carvalho. "É uma situação muito difícil, mesmo os mais experientes acabam se abalando. Eu mesmo fiquei abatido em algum momento", falou.
O presidente Vitório Piffero seguiu a mesma linha. "Pelo visto, errei muito. Pelo futebol que apresentamos, merecemos esse resultado. Mas tenho confiança que unidos, nós voltaremos à Série A", disse. Ele também deu a entender que o Inter não vai recorrer da decisão do STJD, que não apresentou denúncia sobre suposto problema de inscrição envolvendo Victor Ramos, do Vitória. "Temos regras que todos cumprem, e os prejudicados têm direito de buscar a Justiça Desportiva. Me parece que não existe recurso jurídico para a decisão. Então, vamos jogar a Série B."
Agora, a prioridade é a transição do poder no clube. No sábado, Marcelo Medeiros foi eleito presidente para o biênio 2017/2018 com 12.134 dos 12.800 votos válidos, somando 94% dos eleitores. Candidato da situação, Pedro Affatato fez apenas 666. A tendência é que hoje Medeiros anuncie Antônio Carlos Zago, do Juventude, como o novo técnico.