Henrik Scheel participou de evento na Univates Henrik Scheel participou de evento na Univates Foto: DIVULGA��O/JC

O intraempreendedor n�o � recompensado

O dinamarquês de 31 anos Henrik Scheel esteve no Brasil pela primeira vez para participar do CRIExp, evento para empreendedores promovido pela Univates, de Lajeado, em outubro. Criador da Startup Experience, uma empresa do Vale do Silício que realiza workshops interativos visando à solução de problemas sociais por meio do empreendedorismo, ele participou de diversas atividades no centro universitário. Entre elas, fez uma palestra com o título "Por que programas de inovação corporativos dão errado e o que fazer para resolver isso". Henrik, que atualmente mora nos Estados Unidos, conversou com o GeraçãoE durante sua passagem pelo Rio Grande do Sul. Precisamos de mais liberdade, diz ele. "Você precisa dar mais autonomia ao intraempreendedor", considera.
GeraçãoE - Por que ser empreendedor não é mais uma escolha?
Henrik Scheel - Nós vivemos num mundo onde a tecnologia exponencial transforma a sociedade da forma como a gente a conhece. Está mudando muito rápido, e a realidade é que atinge todos os mercados. Nós, seres humanos, simplesmente não podemos prever como o futuro será. Então, num mundo de transformações, todos precisamos estar prontos para nos adaptarmos a esse futuro incerto. Por isso, empreendedorismo não é mais uma escolha. Precisamos estar prontos, seja começando o próprio negócio, trabalhando numa grande empresa ou no setor público. Prontos para mudar a forma como pensamos, para não ficarmos obsoletos. Se continuarmos fazendo as coisas como antes, não vai funcionar. Nossas empresas serão atropeladas pelos "empreendedores de garagem" e ficarão obsoletas.
GE - Quais os fatores que matam a inovação dentro das empresas?
Henrik - Há algumas coisas que desafiam os inovadores das empresas, os chamados intraempreendedores. Um dos motivos é que eles tentam operar dentro do contexto atual e romper aquilo com ideias novas e radicais. Só que as pessoas, normalmente, não gostam de mudanças. Há muitos "matadores corporativos", que tentam matar as novas ideias. Nós, como empreendedores, temos incentivos para trabalhar duro, porque temos a divisão de lucros igualitárias. Se você trabalha como funcionário, você tem um salário - não interessa se desenvolve novos produtos ou não. Então a sua motivação para trabalhar 100 horas por semana não está lá. Afinal, você não será recompensado, mesmo que venha com algo brilhante. O último elemento que mata os intraempreendedores é que se tenta usar a mesma mecânica dos projetos complementares em projetos inovadores. Isso não funciona. Se você está tentando romper algo, precisa de muito mais risco. Tentar mais coisas do que tentaria se estivesse tentando melhorar algo existente. É preciso dar mais autonomia ao intraempreendedor, mais liberdade e autoria. Se for bem-sucedido, deve ser recompensado.
GE - Com tantas mudanças, o que é certo sobre o futuro?
Henrik - A única coisa certa é que tudo é incerto. Tudo vai mudar, e precisamos dessa mentalidade de sermos capazes de se adaptar, de aprendermos coisas novas. O risco hoje é não correr riscos.
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