O volume de investimentos necessários para desenvolver novos projetos de transmissão de energia tem ficado acima do previsto no edital dos lotes, no momento do leilão, afirmou o diretor vice-presidente da State Grid, Ramon Haddad. "O investimento quase nunca se verifica, não é bem aquele que se coloca no leilão", afirmou.
De acordo com ele, o volume de projetos em execução tem crescido, gerando o aumento da busca por serviços, mas a oferta não tem acompanhado o ritmo, o que acarreta em custos mais elevados. "Preços de EPC (engenharia, projeto e construção) são bem superiores aos que são esperados no leilão", disse.
O executivo comentou, durante apresentação durante o Encontro dos Altos Executivos do Setor Elétrico (Enaltesse), que o custo do projeto do segundo bipolo de Belo Monte, concessão da State Grid, passou de R$ 7 bilhões para algo entre R$ 9 bilhões e R$ 10 bilhões, incluindo juros financeiros.
Posteriormente, a jornalistas, Haddad afirmou que o valor do capex estaria mantido em R$ 7 bilhões e o R$ 9 bilhões se referia ao valor dos ativos totais, que incluiriam juros de financiamento e construção. Segundo ele, isso teria sido previsto nos cálculos iniciais da companhia quando fez a oferta pelo ativo.
Durante o evento, Haddad também foi questionado sobre a ausência do grupo no último leilão de transmissão, realizado em outubro. Ele reiterou que a empresa chegou a se habilitar para concorrer por três lotes, mas estrategicamente optou por não participar. "Estamos com a carteira cheia, precisamos resolver esses problemas para depois avançar em outros", disse.