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Gestão

- Publicada em 22 de Novembro de 2016 às 13:37

Empresas familiares crescem mais rápido, mas têm menor rentabilidade no Brasil

Pesquisa foi realizada com cerca de 200 negócios de família e envolveu aproximadamente mil companhias

Pesquisa foi realizada com cerca de 200 negócios de família e envolveu aproximadamente mil companhias


CREATIVEART/FREEPIK.COM/DIVULGAÇÃO/JC
Mesmo com menor rentabilidade, empresas familiares crescem mais rápido do que outras companhias em mercados emergentes. Essa é uma das descobertas do artigo "O que torna as empresas familiares em mercados emergentes tão diferentes?", recém-lançado pelo The Boston Consulting Group (BCG). Segundo o relatório, o CAGR (Taxa de Crescimento Anual Composta, na sigla em inglês) para empresas familiares em mercados emergentes é de 3% a 5% maior do que para outras companhias. No Brasil, o segmento apresenta crescimento de 21% e 5% de rentabilidade em comparação com 18% de crescimento e 8% de rentabilidade de não familiares.
Mesmo com menor rentabilidade, empresas familiares crescem mais rápido do que outras companhias em mercados emergentes. Essa é uma das descobertas do artigo "O que torna as empresas familiares em mercados emergentes tão diferentes?", recém-lançado pelo The Boston Consulting Group (BCG). Segundo o relatório, o CAGR (Taxa de Crescimento Anual Composta, na sigla em inglês) para empresas familiares em mercados emergentes é de 3% a 5% maior do que para outras companhias. No Brasil, o segmento apresenta crescimento de 21% e 5% de rentabilidade em comparação com 18% de crescimento e 8% de rentabilidade de não familiares.
Os países emergentes também apresentam uma porcentagem maior de empresas familiares. Enquantonos Estados Unidos e na Europa (Alemanha e França), elas representam 33% e 40% do mercado, no Brasil e na Índia esta porcentagem é de 46% e 56%, respectivamente.
De acordo com o artigo, diferente dos mercados desenvolvidos, onde as empresas familiares gastam menos com fusões e aquisições do que outras empresas, buscando menos aquisições e de menor porte, as empresas familiares nos mercados emergentes utilizam uma abordagem mais ambiciosa para o crescimento inorgânico, fazendo mais acordos e de maior porte do que as outras empresas.
O artigo também aponta que as empresas familiares nos mercados desenvolvidos assumem menos dívidas do que outras empresas descobrimos que sua alavancagem financeira média é 27% menor. Já em mercados emergentes, as empresas familiares assumem uma quantidade de dívidas semelhante à das não familiares.
A pesquisa foi realizada com cerca de 200 negócios de família em países desenvolvidos e aproximadamente 1.000 companhias neste mesmo perfil na Índia, Sudeste Asiático e no Brasil. De acordo com o levantamento, as empresas familiares em mercados emergentes adotam uma abordagem e gestão significativamente diferentes. Elas estão entre as empresas mais ambiciosas do mundo, ganhando vários setores e tornando-se líderes de mercado.
No Brasil, segundo o relatório, muitos grandes conglomerados familiares adotaram um modelo de governança corporativa que foi considerado o melhor de todos na década de 1990. Este modelo, que implica na rígida fiscalização pelos órgãos governamentais e na aderência a uma infinidade de procedimentos, era bem adequado a um ambiente de negócios estável e previsível.

Inovação pode estimular o sucesso

Criar condições para que as empresas possam fugir da competição de baixos custos é uma das possibilidades viáveis para acelerar o crescimento econômico no estado. Além disso, para que as organizações se tornem competitivas e ativas no mercado é necessário que agreguem valor e desenvolvam novos produtos.
Segundo  Paulo Antônio Zawislak, que também é o idealizador da pesquisa inédita "Caminhos da Inovação na Indústria Gaúcha", mais de 70% das empresas gaúchas faz baixo uso da tecnologia, ou seja, não investem em inovação.
"Esse fator é determinante para que as empresas sejam obrigadas a baixar preços, diferente daquelas que investem em tecnologia e em produtos inovadores, e não precisarão baratear, pois quem deseja seu serviço pagará o preço dele", explica.
Zawislak apresentou um panorama geral do desenvolvimento tecnológico da indústria do Rio Grande do Sul durante painel executivo, promovido pela BCF Consultoria em novembro. Na ocasião, ele destacou os principais desafios a serem vencidos não somente pelas próprias empresas, mas por intermédio de mais incentivo do governo e participação da sociedade.
Atualmente, segundo a pesquisa, 87% das organizações podem ser consideradas micro ou pequena empresa (MPEs) e 88% seguem o modelo familiar. 75% delas focam no uso pleno da capacidade instalada e 81% ainda se baseiam em custos no lugar da agregação de valor.
Para acelerar o crescimento e o desenvolvimento das indústrias no estado, Zawislak citou três termos fundamentais: conhecimento, tecnologia e inovação. Para ele, essas são as palavras-chave para o sucesso. Ainda sobre as possibilidades de melhoria, o especialista revelou que produção e qualidade são fundamentais, porém, não podem mais ser considerados elementos de diferenciação.
"Empresas inovadoras não nascem da noite para o dia, pois além da consciência empreendedora quanto à necessidade de mudança, elas precisam de estímulos à cultura do conhecimento e à capacitação para ganhar potencial competitivo", disse.
Além disso, o especialista recomenda que as empresas agreguem valor àquilo que sabem, que dominem a tecnologia que utilizam e também o produto e a marca que possuem para reduzir a dependência com a relação aos clientes. Dessa forma será possível estruturar com mais eficácia os processos de inovação.
Ao governo, segundo Zawislak, cabe reestruturar os programas de desenvolvimento, adequando-os à necessidade de cada perfil de empresa. Ademais, ele acredita que é possível promover editais para MPEs de baixo nível tecnológico diferente dos desenvolvidos para empresas de setores de alto nível tecnológico, permitindo que a concorrência seja justa entre todos os tipos de organizações.
"Os poderes públicos precisam incentivar as empresas para que desenvolvam ecossistemas de inovação. Estumar a criação de startups e apoiar coworkings e smartcities são formas inteligentes de fazer isso. Se 3 milhões é o faturamento anual médio de 90% das empresas gaúchas, é fato que o líquido que sobra não permitirá os investimentos necessários em pesquisa e desenvolvimento", acrescenta.
A pesquisa "Caminhos da Inovação na Indústria Gaúcha" foi realizada em parceria com as mais importantes instituições de ensino superior do Rio Grande do Sul: Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Universidade de Caxias do Sul (UCS), Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) e Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs).