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Varejo

- Publicada em 20 de Novembro de 2016 às 21:51

Consumidores iniciam pesquisa para compras de Natal

Maynara escolheu as bijuterias para presentear mãe, irmãs e primas

Maynara escolheu as bijuterias para presentear mãe, irmãs e primas


FREDY VIEIRA/JC
Mesmo que o cenário tenha melhorado na percepção de alguns comerciantes, a crise econômica instaurada em 2015, em vista do embate político, ainda deve refletir no desempenho do varejo deste final de ano. Com parte do funcionalismo do Estado recebendo salários parcelados e apreensiva com a ameaça de que sequer seja pago o 13º salário de 2016, as compras de Natal serão mais tímidas, ou equivalentes ao ano passado. Isso explica porque desde a primeira quinzena de novembro muitos consumidores já estão realizando pesquisa de preços para viabilizar a troca de presentes entre familiares.
Mesmo que o cenário tenha melhorado na percepção de alguns comerciantes, a crise econômica instaurada em 2015, em vista do embate político, ainda deve refletir no desempenho do varejo deste final de ano. Com parte do funcionalismo do Estado recebendo salários parcelados e apreensiva com a ameaça de que sequer seja pago o 13º salário de 2016, as compras de Natal serão mais tímidas, ou equivalentes ao ano passado. Isso explica porque desde a primeira quinzena de novembro muitos consumidores já estão realizando pesquisa de preços para viabilizar a troca de presentes entre familiares.
"Este ano, pretendo gastar menos, porque além eu estar recebendo o salário em prestações, a inflação ajudou a salgar ainda mais os preços dos produtos", comenta a funcionária pública estadual, Maria Siqueira. Desde a semana passada ela está comparando valores e pesquisando alternativas para comprar lembranças de Natal para toda a família. "Bijuteria é uma opção barata para presentear a mãe, as irmãs e as primas", observou a recepcionista Maynara Belheng, enquanto escolhia brincos para uso pessoal. "Sou capaz de apostar nesta saída", admitiu, ao comentar que também pretende antecipar as compras do período para evitar o burburinho de gente nas lojas, nas semanas que antecedem a data.
Assim como Maynara, outras consumidoras têm buscado suprir a demanda de presentes que surge com festas de família e os tradicionais amigos secretos entre grupos de trabalho e sociais. "Aumentou a procura", garante a vendedora da loja de bijuterias Mirelle Presentes, Stefane Costa. "No entanto, baixou o ticket médio", emenda. A comerciária acredita que mesmo com os anúncios de que o cenário econômico deve se estabilizar ainda neste ano, o impacto da crise será negativo. "As pessoas estão querendo reduzir os gastos, ainda estão bastante receosas", comenta.
A percepção de Stefane é embasada pelo presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul (FCDL-RS), Vitor Augusto Koch. "Com a recessão e o atraso de salários no Estado, houve uma quebra de paradigmas e a construção de uma cultura de consumo mais conservadora", avalia. O dirigente destaca que as pessoas estão mesmo tentando economizar na compra dos presentes, buscando equilíbrio entre preço e qualidade dos produtos. "O consumo de marcas tradicionais e mais caras tem diminuído em benefício dos similares, com valores menores." Segundo Koch, até mesmo os produtos licenciados - febre entre as crianças - estão perdendo margem para outros semelhantes, porém de marcas menos celebradas.
"A crise política gerou muita insegurança, agravada pela queda da renda e o desemprego", justifica o presidente da Associação Gaúcha para o Desenvolvimento do Varejo (AGV), Vilson Noer. Às vésperas da Black Friday, ele afirma que a expectativa dos lojistas agora é de que a data promocional impulsione o início da temporada de vendas de final de ano. "Este é sem dúvida o grande evento de novembro, mas no Interior os comerciantes já estão focados no Natal, preparando vitrines e criando promoções", comenta. De qualquer forma, segundo Noer, a Black Friday é uma antecipação da principal data do comércio, e uma oportunidade para as pessoas comprarem produtos mais caros por preços mais convidativos.

