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Economia

- Publicada em 30 de Novembro de 2016 às 17:36

Acordo entre UE e Mercosul geraria R$ 50 bilhões de negócios

Europa teria importantes ganhos em praticamente todas negociações

Europa teria importantes ganhos em praticamente todas negociações


DANIEL ROLAND/AFP/JC
As exportações de produtos fabricados pelos países do Mercosul para a União Europeia (UE) poderiam aumentar em € 14 bilhões (R$ 50,3 bilhões) em 10 anos, graças a um acordo comercial entre as duas regiões. Os dados foram publicados pela própria Comissão Europeia, que, em um estudo sobre o impacto dos tratados comerciais que negocia com outros mercados, revela que o Mercosul seria o bloco que mais ganharia em termos de vendas de bens agrícolas.
As exportações de produtos fabricados pelos países do Mercosul para a União Europeia (UE) poderiam aumentar em € 14 bilhões (R$ 50,3 bilhões) em 10 anos, graças a um acordo comercial entre as duas regiões. Os dados foram publicados pela própria Comissão Europeia, que, em um estudo sobre o impacto dos tratados comerciais que negocia com outros mercados, revela que o Mercosul seria o bloco que mais ganharia em termos de vendas de bens agrícolas.
O estudo foi preparado para informar aos governos do bloco europeu sobre as consequências de 12 tratados bilaterais e regionais que Bruxelas está negociando com diversos parceiros, entre eles o Mercosul. O levantamento foi solicitado por governos, liderado pela França, que querem uma interrupção de qualquer iniciativa que possa significar a abertura de seu mercado para a concorrência externa no setor agrícola.
O estudo, apesar de apontar para os benefícios ao Mercosul, revela que a Europa teria importantes ganhos em praticamente todas as negociações que está implicada, inclusive no setor agrícola. A estimativa aponta que, até 2025, os europeus ampliariam em € 29 bilhões suas compras de produtos agrícolas de países envolvidos em acordos comerciais com Bruxelas. Metade viria do Mercosul, mesmo com um tratado modesto e sem amplos cortes.
No total, isso representaria um salto em 24% nas exportações do Cone Sul para o mercado europeu. No caso de um pacote ambicioso de liberalização, o total de ganhos para o Mercosul chegaria a € 18 bilhões.
Os ganhos do bloco sul-americano com um acordo, na estimativa dos próprios europeus, seriam quase três vezes maiores do que os norte-americanos poderiam obter no setor agrícola com um eventual tratado de comércio com a UE. Segundo as estimativas oficiais de Bruxelas, os exportadores dos Estados Unidos registrariam um incremento em € 4,8 bilhões em vendas até 2025.
Um dos principais ganhos esperados viria do setor de carnes. No segmento de produtos bovinos, o estudo da UE estima que "mais de 80% do aumento de importações viria do Mercosul". "A balança de comércio se deteriorará profundamente", admitiu o relatório da Comissão Europeia. O aumento em vendas para o bloco de países do Cone Sul seria de pelo menos € 1,4 bilhão.
Outros € 900 milhões ainda seriam gerados no aumento de espaço para a carne suína e frangos do Mercosul no mercado europeu. Entre os diversos setores avaliados, o estudo também indica que mesmo uma abertura limitada da economia da União Europeia garantiria um aumento de vendas para o Brasil de € 340 milhões em açúcar.
O processo negociador entre os dois blocos foi relançado em outubro, depois de 12 anos parado. O governo brasileiro acredita que serão necessários dois anos para concluir um eventual acordo.
Mas a resistência a um acerto comercial entre os dois blocos econômicos será forte. Ontem, por conta da divulgação dos resultados do estudo da UE, as Cooperativas Agrícolas da Europa anunciaram que vão se opor a uma abertura ao Mercosul. "O setor de carnes garante renda para 2,5 milhões de famílias pela Europa", disse Jean Pierre Fleury, o presidente das cooperativas Copa & Cogeca, lembrando que o setor movimenta € 30 bilhões. "Isso precisa ser preservado", insistiu o dirigente. De acordo com Fleury, o estudo da Comissão Europeia confirma o "impacto catastrófico" que teria um acordo comercial da Europa com o Mercosul. "Acreditamos que um acordo como esse pode afetar severamente o setor europeu", disse o presidente das cooperativas.
Em 2015, as exportações brasileiras para a UE alcançaram US$ 33,9 bilhões, 19,3% menos do que no ano anterior. A participação da União Europeia nas exportações nacionais também caiu de 18,7%, em 2014, para 17,8% no ano passado.
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