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Advocacia

- Publicada em 01 de Dezembro de 2016 às 13:10

Jurídico de Saias atua para promover advogadas corporativas no mercado de trabalho

Debates e palestras do grupo visam ao crescimento profissional das mulheres advogadas

Debates e palestras do grupo visam ao crescimento profissional das mulheres advogadas


PEDRO BRAGA/JC
Foi em 2009 que Josi Jardins, incomodada com a realidade das mulheres dentro da carreira jurídica, formou o grupo Jurídico de Saias. O grupo une advogadas vinculadas ao meio corporativo. No início, a iniciativa contava com a contribuição de 50 advogadas. Hoje, atingindo o número de mil mulheres, trata das mais diversas questões de gênero e trabalhistas, visando promover a carreira das integrantes conhecidas como "saias".
Foi em 2009 que Josi Jardins, incomodada com a realidade das mulheres dentro da carreira jurídica, formou o grupo Jurídico de Saias. O grupo une advogadas vinculadas ao meio corporativo. No início, a iniciativa contava com a contribuição de 50 advogadas. Hoje, atingindo o número de mil mulheres, trata das mais diversas questões de gênero e trabalhistas, visando promover a carreira das integrantes conhecidas como "saias".
Ana Amélia Abreu, uma das "saias" representante do Rio Grande do Sul, comenta que o grupo atua com discussões em um blog e por meio de conversas no aplicativo WhatsApp. "O propósito maior do grupo é de mulheres ajudarem mulheres, não no sentido de protegê-las, e sim de promovê-las", reforça. Em Porto Alegre, o grupo Jurídico de Saias gaúcho conta com 90 mulheres, que, em encontros pontuais, discutem questões locais. Ana Amélia relembra que as mulheres são maioria tanto na área acadêmica quanto no mercado de trabalho e, mesmo assim, não costumam ocupar cargos de liderança e destaque nas empresas. "De uma forma geral, e não só na área do Direito, também sofremos com a grande diferença com relação a salários se comparado com homens em mesma posição", acrescenta.
A representante gaúcha percebe que as pautas seguem as mesmas há muito tempo e preocupa-se com como as mulheres tendem a diminuir sua própria experiência profissional. "As mulheres costumam achar que não estão prontas para cargos de destaque ou que não são boas o suficiente para aceitarem novas propostas. Nós, como grupo, motivamos essas mulheres a crescerem profissionalmente", ressalta.
Para ela, a relação com o feminismo é direta, mesmo que o termo seja, muitas vezes, incompreendido. "Faz parte de um movimento atual forte. Já não são as mesmas demandas, mas ainda temos muito o que conquistar", garante. Ana Amélia comenta que muitas ainda reproduzem discursos considerados machistas sem perceber e, segundo ela, essa é uma reflexão que o grupo deseja trazer.
Para 2017 o trabalho deve ser voltado para um novo projeto, chamado Madrinhas. Ela explica que a proposta é a recolocação profissional de "saias" que perderam emprego em função da crise. "Visamos trabalhar na divulgação de currículos, retomar contatos e buscar vagas que combinem com a profissional." Outra pauta para o próximo ano está relacionada às advogadas com mais de 50 anos, a fim de perceber como estão no mercado.

'Saias' participam de evento exclusivo para mulheres

O escritório Souto Correa firmou parceria com o grupo e debateu, na última semana, o tema de gestão dos canais de denúncia e os processos de investigação interna em empresas. Nalu Biasus, coordenadora da área de compliance do escritório, garante que o objetivo é aproximar as mulheres que atuam na área jurídica e compartilhar experiências. "As integrantes do jurídico de saias trabalham na área empresarial, portanto esse vínculo é muito positivo para o entendimento da advocacia corporativa, compreendendo a realidade das empresas", ressalta.
A coordenadora trabalhou durante muito tempo na advocacia corporativa. Assim, o contato com o grupo surgiu naturalmente. "É comum que elas se unam para palestras como essa. Propomos um debate de interesse de todas, para que fosse possível essa interação." Mesmo que a conversa não trate de gênero especificamente, ela garante que o evento é voltado para esse público.
Para ela, a troca é importante, porque une informações sobre a advocacia interna e externa. "Elas trazem especialmente a ideia de quem lida com a gestão interna e de departamentos legais. Nós entramos com o tema técnico, que é importante para a condução dos negócios da companhia", comenta. Ana Amélia Abreu, representante do grupo no Rio Grande do Sul, acredita que a parceria com os escritórios é essencial. "Através desses eventos, as empresas conhecem os escritórios e levam essas experiências para o meio corporativo", afirma. Para ela, é necessário estar atento ao que ocorre no ambiente jurídico fora das empresas.