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Mercado de Capitais

- Publicada em 20 de Novembro de 2016 às 18:24

Com Trump, renda fixa perde US$ 1,5 trilhão

Procura cresceu em áreas que devem se beneficiar pelo novo governo

Procura cresceu em áreas que devem se beneficiar pelo novo governo


JOHN MOORE/AFP/JC
A vitória de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos provocou uma realocação internacional das carteiras dos investidores. A renda fixa foi uma das mais afetadas, com os aplicadores se desfazendo de títulos para aplicar em ações. Esse movimento fez o mercado de bônus mundial perder US$ 1,5 trilhão em valor desde o dia das eleições, segundo estimativa do Instituto Internacional de Finanças (IIF), formado pelos 500 maiores bancos do mundo.
A vitória de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos provocou uma realocação internacional das carteiras dos investidores. A renda fixa foi uma das mais afetadas, com os aplicadores se desfazendo de títulos para aplicar em ações. Esse movimento fez o mercado de bônus mundial perder US$ 1,5 trilhão em valor desde o dia das eleições, segundo estimativa do Instituto Internacional de Finanças (IIF), formado pelos 500 maiores bancos do mundo.
Nos Estados Unidos, os investidores saíram do mercado de bônus e foram para as bolsas, em busca de setores que devem ser beneficiados pelo governo Trump, como o financeiro, petróleo e saúde.
Outro movimento foi a fuga de recursos de emergentes. Do dia das eleições, 8, até sexta-feira, a retirada de capital somou US$ 10 bilhões. A aposta de adoção de políticas pró-crescimento por Trump, com medidas de corte de tributos e aumento de gastos públicos, fez com que os agentes elevassem as expectativas de inflação para os EUA, que estão no maior nível em 12 meses. Com isso, espera-se que os juros do país tenham alta mais acentuada. Isso fez os investidores realocarem suas carteiras.
As moedas de emergentes, destaca o IIF, têm sido particularmente afetadas pela realocação das carteiras. "Tensões têm sido mais pronunciadas em países com maior necessidade de financiamento externo, como Brasil, México, África do Sul e Turquia", afirma o relatório
Já as economias com maior perspectiva de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), como Índia e Indonésia, têm tido impacto mais moderado, ressalta o IIF.
As saídas estão ocorrendo em várias regiões dos emergentes e tanto das aplicações de renda fixa como de renda variável. Na renda fixa, a fuga de recursos na última semana é a maior dos últimos cinco anos, superando o chamado "Taper Tantrum" em 2013, quando o Fed falou pela primeira vez que iria reduzir os estímulos monetários extraordinários no país.

Bovespa encerrou semana com alta de 0,32%

A Bovespa enfrentou instabilidade, mas terminou a sexta-feira aos 59.961 pontos, em alta de 0,32%. A sexta-feira foi de agenda escassa, o que contribuiu para um pregão "lateral", com investidores ainda operando sob as dúvidas quanto ao futuro da economia global com Donald Trump na presidência dos Estados Unidos. Os R$ 7,304 bilhões negociados com ações ficaram bem abaixo da média dos últimos dias, sugerindo desaceleração nos ajustes de carteiras após a eleição de Trump.
O Ibovespa terminou a semana com ganho de 1,31%, indicando uma leve recuperação do susto inicial com a vitória de Trump. Na quarta-feira (16), os investidores estrangeiros ingressaram com R$ 51,158 milhões na Bovespa, o que reduziu o resultado negativo acumulado em novembro para R$ 2,864 bilhões. Em 2016, a bolsa tem ingresso de R$ 14,652 bilhões em recursos externos.
Influenciado pela atuação do Banco Central, o dólar recuou pela terceira sessão consecutiva na sexta-feira e fechou a semana abaixo dos R$ 3,40, destoando da alta frente às demais divisas de mercados emergentes. No mercado à vista, a moeda dos EUA encerrou em baixa de 0,87%, aos R$ 3,3865, acumulando perda de 1,68% em três pregões. Já na semana, a baixa foi de 0,55%.
 

Tesouro Direto já tem mais de 1 milhão de investidores

O número de investidores cadastrados no Tesouro Direto aumentou 74,4% no período de 12 meses e ultrapassou, em outubro, a marca de 1 milhão. Foram 50.539 cadastrados em outubro, totalizando 1.024.433. Os investidores que efetivamente possuem aplicações subiram 73,7% em relação a outubro do ano passado, somando 365.561. No mês passado, foram feitas aplicações que somaram R$ 1,9 bilhão. O valor médio por operação foi de R$ 10.710,48, mas a maioria (70,3%) ficou abaixo de R$ 5 mil. Os resgates totalizaram R$ 662,2 milhões, sendo R$ 661,4 milhões relativos às recompras e R$ 700 mil aos vencimentos.
A maioria dos investidores demandou títulos indexados ao IPCA (Tesouro IPCA e Tesouro IPCA com Juros Semestrais), que corresponde a 60% do total de investimentos. Os prefixados (Tesouro Prefixado e Tesouro Prefixado com Juros Semestrais) corresponderam a 18,4% do total; e os indexados à taxa Selic (Tesouro Selic), 21,6%.
As aplicações em títulos com prazo entre 1 e 5 anos foram a maioria (48,8% do total). Os papéis com prazo entre 5 e 10 anos foram a escolha de 25,8% das operações e 25,4% dos investimentos ocorreram em títulos com vencimentos acima de 10 anos.
Em outubro, o estoque do Tesouro Direto alcançou R$ 38,1 bilhões, alta de 4,1% sobre setembro (R$ 36,6 bilhões) e de 66,2% em relação a outubro de 2015 (R$ 22,9 bilhões). A maior parte do estoque (62,4%) é de títulos remunerados por índices de preços, seguidos por títulos indexados à taxa Selic (20%) e títulos prefixados (17,5%). A maioria dos títulos em estoque tem vencimento entre 1 e 5 anos (57,9%); acima de 10 anos correspondem a 16,9%; os com prazo entre 5 e 10 anos, a 16,6%; e os que vencem em até um ano, a 8,7%.