Juros fecham em baixa com dólar, à espera de detalhes sobre Previdência e ata

Os juros futuros fecharam nesta segunda-feira, 5, em baixa acentuada, refletindo um tom positivo gerado por expectativas em torno do detalhamento, esta tarde, da reforma da Previdência e, amanhã, da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a decisão de cortar a Selic para 13,75%. O dólar e os rendimentos dos Treasuries contribuíram para a queda.

"Há uma devolução de prêmios, estimulada por uma correção da forte alta da semana passada. O dólar também passa pelo ajuste e ajuda na queda dos juros", disse Matheus Gallina, trader de renda fixa da Quantitas. O profissional acrescentou que, desde o fim de semana, "diminuiu o peso sobre a equipe econômica", o que trouxe a percepção de que as medidas econômicas devem continuar a avançar. Ao jornal "O Estado de S. Paulo" ontem, o presidente Michel Temer disse que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, "tem o meu total apoio".

Um operador concordou que o detalhamento da reforma da Previdência, logo mais, representa uma sinalização boa. Mas avaliou que o apoio às medidas no Congresso segue monitorado atentamente pelo mercado. O projeto deve ser encaminhado amanhã para o Congresso. No caso da ata, a expectativa é a de que ela confirme um discurso suave ("dovish") do BC, sugerindo continuidade do ciclo de afrouxamento monetário.

Ao término da sessão regular, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2018 tinha taxa de 12,03%, ante 12,24% no ajuste de sexta-feira. O DI para janeiro de 2019 caía de 11,92% para 11,61%. No trecho longo da curva a termo, o DI para janeiro de 2021 indicava 12,02%, de 12,34%.

No câmbio, o dólar negociado à vista acelerou a queda ante o real acompanhando um movimento generalizado de enfraquecimento da divisa no exterior em meio à um desmonte de posições defensivas montadas no fim da semana passada. O Dollar Index chegou a perder o patamar de 100, mas estava nele às 16h29. No mesmo horário, o dólar à vista caía 1,26%, aos 3,4281. Já o Ibovespa tinha baixa de 0,45%, aos 60.047,26 pontos. O volume negociado na bolsa era baixo.