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- Publicada em 08 de Novembro de 2016 às 22:51

Médicos e trabalhadores de hospitais paralisam hoje e amanhã

Segundo Argollo, categorias tentam há meses negociação com Sindihospa

Segundo Argollo, categorias tentam há meses negociação com Sindihospa


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Isabella Sander
Em união inédita de categorias, 18 sindicatos ligados a trabalhadores de hospitais de Porto Alegre farão uma greve unificada de dois dias. A paralisação será realizada hoje e amanhã, o dia inteiro, e contará com a participação dos médicos. Os profissionais pressionam por uma melhor proposta salarial do Sindicato de Hospitais e Clínicas de Porto Alegre (Sindihospa).
Em união inédita de categorias, 18 sindicatos ligados a trabalhadores de hospitais de Porto Alegre farão uma greve unificada de dois dias. A paralisação será realizada hoje e amanhã, o dia inteiro, e contará com a participação dos médicos. Os profissionais pressionam por uma melhor proposta salarial do Sindicato de Hospitais e Clínicas de Porto Alegre (Sindihospa).
Onze hospitais serão afetados, nos quais estão 5.061 leitos, ou 60% dos leitos totais da Capital. Somente a Santa Casa de Misericórdia e o Hospital Beneficência Portuguesa não participarão da paralisação, pois não são vinculados ao Sindihospa. Os serviços de emergência que envolvam algum risco à vida serão mantidos integralmente. Cirurgias e consultas, por outro lado, terão apenas 30% de seus atendimentos garantidos. O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) estima que a adesão seja maior no Grupo Hospitalar Conceição e no Hospital de Clínicas de Porto Alegre.
Segundo o presidente do Simers, Paulo de Argollo Mendes, as categorias tentam há meses uma negociação com o Sindihospa, uma vez que a data-base para o setor é julho. A reivindicação dos trabalhadores era de reposição do índice inflacionário, que está em 9,91%, e mais 5,09% de aumento real. A contraproposta da patronal foi pagar 3,5% na próxima folha de pagamento, sem retroativos, e mais 1,5% em dezembro, totalizando 5% de reajuste, referente a metade da reposição da inflação.
"Os trabalhadores de todos os hospitais estão sendo submetidos a uma situação angustiante. São dezenas de pessoas esperando por atendimento e um número insuficiente de profissionais do outro lado, trabalhando desesperadamente para tentar da conta da demanda. Além de tomarem o nosso sangue, os hospitais ainda querem reter 50% da reposição a que teríamos direito", critica Argollo. O sindicalista destaca que a contraproposta descontentou tanto a categoria, que a decisão de paralisação se deu por unanimidade, como advertência para uma eventual greve maior.
Conforme a vice-presidente do Simers, Maria Rita de Assis Brasil, apesar de não quererem repor a inflação no salário de seus funcionários, os hospitais têm mantido seus lucros. "O preço dos planos aumentou, a população usuária está pagando mais. Mesmo tendo descontos na compra de materiais e medicamentos, os hospitais repassam o aumento dos preços como se não pagassem menos, tanto para pacientes particulares, quanto para planos", revela.
Por exemplo: quando um remédio custa R$ 10,00 na farmácia, o valor sugerido pelo laboratório que o produz pode ser R$ 12,00 e o hospital paga R$ 8,00. No entanto, de acordo com o sindicato médico, nesse caso, o hospital cobraria R$ 12,00 dos planos de saúde e dos pacientes. "Os hospitais têm ganhado sistematicamente em cima de tudo isso e, mesmo assim, não aumentam o efetivo e não repassam sequer a inflação para os trabalhadores", aponta Maria Rita.
Uma audiência de conciliação realizada ontem não logrou dar fim à mobilização. Além dos 5% de reposição oferecido inicialmente, a patronal garantiu mais 1% a partir de janeiro de 2017, mas a proposta foi recusada pela categoria. Na sexta-feira, uma nova assembleia irá decidir se os trabalhadores irão parar as atividades do dia 11 ao dia 18. No dia 18, está prevista uma nova conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) entre os trabalhadores e a patronal.
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