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Mercado de Capitais

- Publicada em 01 de Dezembro de 2016 às 20:08

Tensão com quadro político no País aumenta, e Ibovespa recua 3,88%

A aversão ao risco em função do quadro político agravou-se na tarde desta quinta-feira, levando a bolsa a ampliar as perdas para mais de 4% e a renovar mínimas, perdendo o patamar dos 60 mil pontos. As ações passaram por forte liquidação, encabeçada por investidores estrangeiros e motivada principalmente pelos riscos à governabilidade. O exterior, com queda nas bolsas e escalada dos juros dos Treasuries, também pesou. Entre os papéis, nem Vale, nem Petrobras sustentaram os ganhos iniciais inspirados pelas altas fortes dos preços do minério e do petróleo e fecharam em baixa firme. O setor financeiro, que já era destaque negativo na primeira etapa, acentuou as perdas na jornada vespertina. Poucas ações fecharam no azul, entre elas de companhias exportadoras, que se favoreceram do avanço do dólar.
A aversão ao risco em função do quadro político agravou-se na tarde desta quinta-feira, levando a bolsa a ampliar as perdas para mais de 4% e a renovar mínimas, perdendo o patamar dos 60 mil pontos. As ações passaram por forte liquidação, encabeçada por investidores estrangeiros e motivada principalmente pelos riscos à governabilidade. O exterior, com queda nas bolsas e escalada dos juros dos Treasuries, também pesou. Entre os papéis, nem Vale, nem Petrobras sustentaram os ganhos iniciais inspirados pelas altas fortes dos preços do minério e do petróleo e fecharam em baixa firme. O setor financeiro, que já era destaque negativo na primeira etapa, acentuou as perdas na jornada vespertina. Poucas ações fecharam no azul, entre elas de companhias exportadoras, que se favoreceram do avanço do dólar.
A Bovespa fechou aos 59.506 pontos (-3,88%), menor patamar desde 11 de outubro, três dias após a eleição de Donald Trump nos EUA, quando marcou 59.183 pontos. Em termos percentuais, foi a maior queda desde 2 de fevereiro (-4,87%). O volume somou
R$ 11,887 bilhões. Em 2016, a bolsa tem ganho acumulado de 37,27%.
O economista da Modal Mais, Álvaro Bandeira, disse que foi um dia típico de "mercado de saída", no qual os investidores buscam realizar lucros rapidamente em papéis mais líquidos, como as blue chips. As mínimas da bolsa se deram na hora final dos negócios, na medida em que iam aumentando os votos por aceitação de denúncias contra o presidente do Senado, Renan Calheiros, no julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF). O mercado vê ameaças à aprovação das reformas que estão para serem votadas no Senado, em curtíssimo prazo o segundo turno da PEC do Teto dos Gastos.
Entre os segmentos da bolsa, um dos mais penalizados foi o de bancos, não somente por serem papéis de alta liquidez, mas também pelo noticiário sobre a Operação Zelotes, que investiga um esquema de manipulação em processos e julgamentos no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). A 8ª fase envolve o Itaú Unibanco, que admitiu que Polícia Federal fez diligência em suas dependências, mas para buscar documentos relativos a processos tributários do BankBoston. De todo modo, o papel PN caiu 4,55%. O índice financeiro da bolsa encerrou com perda de 4,97%.
Apesar da escalada dos preços do minério de ferro, de mais de 8%, e do avanço do dólar, somente Vale ON fechou no azul ( 1,46%). A PNA caiu 0,98%. A alta do petróleo ajudou os papéis da Petrobras em parte da sessão, mas, no meio da tarde, a ação sucumbiu e fechou em baixa de 3,50% (PN) e de 1,41% (ON). O barril do tipo WTI para janeiro na Nymex terminou com ganho de 3,27%, a US$ 51,06. Apenas três papéis fecharam em alta: Embraer ON ( 2,11%), Fibria ON ( 1,74%) e Vale ON ( 1,46%).

Dólar sobe 2,33% com cenário interno conturbado

O dólar fechou em alta acentuada frente ao real nesta quinta-feira, sustentado pelo ambiente político conturbado no País e pelas discussões em torno do aperto monetário nos EUA. Nos piores momentos da sessão, a divisa norte-americana superou os níveis de R$ 3,47 no mercado à vista e R$ 3,50 no segmento futuro.
Domesticamente, o movimento foi resultado da aversão ao risco decorrente da crise política vivida hoje no País, cujos fatores vão desde operações da Polícia Federal (Zelotes e Lava Jato) até julgamento de Renan Calheiros no STF. A preocupação principal, de acordo com profissionais de mercado, é o efeito da turbulência no governo e em seus esforços de ajuste fiscal.
No mercado à vista, o dólar encerrou em alta de 2,33%, aos R$ 3,4669. De acordo com dados registrados na BM&FBovespa, o volume de negócios somou
US$ 1,163 bilhão. Este foi o maior nível de fechamento desde 15 de junho de 2016, quando terminou em R$ 3,4714.
Assim que os negócios no mercado futuro foram encerrados, o Banco Central (BC) anunciou oferta amanhã de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para rolagem dos vencimentos no início de janeiro. O intuito aparente da ação do BC é atenuar dúvidas do mercado sobre a estratégia para os swap e amenizar o avanço da divisa norte-americana. No segmento futuro, o contrato de dólar para janeiro de 2017 fechou em elevação de 2,42%, aos R$ 3,4985, com máxima em R$ 3,5090 ( 2,72%). O giro movimentado com o ativo totalizou US$ 20,870 bilhões. 
No exterior, ainda que em segundo plano, houve avanço dos juros dos Treasuries, diante das discussões sobre o aperto monetário pelo Federal Reserve. Nesta sexta-feira, será conhecido um dos principais indicadores econômicos dos EUA, o relatório de empregos, que pode ser termômetro para avaliar o futuro ciclo de alta de juros.