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Mercado de Capitais

- Publicada em 10 de Novembro de 2016 às 20:06

Dólar encerra sessão com a maior alta em oito anos

O dólar avançou no ritmo mais acentuado em oito anos em meio a incertezas com o futuro da política econômica e monetária dos Estados Unidos. No mercado à vista, a divisa norte-americana encerrou em alta de 4,29% nesta quinta-feira, o que não era visto desde a elevação de 6,44% em 22 de outubro de 2008.
O dólar avançou no ritmo mais acentuado em oito anos em meio a incertezas com o futuro da política econômica e monetária dos Estados Unidos. No mercado à vista, a divisa norte-americana encerrou em alta de 4,29% nesta quinta-feira, o que não era visto desde a elevação de 6,44% em 22 de outubro de 2008.
Como consequência, a moeda somou o segundo ganho consecutivo frente ao real e terminou aos R$ 3,3615, no nível mais elevado desde 7 de julho de 2016, quando atingiu R$ 3,3617. O volume de negócios somou US$ 971,415 milhões. O contrato futuro de dólar para dezembro encerrou em alta de 5,18%, aos R$ 3,4010, com giro de US$ 31,216 bilhões.
Num dia de ajuste de expectativas globais e saída de recursos no País, o movimento foi liderado, principalmente, pela leitura de que o Federal Reserve poderá elevar juros de forma mais rápida que o esperado a partir de 2017, por causa da política expansionista de Donald Trump nos Estados Unidos.
O presidente eleito dos EUA tem reforçado, sem muitos detalhes, que seu governo se concentrará em gastos em infraestrutura, redução de impostos e melhora do mercado de trabalho, o que pode incidir numa inflação mais elevada. Esse movimento poderá levar o Fed acentuar o aperto monetário, o que já impulsionou os juros futuros dos títulos públicos dos EUA. O ajuste também se refletiu na renda fixa nacional e na elevação do dólar frente ao real, que foi impulsionada por movimentos técnicos.
Depois de interromper os leilões de contratos de swap cambial reverso, o Banco Central anunciou, no final do dia, a retomada da oferta de contratos de swap cambial tradicional a partir de amanhã. O contrato de swap tradicional tem efeito comparável à venda de dólares no mercado futuro.

Ibovespa sofre perda de 3,25% com temor de Trump

A repercussão da eleição de Donald Trump nos Estados Unidos provocou a segunda sessão consecutiva de perdas na Bovespa. O temor dos efeitos globais de uma eventual política expansionista nos EUA gerou sobressaltos, e o Índice Bovespa fechou em queda de 3,25%, aos 61.200,95 pontos nesta quinta-feira. Ao longo do pregão, no entanto, o índice oscilou em um intervalo de nada menos que 3.350 pontos, entre a máxima de 63.903 pontos ( 1,02%) e a mínima de 60.553 pontos (-4,28%).
Pela manhã, o mercado buscou acompanhar a melhora de humor do mercado americano, mas não tardou a ser contaminado pelo sentimento de aversão ao risco, que atingiu principalmente os mercados emergentes. Boa parte da pressão veio dos mercados de juros e de câmbio, onde taxas e dólar dispararam diante de ajustes de posições que levaram em conta a possibilidade de mudança nos fluxos globais. Isso porque uma política expansionista, com a qual Trump acena, levaria a um aumento de gastos públicos, maior inflação e mais juros nos EUA.
Com os contratos futuros de juros registrando altas de mais de 40 pontos-base e o dólar em alta de até 5% ao longo do dia, houve uma correção de rota na Bovespa, ainda mais forte que a observada na véspera. Algumas das quedas mais agressivas foram de ações de empresas com alto endividamento em dólar, como as da Gol (fora do Ibovespa), que despencaram 17,63%, levando com elas os papéis de sua controlada Smiles ON, quarta maior queda do Ibovespa, com -8,76%.
As ordens de venda se concentraram principalmente nas ações do setor financeiro e nos papéis da Petrobras, blue chips com potencial para influenciar o mercado como um todo. No caso dos bancos, pesou ainda o resultado trimestral do Bradesco, cujo lucro caiu 21,5% na comparação anual e foi considerado fraco. Bradesco ON e PN terminaram o dia com quedas de 6,25% e 8,92%, respectivamente. Banco do Brasil ON não ficou muito atrás e teve perda de 6,41%.
O grande contraponto do mercado de ações ficou novamente com as ações da Vale e das siderúrgicas. Com altas bastante expressivas, esses papéis evitaram uma queda mais forte na bolsa brasileira. As empresas surfam no bom desempenho das commodities metálicas. Hoje, o minério de ferro subiu mais 4,5%, depois dos 4,7% da véspera. Vale ON subiu 7,48%; e Vale PNA, 8,21%. CSN ON avançou 3,78%.
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