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Economia

- Publicada em 22 de Dezembro de 2016 às 19:24

Banco Central irá regular prazo máximo de 30 dias para rotativo do cartão

Emissores de cartões de crédito terão 90 dias para se adequar às novas regras

Emissores de cartões de crédito terão 90 dias para se adequar às novas regras


JC
O cliente que entrar no rotativo do cartão de crédito poderá ficar nessa modalidade de crédito, a que possui as taxas de juros mais elevadas, por, no máximo, 30 dias. Se não liquidar a dívida, automaticamente será destinado a uma opção de parcelamento que tende a ter um custo menor. A medida foi anunciada pelo presidente Michel Temer nesta quinta-feira. As regras devem ser divulgadas pelo Banco Central (BC) em breve, e os emissores desses plásticos terão 90 dias para se adequar às novas regras, segundo afirmou Marcelo Noronha, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Cartões (Abecs).
O cliente que entrar no rotativo do cartão de crédito poderá ficar nessa modalidade de crédito, a que possui as taxas de juros mais elevadas, por, no máximo, 30 dias. Se não liquidar a dívida, automaticamente será destinado a uma opção de parcelamento que tende a ter um custo menor. A medida foi anunciada pelo presidente Michel Temer nesta quinta-feira. As regras devem ser divulgadas pelo Banco Central (BC) em breve, e os emissores desses plásticos terão 90 dias para se adequar às novas regras, segundo afirmou Marcelo Noronha, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Cartões (Abecs).
A prática de oferecer o parcelamento já é largamente utilizada pelos bancos. A diferença é que isso agora será compulsório caso o cliente fique mais de 30 dias no rotativo, que é quando o cliente não paga o valor total da fatura no dia do vencimento e precisa arcar com o custo dessa rolagem a um juro que é de 457,8% ao ano, segundo o BC.
"Quando tem um valor no rotativo e a gente parcela em um prazo mais elástico, a gente reduz o comprometimento da renda do consumidor e, com isso, reduz a inadimplência, o que ajuda a convergir a taxa de juros para patamares mais baixos. Essa é a lógica desse modelo. Vários bancos emissores já oferecem esse parcelamento. O que muda agora é que a oferta terá que ser feita por todas", disse Noronha.
De fato, todos os grandes emissores de cartões, que são os bancos de varejo, já oferecem essa opção. Os juros cobrados em parcelamentos no cartão são mais baixos que o rotativo. Atualmente, estão em 156,1% ao ano. Na maior parte dos casos, o parcelamento oferecido é em até 24 meses, mas os prazos mínimos e máximos e como será esse parcelamento automático vão depender das normas que serão divulgadas pelo BC.
Segundo Noronha, essa alternativa foi negociada com o Banco Central e já estava na pauta da Abecs. No entanto, ele preferiu não fixar o potencial de redução dos juros e da inadimplência com a medida nem o prazo para que essa queda aconteça. O presidente Michel Temer afirmou que, no primeiro trimestre, o juro do cartão já seria muito inferior à metade do praticado atualmente.
Na lógica da Abecs, o parcelamento é positivo para o sistema porque, ao alongar o prazo da dívida, a fatura passa a caber no bolso, e o cliente tem mais condições de pagar. No rotativo, a inadimplência está em 36,1% e, no cartão parcelado, em 15,7%.
Os bancos possuem gordura para queimar nas taxas cobradas nos cartões de crédito, mas os analistas veem pouca viabilidade técnica para que isso aconteça no curto prazo.
"Há gordura para queimar, porque os juros são de mais de 10% ao mês e mais de 400% no ano. Isso é escandaloso. Mas, do ponto de vista técnico, a Selic teria que cair muito, o que é impossível no curto prazo. Outro ponto é a inadimplência, que também teria que cair de forma agressiva", avaliou Luis Miguel Santacreu, analista do setor bancário da Austin Rating.
Segundo o analista, a inadimplência no rotativo é elevada porque, além de ser uma linha sem garantia (a pessoa não vai perder nenhum bem se deixar de pagar), os juros são elevados. "A inadimplência alta é estimulada pelos juros elevados. Os bancos poderiam reduzir o spread, mas justificam que é uma operação sem garantia, diferente de um financiamento de imóvel ou veículo", afirmou.
Em sua avaliação, tentar baixar o juro do cartão de crédito é uma das únicas formas do governo de estimular o consumo, porque é um instrumento popularizado no País e voltado para o curto prazo. Linhas de mais longo prazo, como empréstimo para a compra de veículos ou imóveis, mas essas necessitam da redução do desemprego e de melhor atividade econômica.
 
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