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EMPREGO

- Publicada em 29 de Dezembro de 2016 às 19:55

Desemprego atinge 12,1 milhões de pessoas

No período de um ano, 702 mil postos de trabalho foram cortados na construção civil

No período de um ano, 702 mil postos de trabalho foram cortados na construção civil


ANTONIO PAZ/ARQUIVO/JC
O mercado de trabalho no Brasil voltou a dar sinais de deterioração na reta final de 2016, período em que historicamente o desemprego dá uma trégua. O País alcançou um contingente recorde de 12,132 milhões de desempregados no trimestre encerrado em novembro, e a taxa de desemprego avançou a 11,9%, também a mais alta da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O mercado de trabalho no Brasil voltou a dar sinais de deterioração na reta final de 2016, período em que historicamente o desemprego dá uma trégua. O País alcançou um contingente recorde de 12,132 milhões de desempregados no trimestre encerrado em novembro, e a taxa de desemprego avançou a 11,9%, também a mais alta da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Há 3,018 milhões de pessoas a mais em busca de uma vaga, um salto de 33,1% em relação a um ano antes. Ao mesmo tempo, foram fechados 1,941 milhão de postos de trabalho. A taxa de desemprego só não foi mais elevada porque 967 mil brasileiros migraram para a inatividade no período, parte deles por desalento, após tentativa frustrada de se inserir no mercado de trabalho.
A renda média de quem permaneceu empregado e a massa de salários paga aos trabalhadores mantiveram a tendência de queda, o que estimula novos cortes de vagas em áreas como a construção, comércio e serviços domésticos. A construção extinguiu 702 mil postos de trabalho em um ano, e o comércio dispensou 178 mil empregados.
"Com o cenário de recessão no País e a política econômica no sentido de reduzir o poder de compra da população, as pessoas não vão investir na construção. Não é só comprar apartamento, é fazer uma obra, reformar a casa, pintar a parede, consertar uma porta. As pessoas não vão fazer isso", disse Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.
Nos serviços domésticos, 194 mil empregados foram dispensados. "Se a população tem o poder de compra menor, com essa perda de renda efetiva, uma das primeiras coisas que ela vai fazer é abrir mão do empregado doméstico", explicou o coordenador do IBGE.
Em meio à persistência da crise na produção, a indústria permanece na liderança dos cortes, com 1,026 milhão de ocupados a menos no período de um ano. As demissões atingem não apenas os trabalhadores diretos, mas também os indiretos e terceirizados. O setor de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas - que inclui alguns serviços prestados à indústria - registrou um corte de 256 mil vagas.
Faltando apenas o mês de dezembro para ser incorporado aos números do IBGE, a taxa de desemprego média no ano está em torno de 11%, ante os 8,5% registrados em 2015.
Descontado o efeito sazonal, a população ocupada subiu 0,07% em novembro ante outubro, elevação que não ocorria desde fevereiro, calculou Cosmo Donato, economista da consultoria LCA. "Isso mostra algum alento na busca de emprego, que pode estar ocorrendo por causa de uma avaliação geral de que as condições do nível de atividade não estão tão negativas quanto no passado recente", opinou Donato.
No entanto, o avanço não pode ser considerado tendência, dado que o movimento de recuperação da economia é lento e demora a gerar efeitos positivos no mercado de trabalho. A LCA prevê que o Produto Interno Bruto avance 0,9% no próximo ano, depois de recuar 3,5% em 2016. "Neste contexto, a taxa de desemprego deve fechar 2016 perto de 11,9% e aumentará em 2017, quando encerrará o ano em 12,9%", estimou Donato.
Em balanço de final de ano, o presidente Michel Temer (PMDB) afirmou nesta quinta-feira que o aumento do desemprego no País "preocupa enormemente" o governo federal, mas projetou que a taxa de demissão deve começar a cair a partir do segundo semestre do ano que vem.
Segundo ele, a "angústia do desemprego" perturba todas as pessoas e cria um "sentimento de instabilidade no País", mas que deverá ser superado com as medidas econômicas propostas pelo governo federal.
"Será um tema que começará a ser consolidado e efetivado, pelas projeções da equipe econômica, a partir do segundo semestre, quando é provável que venha a cair a partir das medidas que temos tomado", disse o presidente.

Rio Grande do Sul tem saldo positivo de vagas em novembro

O Rio Grande do Sul foi o estado que mais gerou empregos formais em novembro, apontam dados do Cadastro-Geral de Empregados e Desempregados (Caged) anunciados nesta quinta-feira pelo Ministério do Trabalho. No mês, as empresas do Estado contrataram 80.447 trabalhadores e dispensaram 79.256, com um saldo positivo de 1.191 vagas (alta de 0,05% em relação a outubro). Foi o segundo mês seguido de saldo positivo. Em outubro, o Estado já havia registrado 2.386 mais contratações do que demissões.
A agropecuária foi o setor com melhor desempenho relativo em novembro: aumento de 3,34% no número de empregos formais. Em termos absolutos, o comércio gerou maior número de empregos, com saldo positivo de 3.722 postos de trabalho, um aumento de 0,62%. A administração pública, com 0,03%, veio a seguir. O setor de extrativismo mineral teve o pior desempenho: redução de 2,51% no total de empregos em relação ao mês anterior.
Houve alta no número de vagas em novembro em 35 dos 71 municípios gaúchos com mais de 30 mil habitantes. O destaque foi Cruz Alta, que teve 1.624 contratações a mais do que as demissões feitas pelas empresas do município, com balanço positivo de 14,37% no total de vagas de empregos em relação a outubro.
Os dados nacionais do Caged mostram que o mercado de trabalho perdeu 116.747 vagas com carteira assinada em novembro. O desempenho é resultado de 1.103.767 admissões contra 1.220.514 demissões ocorridas durante o mês. Este saldo negativo em novembro provocou uma queda de 0,3% no estoque de empregos em comparação ao mês anterior. No mesmo mês de 2015, a queda havia sido ainda maior, com 130.629 vagas formais a menos. No período dos últimos 12 meses, o estoque de empregos formais passou de 40,3 milhões para 38,8 milhões, uma queda de 3,65%.
Apenas o comércio teve desempenho positivo em novembro. Houve acréscimo de 58.961 vagas, o que representa alta de 0,66%, puxada principalmente pelo ramo varejista, que abriu 57.528 postos.
Entre os setores com resultado negativo, destacaram-se indústria de transformação (-51.859 postos), construção civil (-50.891), serviços (-37.959) e agricultura (-26.097). Na indústria, a queda ocorreu principalmente nos ramos de produtos farmacêuticos (-12.211), alimentícios (-8.442), têxteis (-6.472) e de calçados (-4.033). Já a agricultura foi influenciada por fatores sazonais, com destaque para o setor de cultivo de cana-de-açúcar em São Paulo, que, sozinho, fechou 4.478 postos.