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A voz do Pastor

- Publicada em 21 de Dezembro de 2016 às 22:38

A encarnação de Deus

O Natal celebra a encarnação de Deus. Deus, por meio de seu Filho, assume a natureza humana. O mistério da encarnação tem a característica de perenidade: a união da pessoa divina com a natureza humana perdura; ela nunca mais abandona aquilo que uma vez assumiu.
O Natal celebra a encarnação de Deus. Deus, por meio de seu Filho, assume a natureza humana. O mistério da encarnação tem a característica de perenidade: a união da pessoa divina com a natureza humana perdura; ela nunca mais abandona aquilo que uma vez assumiu.
O Concílio Vaticano II, fazendo eco à bela e rica tradição da Igreja, assim ensina: "Pela sua encarnação, Ele, o Filho de Deus, uniu-se de certo modo a cada homem. Trabalhou com mãos humanas, pensou com uma inteligência humana, agiu com uma vontade humana, amou com um coração humano. Nascido da Virgem Maria, tornou-se verdadeiramente um de nós, semelhante a nós em tudo, exceto no pecado" (GS, 22).
Francisco de Assis soube colher, de forma magnífica, o mistério da encarnação, por meio da representação do presépio. Seu mérito está em indicar com quais sentimentos o ser humano deve se aproximar do mistério: despojamento e alegria, generosidade e cordialidade, simplicidade e intimidade.
O pobre de Assis não se contém de alegria diante da representação. Conta-nos Tomás de Celano, biógrafo da primeira hora:
"Fizeram um presépio, trouxeram palha, um boi e um burro. Greccio tornou-se uma nova Belém, honrando a simplicidade, louvando a pobreza e recomendando a humildade. A noite ficou iluminada como o dia e estava deliciosa para os homens e para os animais. O povo foi chegando e se alegrou com o mistério renovado em uma alegria toda nova. O bosque ressoava com as vozes que ecoavam nos morros. Os frades cantavam, dando os devidos louvores ao Senhor e a noite inteira se rejubilava. O santo parou diante do presépio e suspirou, cheio de piedade e de alegria. A missa foi celebrada ali mesmo no presépio, e o sacerdote que a celebrou sentiu uma piedade que jamais experimentara até então. O santo vestiu dalmática, porque era diácono, e cantou com voz sonora o santo Evangelho. De fato, era 'uma voz forte, doce, clara e sonora', convidando a todos às alegrias eternas. Depois pregou ao povo presente, dizendo coisas maravilhosas sobre o nascimento do Rei pobre e sobre a pequena cidade de Belém. Multas vezes, quando queria chamar o Cristo de Jesus, chamava-o também com muito amor de 'menino de Belém', e pronunciava a palavra 'Belém' como o balido de uma ovelha, enchendo a boca com a voz e mais ainda com a doce afeição. Também estalava a língua quando falava 'menino de Belém' ou 'Jesus', saboreando a doçura dessas palavras. Multiplicaram-se nesse lugar os favores do todo-poderoso, e um homem de virtude teve uma visão admirável. Pareceu-lhe ver deitado no presépio um bebê dormindo, que acordou quando o santo chegou perto. E essa visão veio muito a propósito, porque o menino Jesus estava de fato dormindo no esquecimento de muitos corações, nos quais, por sua graça e por intermédio de São Francisco, ele ressuscitou e deixou a marca de sua lembrança. Quando terminou a vigília solene, todos voltaram contentes para casa" (1Celano, XXX, 85-6).
Oxalá as pessoas que, ao longo do Advento, se encontraram para refletir o mistério do Deus-Amor possam celebrar dignamente a paz e a reconciliação que o Menino de Belém oferece a todo ser humano de boa vontade no Natal.
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