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Economia

- Publicada em 06 de Dezembro de 2016 às 15:22

IPO da JBS Foods deverá acelerar redução da dívida da controladora, diz Wesley

Agência Estado
O lançamento de ações da empresa JBS Foods International nos Estados Unidos deverá impulsionar a desalavancagem da sua controladora no Brasil, a JBS SA, afirmou o CEO da companhia, Wesley Batista, nesta terça-feira, 6, em teleconferência com analistas. A conversa foi agendada para comentar o anuncio feito na segunda-feira à noite, após o fechamento do mercado. Segundo Batista, com o novo plano, a companhia deve ter melhor acesso ao mercado de equity e de dívidas.
O lançamento de ações da empresa JBS Foods International nos Estados Unidos deverá impulsionar a desalavancagem da sua controladora no Brasil, a JBS SA, afirmou o CEO da companhia, Wesley Batista, nesta terça-feira, 6, em teleconferência com analistas. A conversa foi agendada para comentar o anuncio feito na segunda-feira à noite, após o fechamento do mercado. Segundo Batista, com o novo plano, a companhia deve ter melhor acesso ao mercado de equity e de dívidas.
A empresa pretende mover todos os seus bonds da JBS SA para a JBS Foods International, para que a alavancagem esteja em linha entre as companhias e também com o mercado. "Estamos confiantes no movimento e na velocidade que a companhia fará essa desalavancagem, o IPO traz um benefício adicional para isso", disse. Ele afirmou ainda que 100% do equity levantado no IPO será utilizado para reduzir dívidas existentes. "A ideia é que a alavancagem das empresas esteja balanceada pós-IPO."
A alavancagem da JBS ficou em 4,32 vezes ao final de setembro, ante o registrado no segundo trimestre deste ano, de 4,10 vezes. A JBS encerrou o terceiro trimestre com uma dívida líquida de R$ 48,855 bilhões.
Segundo a empresa, o conselho de administração aprovou por unanimidade que seja feito o protocolo na SEC (órgão equivalente à CVM nos EUA) para a oferta pública inicial de ações na Bolsa de Nova York. A ideia é concluir a oferta ao longo do primeiro semestre de 2017.
Este lançamento foi a alternativa encontrada pela JBS para buscar valores, após o veto do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) à reestruturação societária anunciada em maio deste ano, que envolveria a criação da JBSFI e que seria listada na Nyse e na BM&FBovespa.
A JBSFI deverá ser detentora de todos os negócios internacionais da JBS e da Seara. Wesley Batista será presidente do conselho da JBSFI. O colegiado será composto por nove membros, com maioria independente. Gilberto Tomazoni, que tem cargos importantes na JBS há quatro anos, será o CEO da empresa, enquanto Russ Colaco será o CFO. A JBS espera concluir o IPO ao longo do primeiro semestre de 2017. Os detalhes da operação ainda não foram definidos. A JBS SA, no Brasil, ficará com todo o negócio de carne bovina, couro e correlatos.
"É um caminho que tem excelentes méritos que possibilita a companhia a captar os benefícios da reestruturação anterior e com uma estrutura mais simples. Estamos confiantes de que isso refletirá o valor da empresa", afirmou o executivo. Ao todo, o conselho da JBS Foods International contará com nove pessoas, a maioria de conselheiros independentes, seguindo os modelos norte-americanos com comitês como de auditoria e de remuneração, entre outros.
O posicionamento do BNDESPar, braço de participações do BNDES que tem um assento no conselho de administração da JBS e 20,36% do capital da companhia, foi bastante questionado pelos analistas durante a teleconferência, mesmo sem o banco possuir o poder de veto neste tipo de transação.
"O que eu posso dizer é que não faz parte do acordo de acionista que a companhia submeta ao BNDES para aprovação. O BNDES tem membro no conselho e (o IPO) foi aprovado por unanimidade. Entendo que o banco viu essa estrutura com bons olhos, mas esse é meu entendimento, não posso falar por ele", resumiu Batista.
Na época do veto à reestruturação, o estatal alegou que a previsão de transferência da propriedade de ativos, que representariam aproximadamente 85% da geração do caixa operacional da JBS para uma companhia estrangeira, implicaria na desnacionalização da empresa e alteraria substancialmente os direitos e deveres conferidos a todos os acionistas.
O antigo plano previa também uma listagem na Bolsa de Nova York (Nyse) e na BM&FBovespa, por meio do programa de Brazilian Depositary Receipts (BDR). No entanto, Batista afirmou que, agora, nesta nova proposta, a companhia não deve entrar no programa de BDR. "Nesse momento não temos intenção disso", afirmou.
Outra mudança em relação ao plano antigo foi a sede da JBS Foods International, que passou da Irlanda para Holanda. "No movimento anterior, a companhia faria uma redução de capital e aquela estrutura funcionava bem. Nessa estrutura não funcionaria", disse o executivo. Segundo ele, a sede holandesa atende melhor ao desenho atual, embora, do ponto de vista de benefício fiscal, não traga nenhum adicional em relação ao que é visto hoje na JBS SA.
O CEO lembrou ainda da história da empresa, que foi a primeira de carne bovinas a abrir capital no Brasil em março de 2007, quando ainda contava apenas com uma pequena operação internacional na Argentina, fora as atividades no Brasil. Batista afirmou que, como consequência da sua expansão internacional, a JBS passou a pesquisar maneiras de melhor refletir o "que ela se tornou". "Ao longo desses últimos três a quatro anos, o time da JBS vem debruçado, pensando em movimentos que melhor refletissem o posicionamento atual da companhia, permitindo geração de valor aos nossos acionistas", afirmou.
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