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Economia

- Publicada em 15 de Dezembro de 2016 às 15:03

Resgate do Monte dei Paschi não deve resolver problemas do setor na Itália

Agência Estado
Uma nacionalização do Banca Monte dei Paschi di Siena parece cada vez mais provável. Porém o resgate do banco, que pode ocorrer na próxima semana, fará pouco para resolver os problemas mais amplos do sistema bancário da Itália.
Uma nacionalização do Banca Monte dei Paschi di Siena parece cada vez mais provável. Porém o resgate do banco, que pode ocorrer na próxima semana, fará pouco para resolver os problemas mais amplos do sistema bancário da Itália.
Algumas pessoas pedem que o governo de Roma aproveite o momento para iniciar uma limpeza mais ampla no sistema bancário, que tem 360 bilhões de euros em empréstimos inadimplentes e é o menos rentável da Europa. "Os problemas de certos bancos podem ser resolvidos", disse Giovanni Bossi, executivo-chefe do Banca Ifis. "Mas é necessária uma reforma completa do modelo de negócio dos bancos italianos."
Com a exceção de algum apoio possível de alguns bancos pequenos, mas gravemente com problemas, uma intervenção ampla no setor é improvável. Para sobreviver, o Monte dei Paschi faz um esforço de última hora para levantar 5 bilhões de euros até o fim deste ano. Para isso, planeja lançar um programa de troca de dívida por ações e de venda de papéis nesta semana, segundo pessoas familiarizadas com o assunto. As duas transações devem durar apenas alguns dias, disseram as fontes.
Caso o banco não consiga levantar o dinheiro necessário com investidores privados, o governo italiano intervirá para salvar o banco, disse uma autoridade do Tesouro italiano nesta semana. Mas, segundo as regras europeias, este resgate ou qualquer esforço mais abrangente para estimular o sistema bancário local não pode ocorrer sem a imposição de perdas para os acionistas e alguns detentores de bônus. Essa opção não agrada nenhum governo na Itália, onde cerca de 30 bilhões de euros entre os bônus mais arriscados estão nas mãos de pequenos investidores.
A perspectiva de eleições na Itália no ano que vem e o avanço dos partidos populistas dispostos a se opor a qualquer tentativa de ajudar os bancos de maneira dura para além do Monte dei Paschi neste momento, incluindo o governo interino da Itália.
Os bancos italianos enfrentam problemas em várias frentes. A economia italiana não deve crescer mais de 1% nos próximos anos, enquanto o modelo muito tradicional dos bancos do país oferece pouca alternativa para as instituições escaparem da fraqueza imposta pelos juros baixos em boa parte do setor financeiro europeu. Ao mesmo tempo, os custos seguem altos. Os bancos italianos, que empregam 350 mil pessoas, destinam 64% de sua receita para despesas operacionais, enquanto em comparação na Espanha os bancos gastam 50% e na Grécia, 60%.
Nesse quadro, o retorno dos bancos italianos por ações, uma medida de sua lucratividade, ficou em 4,8% no ano passado, enquanto na Irlanda ele está em 14% e na França, em 8,3%. Ao mesmo tempo, os empréstimos inadimplentes continuam a aumentar, conforme mais companhias decretam default no país. Segundo a Autoridade Bancária Europeia, mais de 16% de todos os empréstimos na Itália estão inadimplentes, o triplo da média da UE. 
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