O dólar seguiu em queda durante toda a tarde de ontem, em meio a poucos negócios, uma vez que houve concentração de operações no período da manhã. O recuo da divisa norte-americana, pelo terceiro dia seguido, foi determinado, em parte, por novos ingressos de fluxo financeiro para pagamentos de ações adquiridas por estrangeiros na operação de re-IPO da Sanepar, cuja data de liquidação será nesta sexta-feira, dia 23, segundo identificou a Correparti. Pesaram também o Índice Nacional de Preços ao Consumidor - 15 (IPCA-15), mais baixo que o esperado, e a queda externa do dólar, afirmaram profissionais do mercado.
O dólar à vista fechou a sessão de ontem em queda de 0,50%, aos R$ 3,3296, com giro de cerca de US$ 1,297 bilhão. O dólar futuro negociado para o mês de janeiro encerrou em baixa de 0,71%, aos R$ 3,3360, com volume financeiro movimentado de cerca de US$ 10,605 bilhões.
Após o IPCA-15 mais fraco que o esperado, cresceram expectativas de aceleração de cortes da Selic a partir de janeiro, além de uma melhora da economia doméstica, disse o economista-chefe da Guide Investimentos, Ignácio Crespo. Para ele, a inflação mais modesta pôs em segundo plano a derrota sofrida na terça-feira pelo governo com a aprovação do texto da renegociação da dívida dos estados na Câmara do Deputados por 296 votos a 12, sem as contrapartidas.
Crespo acrescentou que graças ao IPCA-15 houve nova queda também da percepção de risco do Brasil, pelo quinto dia seguido. Por volta das 15h30min, o risco país brasileiro, medido pelo contrato de Credit Default Swap (CDS) de cinco anos, estava em 283 pontos, ante 284 pontos na terça-feira, após registrar mínima intraday nesta quarta-feira, aos 282 pontos.
Houve ainda influências do exterior. Lá fora, o dólar caiu ante divisas principais e algumas emergentes nesta quarta-feira, reagindo a uma realização de lucros após a renovação de recordes de alta em 14 anos registrada na terça-feira.