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Agronegócios

- Publicada em 20 de Novembro de 2016 às 21:57

Selo ambiental do arroz quer triplicar adesão

Em 2015, apenas 13 produtores do grão no Estado receberam distinção

Em 2015, apenas 13 produtores do grão no Estado receberam distinção


EMATER-RS/DIVULGAÇÃO/JC
Novamente com as inscrições abertas, o Selo Ambiental da Lavoura de Arroz Irrigado do Rio Grande do Sul quer triplicar de tamanho nesta safra. O programa, realizado pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), distingue os arrozeiros que cumprem com as legislações ambiental e trabalhista, além das boas práticas agrícolas, em suas lavouras. No ano passado, que marcou a retomada do projeto iniciado em 2008 e que vinha em um hiato, apenas 13 produtores receberam o selo.
Novamente com as inscrições abertas, o Selo Ambiental da Lavoura de Arroz Irrigado do Rio Grande do Sul quer triplicar de tamanho nesta safra. O programa, realizado pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), distingue os arrozeiros que cumprem com as legislações ambiental e trabalhista, além das boas práticas agrícolas, em suas lavouras. No ano passado, que marcou a retomada do projeto iniciado em 2008 e que vinha em um hiato, apenas 13 produtores receberam o selo.
"Todos os produtores do Estado, teoricamente, têm condições de se candidatar, já que todos possuem a licença ambiental que é obrigação até para financiamentos bancários", argumenta o diretor técnico do Irga, Maurício Fischer. A entidade lista, ao todo, cerca de 8 mil unidades produtoras de arroz no Rio Grande do Sul. O baixo número de adesões, entretanto, é justificado tanto pela suspensão do selo em anos anteriores quanto pela relativa dificuldade de enviar os documentos comprobatórios.
Fischer garante que, agora, tudo está digitalizado e, portanto, mais fácil. "Com isso, talvez consigamos, já nesta safra, triplicar as adesões, ou até mais. Dependerá de conseguirmos fortalecer isso junto aos produtores", continua o diretor técnico. As inscrições estão abertas até 30 de dezembro e devem ser feitas junto aos núcleos do Irga espalhados pelo Estado. Depois disso, vistorias serão feitas até março de 2017, que embasarão o julgamento marcado para 31 de maio. Quem já ganhou o selo na última temporada terá um caminho mais fácil para a renovação.
Tanto Irga quanto os produtores concordam que a preocupação socioambiental é um caminho sem volta. "Esse tipo de ferramenta reforça nossos argumentos que a nossa lavoura é sustentável junto a consumidor e indústria. E isso, em um futuro próximo, pode fazer o produto ser mais valorizado, o que hoje não acontece", comenta Henrique Dornelles, presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Estado (Federarroz), que apoia o programa.
Um dos problemas, segundo o dirigente, é que não é feita atualmente a segregação desse arroz certificado. Sem a separação dos cereais das lavouras com o selo das demais, é difícil valorizar o produto. Um exemplo, segundo Dornelles, é que, há anos, os órgãos federais não detectam a presença de contaminantes no arroz colhido no Estado, diferentemente do arroz importado do Paraguai, que utiliza herbicidas proibidos por aqui. "No pacote vendido nas gôndolas, porém, vai tudo junto", conta o presidente. A entidade conta pressionar a Anvisa para que fiscalize e faça cumprir a lei que obriga a segregação do arroz na indústria.
O selo, nesse sentido, é importante por deixar os produtores um passo mais próximos da rastreabilidade, que é vista como a chance real de valorização e de abertura de novos mercados no exterior. O Irga afirma já ter um sistema pronto para o rastreamento dos lotes, que será ofertado aos arrozeiros nas próximas safras.
Se ainda não aumenta o valor do cereal, porém, há outros benefícios que encantam os arrozeiros. "Isso cria uma cultura de manejo mais adequado dos resíduos, e, aos pouquinhos, vai passando essa consciência para os colaboradores e melhorando todo o processo", defende o arrozeiro Geovano Parcianello, de Alegrete.
O produtor, que adere ao selo em todas as safras desde o início, em 2008, afirma que o que lhe motivou foi a ideia da sustentabilidade e melhoria na lavoura. Neste ano, Parcianello espera certificar toda a sua propriedade, de mil hectares.
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Falta de retorno financeiro prejudica a participação dos agricultores

A falta de retorno financeiro não é esquecida por Geovano Parcianello, que alude à situação para justificar a baixa participação de outros produtores até aqui. "Vejo que muitos produtores que poderiam ter o selo só não o fazem porque é um trabalho a mais, burocrático, que financeiramente ainda não dá retorno", analisa o arrozeiro, ao mesmo tempo que prevê uma maior adesão já nesta safra.
Um número maior de lavouras, que consequentemente aumentaria a oferta de arroz certificado, poderia subsidiar a criação de linhas específicas do selo na indústria. "Com mais volume, talvez alguma empresa se interesse por esse produto e se consiga essa valorização, criando um novo nicho de mercado", aposta o produtor. Enquanto não chega às embalagens, o selo vem sendo utilizado principalmente em notas fiscais, correspondências e placas nas propriedades.