Ouro fecha em leve queda em Nova Iorque, com expectativa de aumento de juros nos EUA

O contrato futuro de ouro fechou em queda na sessão desta segunda-feira, com a expectativa de aumento de juros nos Estados Unidos. O ouro para fevereiro recuou 0,11%, para US$ 1.176,50 a onça-troy, na Comex, a divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).

Esta queda ocorreu apesar do referendo na Itália que resultou na rejeição de uma reforma na Constituição. Alguns analistas previram que, caso o "não" vencesse no referendo, haveria um estímulo nas compras de ouro, por medo de que houvesse uma sinalização de maior incerteza política na Europa e ameaçasse a estabilidade da zona do euro. No entanto, "praticamente não houve reação nos preços do ouro em relação ao referendo italiano", disse Simona Gambarini, economista de commodities da Capital Economics. Os investidores atribuíram esta reação ao fato de o resultado já estar precificado.

Ao invés de subirem, os preços do ouro caíram diante de um dólar alto e do esperado aumento nas taxas de juros dos EUA pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) na reunião de política monetária, que ocorre na próxima semana.

Dados positivos dos EUA divulgados nos últimos dias têm ajudado a perspectiva de aumento de juros em dezembro, dada como certa pelo mercado. Hoje, o Instituto para Gestão de Oferta (ISM, na sigla em inglês) informou que o seu índice de gerentes de compras subiu de 54,8 em outubro para 57,2 em novembro. O avanço foi mais forte do que o previsto pelos analistas. Já o índice de tendência de emprego dos EUA avançou 2,7% em novembro ante o mesmo mês do ano passado, para 129,96, segundo o Conference Board.

No entanto, o metal ainda pode ter ganhos nos próximos meses, de acordo com alguns analistas, devido às incertezas políticas em países como Alemanha, Holanda e França. "Uma vez que as taxas de juros americanas estiverem fora do caminho, eu não ficaria surpreso se o ouro começar a refletir toda a incerteza política que está por vir em 2017", disse William Adams, chefe de pesquisa da FastMarkets.