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Mercado de Capitais

- Publicada em 07 de Dezembro de 2016 às 19:53

Cenário é incerto com Trump, diz Edemir Pinto

Operações de IPOs em 2017 devem ficar entre 20 e 25, declarou Pinto

Operações de IPOs em 2017 devem ficar entre 20 e 25, declarou Pinto


EDUARDO ANIZELLI/FOLHAPRESS/JC
O presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto, afirmou que o mercado de capitais brasileiro continua tendo os fundamentos necessários para crescer, mas admitiu que fatores como a eleição de Donald Trump, nos Estados Unidos, e uma nova onda de instabilidade política interna podem fazer com que a retomada demore mais a acontecer.
O presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto, afirmou que o mercado de capitais brasileiro continua tendo os fundamentos necessários para crescer, mas admitiu que fatores como a eleição de Donald Trump, nos Estados Unidos, e uma nova onda de instabilidade política interna podem fazer com que a retomada demore mais a acontecer.
Segundo Pinto, as perspectivas de uma retomada de operações como as ofertas públicas iniciais de ações (IPOs) vinham lastreadas na percepção de um novo posicionamento mais conservador do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes) na concessão de financiamentos e da demanda de segmentos como construtoras e empresas do setor elétrico por recursos no médio e longo prazo.
O quadro classificado por Pinto como motivador antes da eleição do Trump passou a ser incerto, o que pode dificultar o aquecimento do mercado, em especial diante da forte participação do investidor estrangeiro no mercado brasileiro. "O mercado brasileiro ainda não é autossuficiente para poder financiar as empresas, então dependemos do investidor estrangeiro. A eleição do Trump deu uma abalada", disse, após participar de evento e comemoração dos 40 anos da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), no Rio de Janeiro.
Internamente, o presidente da BM&FBovespa destacou a volta da instabilidade em decorrência do abalo político com a delação da Odebrecht e o episódio envolvendo o presidente do Senado, Renan Calheiros. Apesar de afirmar que "o Brasil hoje está como nuvem, em que a cada momento em que se olha para o céu está de um jeito", Pinto diz que é possível que o mercado de capitais volte a crescer ainda em 2017 se as reformas estruturais - PEC do Teto e Previdência - andarem e houver tranquilidade política para recobrar a confiança do investidor estrangeiro.
"Os fundamentos de crescimento que nós temos no mercado brasileiro não vão desaparecer. O que pode acontecer é você levar um pouquinho mais de tempo para essa grande retomada do mercado", afirmou. Pinto chegou a estimar que, em 2017, o mercado possa voltar ao patamar médio de IPOs de 2005 a 2010, de 20 a 25 operações por ano.

Bolsa estará preparada para oferecer serviços de trading e pós-trading após fusão com Cetip

O presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto, afirmou que o processo relativo à fusão entre a companhia e a Cetip no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) corre dentro do normal e que a regulação brasileira está pronta para acomodar a concorrência nos mercados de trading (negociação) e pós-trading. "A bolsa está prontinha para também oferecer serviços aos mercado, tanto na questão de trading quanto das clearings", disse, afirmando que o serviço será ofertado a terceiros.
A prestação de serviços de clearing e de central depositária a terceiros deve ser um dos "remédios" a serem impostos pelo Cade para dar o sinal verde para a operação entre a BM&FBovespa e a Cetip. De acordo com Edemir, é preciso esperar apenas a migração do mercado de ações para a clearing única em desenvolvimento pela BM&FBovespa. Ela ocorrerá em 1 de março e será a segunda das quatro clearings da bolsa a ser integrada. A primeira foi a de derivativos, em agosto de 2014. Restarão ainda as clearings de câmbio e ativos, que o executivo espera ver integradas em um prazo mais curto.
Com a unificação do sistema, a BM&FBovespa calcula devolver entre R$ 15 bilhões e R$ 20 bilhões em garantias ao mercado. No caso dos derivativos, o valor chegou a R$ 25 bilhões. "A clearing única tem eficiência e chama risco líquido, então há devolução para o mercado. O sistema passa a ser inteligente porque olha o portfólio como um todo", explicou.