Bolsas da Europa operam em alta, em manhã positiva para bancos da Itália

Os principais mercados acionários da Europa sobem na manhã desta terça-feira (13), com os investidores animados com o setor bancário, sobretudo na Itália, e já na expectativa pela decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). Além disso, os investidores analisam dados divulgados mais cedo, bem como um relatório da Agência Internacional de Energia (AIE) sobre o mercado de petróleo.

O setor bancário italiano, que tem estado em foco nas últimas semanas, tem uma manhã positiva. O papel do UniCredit subia 7,34%, após o banco anunciar medidas para melhorar seu balanço, o que agradou os investidores. A notícia ajudava os bancos italianos em geral, com Intesa Sanpaolo em alta de 1,54%. O papel do Monte dei Paschi subia 1,88%, mesmo em meio a dúvidas sobre a situação dessa instituição.

O Monte dei Paschi busca levantar capital com investidores rapidamente, ou pode ter de receber ajuda oficial. Os sinais de que o governo de Roma deve socorrer o banco, se preciso, também agradaram o mercado, bem como a nova composição do governo da Itália, agora comandado pelo ex-ministro das Relações Exteriores Paolo Gentiloni. Após ser apontado pelo presidente para formar governo, Gentiloni foi rápido para anunciar seu gabinete, com poucas mudanças, e abaixou a temperatura política no país. Agora, Gentiloni terá de obter o voto de confiança do Parlamento para comandar a administração, após a renúncia do premiê Matteo Renzi.

O setor bancário europeu em geral tinha uma manhã positiva. A ação do Deutsche Bank subia 2,64% em Frankfurt, Royal Bank of Scotland ganhava 0,33% em Londres e, em Madri, Santander avançava 0,94%.

Além disso, a agenda trouxe vários dados divulgados mais cedo na Europa. O índice ZEW de expectativas econômicas ficou estável em 13,8 na Alemanha para dezembro, ante previsão de 14,8 dos analistas ouvidos pelo Wall Street Journal. Já o de condições atuais subiu de 58,8 em novembro para 63,5 em dezembro, ante expectativa de 59,2. Ainda na Alemanha, o CPI subiu 0,1% em novembro ante outubro e registrou alta de 0,8% na comparação anual. No Reino Unido, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,2% em novembro ante outubro e avançou 1,2% na comparação anual, ante previsão de +0,1% e +1,1%, respectivamente.

Dados positivos da China contribuem para o sentimento positivo hoje. A produção industrial acelerou levemente no país asiático em novembro, em alta de 6,2% na comparação anual, acima da previsão de +6,0% dos analistas. As vendas no varejo chinês subiram 10,8% em novembro na comparação anual, acima da previsão de 10,3%.

Em Paris, a AIE divulgou relatório sobre o mercado de petróleo. Por um lado, a entidade apontou que a produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) subiu ao nível recorde de 34,2 milhões de barris por dia em novembro. A AIE também disse, porém, que o mercado da commodity deve ficar mais equilibrado no primeiro semestre de 2017, caso a Opep e seus aliados atuem como combinado para reduzir a oferta.

O petróleo não mostrava muita força, mas operava em território positivo, por volta das 8h40 (de Brasília). Entre as petroleiras, a ação da Total subia 0,10% em Paris e Eni tinha alta de 0,47% em Milão, porém BP recuava 0,49% em Londres.

Investidores também se posicionam para a decisão do Fed, após o fechamento dos mercados europeus na quarta-feira. Há ampla expectativa de que o BC dos EUA eleve os juros, mas investidores aguardam para ter mais pistas sobre a trajetória dos juros ao longo de 2017.

Às 8h50min (de Brasília), a Bolsa de Londres subia 0,17%, Frankfurt avançava 0,77% e Paris tinha alta de 0,69%. Milão se destacava e subia 1,63%, com a ajuda do setor bancário, Madri tinha ganhos de 1,04% e Lisboa, de 0,06%. No câmbio, o euro caía a US$ 1,0613 e a libra avançava a US$ 1,2711.