O número de unidades e estabelecimentos de Nível Superior e Médio públicos com ocupações pelo Brasil cresceu. Os movimentos são contrários à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do governo federal que coloca teto em gastos e está prestes a ser votada no Senado e à Medida Provisória de reforma do Ensino Médio, todas propostas pelo Governo Temer. A página do Ocupa Tudo Brasil, que é abastecida por movimentos de universitários e demais segmentos, informa nesta terça-feira (8) que são 176 campi pelo País com movimentos. Até sexta-feira passada (4), o número era inferior a 140.
Na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), chegou a 38 o número de cursos com ocupações, segundo acompanhamento da página do Ocupa Letras. Desde essa segunda-feira, passaram a aderir às ocupação os cursos de Biologia, Física, Química, Matemática, Estatística e Relações Internacionais. Nos prédios, cartazes com inscrições como o da Ocupa Química contra a PEC já estão devidamente colados.
Assembleias ou votações on-line são os mecanismos de decisão dos alunos. As engenharias, que somam mais de 6 mil universitários na Ufrgs, abriram votação eletrônica nesta terça-feira (8) e finalizam até esta quarta-feira (9). Em plenária na sexta-feira passada, não houve consenso sobre o caminho a tomar e optou-se por votação.
Servidores técnicos-administrativos da Ufrgs, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (Ufcspa) e Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do RS (IFRS), que também têm ocupações de alunos, aprovam greve. O Conselho Universitário da Ufrgs (Consun) aprovou moção de apoio às ocupações, em documento divulgado em 4 de novembro. O conselho afirmou serem legítimas as mobilizações e se posicionou contra a PEC do teto de gastos, a reforma do Ensino Médico e o projeto de Escola sem Partido.
Os movimento tentam mobilizar ainda as pessoas a entrarem no site do Senado e participarem da
consulta pública sobre a PEC 55. Até a tarde desta terça, o placar indicava 321.144 votos contrários e 20.529 favoráveis.
Atos ampliam o chamado do Ocupa
Restritos aos ambientes de universidades, institutos tecnológicos e outras escolas, os movimentos ganham os primeiros atos de rua. Nesta sexta-feira (11), está sendo chamado o Dia Nacional de Parar Tudo e Ir para Rua. Categorias de trabalhadores aprovaram a adesão, como professores privados no Rio Grande do Sul. Para o dia 29, a convocação pública pelas redes sociais é do Ocupar Brasília. A mobilização quer aproveitar a data prevista para votação em primeiro turno da PEC 55 no Senado, como passou a ser chamada a PEC 241 do Teto dos Gastos, aprovada na Câmara dos Deputados.