Expectativa é de crescimento real em torno de 2% para vendas de Natal

Conforme dados da FCDL-RS, o desempenho do comércio no período de Natal deve ser positivo, ainda que de forma moderada. A expectativa é de que as vendas superem em 2% (crescimento real) às comercializações de dezembro de 2015 em todo o Estado. "Serão desembolsados R$ 5 bilhões no varejo, advindos do pagamento do 13º salário", calcula o presidente da entidade, Vitor Koch. Ele admite que uma das preocupações dos empresários é a dificuldade dos consumidores de conseguirem crédito bancário. "Muita gente vai usar o dinheiro do 13º salário para pagar dívidas", concorda o presidente da AGV, Vilson Noer.
Na Capital, 40% dos lojistas estão confiantes de que as vendas de final de ano serão boas, aponta o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL-POA), Alcides Debus. "Essa visão mostra que há uma tendência de melhora no mercado." A gerente da loja Zapatto, Adriana Ferraz, confirma esta linha de pensamento. "Esse Natal vai ser diferente, melhor que no ano passado", aposta a comerciária. Segundo Adriana, desde agosto as vendas já estão melhores. Ela calcula que seja possível ampliar em 30% o desempenho do comércio de presentes natalinos, se comparado com 2015.
Na Hering, a estimativa também é positiva. De acordo com a gerente da unidade do Centro, Eliana Welker, a perspectiva é de que as vendas do Natal superem em 20% as do mesmo período do ano passado. "Já tem consumidor pesquisando preço e até levando peças. O que impulsiona são os vestidos, as regatas femininas e as bermudas masculinas." Um fator positivo, na visão do presidente do Sindilojas Porto Alegre, Paulo Kruse, é que há muitas vagas temporárias em aberto no comércio. "Além de ser uma oportunidade de emprego, também haverá maior geração de renda no período", observa
Kruse acredita que as vendas de natal só irão acontecer com força depois do dia 20 de novembro, quando empresas iniciarem o pagamento do 13º salário. "Só então é que vai começar a aumentar o movimento nas lojas", opina. "Nossa expectativa é de que se consiga manter o mesmo desempenho do Natal do ano passado", confessa o dirigente ao afirmar que não acredita em crescimento de vendas.

Shoppings antecipam decoração de ambientes e vitrines

Iguatemi projeta aumento de 40% no público

Iguatemi projeta aumento de 40% no público


CHRISTIANO CARDOSO/DIVULGAÇÃO/JC
Enquanto as lojas do Centro da Capital, ainda que já comercializando para o período, só devem iniciar a decoração natalina na primeira semana de dezembro, os shoppings centers já estão ornamentados e investindo em marketing pesado para o período. Focado no estímulo do consumo, o Praia de Belas lançou uma campanha direcionada às crianças, além de investir em uma decoração diferente da dos anos anteriores e diversas atividades especiais. "Estamos muito felizes com a novidade Portais Mágicos - uma aventura de Natal com realidade aumentada", comenta a diretora de marketing da Iguatemi Empresa de Shopping Centers, administradora do Praia de Belas, Aline Zarouk. O cenário erguido no empreendimento imita um campanário com seis grandes sinos, além de um prédio de cinco andares no estilo neoclássico. "Mudamos a decoração e criamos uma campanha, com direito a sorteio de um carro", comenta a gerente de marketing do Praia de Belas, Janine Oliveira. A projeção, segundo ela é de que ocorra um crescimento de 10% nas vendas em relação a 2015.
Contando com um aumento de 25% do público que circula pelo empreendimento desde que inaugurou a obra de expansão, em abril deste ano, o Shopping Iguatemi também antecipou a decoração e campanha de Natal, lançadas na semana passada. O investimento já rendeu o fluxo de mais de 30 mil pessoas, que se direcionaram ao local para conferir o ambiente lúdico relacionado à data. "A expectativa é de que cerca de quatro milhões de pessoas circulem pelo Iguatemi até o dia 6 de janeiro", projeta a gerente de Marketing do empreendimento, Marcia Ferla. Ainda não foram todas as 373 operações que aderiram ao clima natalino, mas Marcia afirma que a administração do espaço tem "incentivado" os lojistas a investirem mais cedo na decoração e vitrines para o Natal. "Nossa projeção é de com os eventos culturais e as ações específicas para a data, possamos gerar um aumento de 30% do fluxo de consumidores neste período."