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Economia

- Publicada em 12 de Dezembro de 2016 às 16:59

Após demissões na Ecovix, lideranças recorrem ao governo federal para salvar polo naval

Reunião na prefeitura de Rio Grande busca reverter demissões em estaleiro da Ecovix

Reunião na prefeitura de Rio Grande busca reverter demissões em estaleiro da Ecovix


Marcos Jatahy/Prefeitura de Rio Grande/Divulgação/JC
Atualizada às 18h55min
Atualizada às 18h55min
A prefeitura de Rio Grande anunciou nesta segunda-feira (12) que buscará apoio junto a lideranças estaduais e Brasília para manter a indústria naval na cidade. Um reunião realizada nesta manhã traçou estratégias para enfrentar o anúncio da demissão de 3,2 mil trabalhadores da Ecovix, contratada pela Petrobras para a construção do casco da Plataforma P-68, que foi levado do estaleiro na última semana.
Em nota, a prefeitura afirmou que irá articular uma mobilização para reuniões, nos próximos dias, com a Secretaria-Geral da Presidência da República, governo do Estado, bancada gaúcha na Câmara dos Deputados e Senado Federal, Sindicato Nacional dos Metalúrgicos da Indústria Naval (Sinaval) e Ministério de Minas e Energias. Nas reuniões, as comitivas de lideranças da região Sul gaúcha entregarão um documento assinado com reivindicações em prol da manutenção do setor naval na região.
Além da carta-documento, os envolvidos na pauta também demandarão junto ao Governo Federal para que se mantenham nos estaleiros de Rio Grande e São José do Norte as construções dos cascos, cujos contratos estão sendo rompidos pela Petrobras. Outra articulação será a de que não haja redução do conteúdo nacional no setor, o que enviaria para fora do País as encomendas, em vez de priorizar novas licitações para contratos nos estaleiros da região.
Conforme o prefeito de Rio Grande, Alexandre Lindenmeyer (PT), a situação do setor é delicada e preocupante. "Ao longo de muitos anos, Rio Grande e São José do Norte se prepararam para recepcionar o setor naval. Nossas cidades investiram na qualificação da mão de obra para dar conta de recepcionar as demandas que o setor traria, e trouxe. Atraídos pelo polo naval, a região recebeu muitos outros empreendimentos, que contribuíram sobremaneira para o desenvolvimento da nossa região", afirmou o prefeito.
Durante a reunião, o Sindicato dos Metalúrgicos de Rio Grande anunciou que conseguiu negociar com a Ecovix e Petrobras o pagamento aos trabalhadores desligados de quatro meses de plano de saúde e três meses de vale-refeição, que serão recebidos junto com o valor da rescisão, a ser paga na próxima segunda-feira (19). O sindicato também disse que assegurou com as empresas as despesas de passagens de retorno para a cidade de origem aos trabalhadores cujos contratos foram rescindidos.
Impactada pelas investigações da Operação Lava Jato sobre corrupção na Petrobras, com envolvimento de políticos e integrantes do governo federal e empresas, a Ecovix estaria em vias de pedir recuperação judicial. Em nota divulgada nesta tarde, a Ecovix confirma o acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do Rio Grande, aprovado pela assembleia de trabalhadores. A empresa disse ainda manter os esforços para buscar uma solução para o estaleiro. "A Ecovix está em forte processo de reestruturação financeira e operacional e busca alternativas para retomada da sua operação no futuro", afirma o texto.
Estiveram presentes na reunião desta segunda-feira na prefeitura, além do prefeito, representantes da Associação de Prefeitos da Zona Sul (AzonaSul), do APL Polo Naval, da Federasul, da Câmara do Comércio, da Câmara de Vereadores, do estaleiro EBR, da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) do Rio Grande, da prefeitura de São José do Norte, da Câmara de Deputados, da Furg e do Sindicato dos Metalúrgicos de Rio Grande.

Petrobras diz que Ecovix entregou parte de encomendas

No fim da tarde desta segunda, a Petrobras se manifestou em nota. A assessoria de imprensa informou que a estatal contratou a Ecovix em 2010, para a construção de oito cascos para o projeto Replicantes. Passados seis anos, a empresa alega que a contratada entregou três unidades e outras duas estão em fabricação na China. Os demais cascos não foram concluídos, diz a nota.
A estatal declara ainda que fez negociações com a fornecedora para concluir os contratos. "Devido à grave situação financeira enfrentada pela Ecovix, e a situação deficitária dos contratos, a negociação culminou com um distrato amigável", informa a nota. "Esclarecemos que a Petrobras e suas sócias no empreendimento sempre cumpriram com suas obrigações contratuais não havendo qualquer pendência financeira com a Ecovix."
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