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Economia

- Publicada em 11 de Dezembro de 2016 às 10:34

BIS: mercado de derivativos do Brasil é resiliente

Estadão Conteúdo
O mercado de derivativos no Brasil ganhou um box no relatório que traz a Pesquisa Trienal do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês). De acordo com o documento, virtualmente sozinho entre economias emergentes, o Brasil possui um mercado de derivativos relativamente grande e bem desenvolvido, que negocia contratos de câmbio e de taxas de juros, além de instrumentos de ações e commodities. "Devido à sua profundidade e alto nível de desenvolvimento, o mercado brasileiro de derivativos tem sido inovador e resiliente ao estresse financeiro."
O mercado de derivativos no Brasil ganhou um box no relatório que traz a Pesquisa Trienal do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês). De acordo com o documento, virtualmente sozinho entre economias emergentes, o Brasil possui um mercado de derivativos relativamente grande e bem desenvolvido, que negocia contratos de câmbio e de taxas de juros, além de instrumentos de ações e commodities. "Devido à sua profundidade e alto nível de desenvolvimento, o mercado brasileiro de derivativos tem sido inovador e resiliente ao estresse financeiro."
O BIS explica que o mercado futuro de câmbio brasileiro, na realidade não "entrega", porque os contratos são liquidados em reais. A instituição salienta que uma "combinação particular de fatores" deu origem a um mercado de derivativos grande, onde as ações negociadas em bolsa predominam. "A instabilidade da economia brasileira criou uma forte demanda por instrumentos de hedge, contribuindo para o desenvolvimento de um grande mercado de derivativos." A instituição destaca o período de alta e volátil inflação, em particular no final dos anos 80 e começo dos 90, que levou a uma indexação generalizada da economia.
As taxas de juro reais voláteis demandavam, por sua vez, instrumentos para gerenciar a inflação e os riscos de taxa de juros. Na segunda metade da década de 90, após o Plano Real conseguir reduzir a inflação e estabilizar a taxa de câmbio, o setor privado fez maior uso de moeda estrangeira. A exposição resultante à dívida externa incentivou o uso de futuros de câmbio para hedge.
O BIS continua enfatizando que o quadro jurídico e regulamentar brasileiro impõe restrições ao comércio de balcão e que há barreiras também para a livre comercialização de moeda estrangeira. Entre outros pontos, cita que os bancos locais não estão autorizados a receber depósitos em moeda que não seja a local. Além disso, o real brasileiro não é totalmente conversível.
A instituição também comenta que, dada a alta liquidez, o mercado futuro de câmbio no Brasil é considerado mais desenvolvido que o mercado spot e que a ligação entre esses dois mercados é estabelecida através de contratos "sintéticos", operações conhecidas como "casado" ou "diferencial", que são usadas para fazer a correspondência entre as posições.
O box também lembra que o Brasil adotou o regime de câmbio flutuante em 1999 e cita as intervenções feitas pelo Banco Central no mercado por meio de operações de swap cambial. O instrumento, diz o documento, tem sido usado para lidar com a escassez de liquidez de dólares, como ocorreu, por exemplo, após a crise financeira de 2008 e 2009, e não mexe nas reservas internacionais.
Para o BIS, uma mostra de que o mercado brasileiro de derivativos tem sido inovador e resiliente é o fato de ter ajudado a evitar problemas de crise de crédito em vários episódios de turbulência financeira, incluindo a crise financeira da Ásia Oriental (1997), a moratória da dívida russa (1998), a adoção do regime de câmbio flutuante (1999), a moratória da Argentina (2001), a grande crise financeira (2007-09) e a recente crise fiscal e política no Brasil (2015). "O mercado fez isso fornecendo baixo custo e negócios transparentes e líquidos para uma ampla gama de clientes."
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