O avião que levava a equipe da Chapecoense para o primeiro jogo da final da Copa Sul-Americana caiu na madrugada de ontem, na cidade de La Unión, departamento de Antioquia, na Colômbia. São 71 mortos, segundo autoridades colombianas. Há cinco sobreviventes, todos identificados: Alan Ruschel, lateral do time; Hélio Zampier Neto, zagueiro; Rafael Henzel, jornalista; Ximena Suárez, comissária de bordo; e Erwin Tumiri, também da tripulação (técnico da aeronave). O goleiro Danilo foi resgatado com vida, mas morreu no hospital. No voo estavam 68 passageiros e nove tripulantes. A tragédia aérea é a maior do mundo envolvendo uma equipe esportiva.
A aeronave pertencia à companhia boliviana Lamia, e perdeu contato com a torre de controle ao sobrevoar uma região montanhosa perto de Medellín, no noroeste da Colômbia, por volta de 22h15min de segunda-feira (horário local). O avião teria sofrido falha elétrica, e o piloto descartou combustível antes de tentar pouso forçado. A aeronave se chocou com uma montanha conhecida como Cerro Gordo e se partiu em três.
Dentre os 72 passageiros, 48 eram integrantes da delegação da Chape, que levou, além da comissão técnica, vários dirigentes. Estavam a bordo, ainda, 21 jornalistas e dois convidados do clube. O prefeito de Chapecó, Luciano Buligon, estava na lista de passageiros, mas acabou não embarcando, porque foi para um compromisso em São Paulo com prefeitos eleitos.
O time catarinense viajava para Medellín, onde faria hoje o primeiro jogo da final da Copa Sul-Americana, contra o Atlético Nacional. Os jogadores decolaram do aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, em voo comercial, na segunda-feira. Eles desceram em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, onde embarcaram na aeronave da Lamia. A delegação teve que mudar seu plano de voo por uma decisão da autoridade da aviação brasileira, que o impediu de ir para Medellín num avião fretado desde Chapecó.
>> Leia mais: Uma ascensão meteórica à elite do futebol nacional
Corpos serão identificados na Colômbia; velório coletivo ocorrerá na Arena Condá
Presidente em exercício da Chapecoense após a tragédia, Ivan Tozzo falou em nome do clube ontem, na Arena Condá, e revelou que pretende realizar um velório coletivo no estádio. Ainda não há, porém, uma data de quando isso aconteceria.
Exceto pelos nove tripulantes, todos os demais passageiros eram brasileiros, a grande maioria deles residente em Chapecó. A CBF acabou cancelando de última hora o voo que havia fretado e partiria rumo a Medellín na noite de ontem. A entidade havia convidado parentes para embarcar no voo com o objetivo de poder ajudar na identificação dos corpos. No entanto, uma vez que não houve explosão no acidente e os corpos não foram carbonizados, o reconhecimento não deverá ser tão complicado.
Jorge Roberto Pagura, presidente da Comissão Nacional de Médicos de Futebol da CBF, afirmou que médicos e advogados das partes envolvidas seguiriam rumo à Colômbia para tentar agilizar a identificação e remoção dos corpos para o Brasil.