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Política

- Publicada em 16 de Novembro de 2016 às 19:32

Legislativo suspende salário de Jardel

Advogado de Jardel (esquerda) apresentou atestado médico para justificar ausência do deputado

Advogado de Jardel (esquerda) apresentou atestado médico para justificar ausência do deputado


JC
Bruna Suptitz
O pagamento do salário que o deputado estadual Mário Jardel (PSD) recebe na Assembleia Legislativa - cerca de R$ 25 mil - está suspenso desde ontem. A decisão, tomada em reunião extraordinária da Mesa Diretora, aponta irregularidade no uso da senha pessoal do parlamentar por funcionários do gabinete.
O pagamento do salário que o deputado estadual Mário Jardel (PSD) recebe na Assembleia Legislativa - cerca de R$ 25 mil - está suspenso desde ontem. A decisão, tomada em reunião extraordinária da Mesa Diretora, aponta irregularidade no uso da senha pessoal do parlamentar por funcionários do gabinete.
Conforme explica o procurador-geral da Assembleia, Fernando Ferreira, os funcionários ligados a Jardel dizem não saber o seu paradeiro. Mesmo assim, a senha do deputado de acesso ao sistema foi utilizada, o que não é permitido. Portanto, o parlamentar precisa comparecer ao legislativo para redefinir a senha. Até lá, tanto os vencimentos de Jardel quando dos seus assessores estão suspensos, tendo em vista que disso depende a liberação da efetividade dos servidores.
A decisão ocorreu no início da tarde. Na manhã de ontem, Jardel era aguardado para prestar depoimento na subcomissão processante, que acompanha o caso na Comissão de Ética. O deputado foi convocado para a oitiva por meio de publicação no Diário Oficial da Assembleia Legislativa. Apresentando atestado médico, que alegou quadro de depressão, o parlamentar mais uma vez se ausentou.
"Atestado médico, aceito ou não aceito, é justificativa do estado de saúde no momento", declarou o advogado Rogério Bassotto, que defende o deputado. Ele disse que não falou pessoalmente com Jardel e também não saber se ele está em Porto Alegre. "Recebi o atestado no meu escritório de manhã", disse.
A defesa também tentou anular o trabalho da subcomissão, alegando que estaria extrapolando o prazo de atuação previsto, que é de 120 dias (os trabalhos iniciaram em fevereiro). Contudo, uma decisão do Tribunal de Justiça na tarde de ontem, da desembargadora Catarina Rita Krieger Martins, negou o pedido, tendo em vista que o trabalho foi retomado para atender uma ordem judicial. Também é dela a decisão emitida em julho, suspendendo a votação do processo de cassação no plenároi.
A magistrada e o judiciário foram alvos de críticas do deputado e corregedor da Assembleia Legislativa Marlon Santos (PDT), que classificou a decisão de julho como "incabível" e afirmou que "assuntos dessa natureza nós resolvemos aqui dentro". "O que está acontecendo é um esperneio jurídico sem fundamento", acusou Santos.
"A justiça serve para várias coisas, entre elas para as coisas que mais eles desconhecem, que é a vida interna e a questão toda do que envolve o processo do deputado Jardel, que muito além de ser o roubo é a má-fé do que está surgindo", criticou o corregedor.
O deputado Sérgio Turra (PP), que preside a subcomissão, explica que será encaminhado pedido à justiça justificando que a oportunidade de comparecimento de Jardel à subcomissão já transcorreu. "O regimento interno (da Assembleia) foi cumprido anteriormente, quando em julho entregamos o relatório. No meio do caminho uma decisão judicial interpretou diferente, mas o regimento da Casa foi cumprido", defendeu.
Está marcada para o dia 23 de novembro uma perícia de Jardel com os médicos da Assembleia, para verificar se o parlamentar teria condições de prestar o depoimento.
Em fevereiro deste ano, o Ministério Público denunciou Jardel e outras 10 pessoas pelos crimes de lavagem de dinheiro, peculato, concussão, uso de documentos falsos e tráfico de drogas, por investigação iniciada no ano passado na Operação Gol Contra.
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