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Governo Federal

- Publicada em 18 de Outubro de 2016 às 18:24

Moreira Franco nega ter recebido propina

Para ministro, é 'uma mentira afrontosa' a afirmação da Odebrecht

Para ministro, é 'uma mentira afrontosa' a afirmação da Odebrecht


Marcelo Camargo/Agência Brasil/JC
O ministro Moreira Franco (secretário do PPI, o Programa de Parcerias de Investimentos) reafirmou, em Tóquio, ontem, que é "uma mentira afrontosa" a afirmação do ex-executivo da Odebrecht Claudio Melo Filho de que ele teria recebido dinheiro para defender interesses da empreiteira.
O ministro Moreira Franco (secretário do PPI, o Programa de Parcerias de Investimentos) reafirmou, em Tóquio, ontem, que é "uma mentira afrontosa" a afirmação do ex-executivo da Odebrecht Claudio Melo Filho de que ele teria recebido dinheiro para defender interesses da empreiteira.
"Já falei sobre isso. Já divulguei uma nota, e é o suficiente", afirmou o ministro após evento em que apresentou o PPI a empresários e investidores japoneses.
Segundo a revista Veja, Claudio Melo Filho, ex-vice-presidente de relações institucionais da Odebrecht, citou, em negociação para delação, que Franco, o ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) e o senador Romero Jucá (PMDB-RR) teriam recebido propina.
De acordo com o ex-executivo da empreiteira, o dinheiro teria sido pago para "fazer sumir um aeroporto inteiro", em referência ao aeroporto de Caieiras, que nunca saiu do papel. A Odebrecht teria interesse em barrar essa obra para evitar concorrência com o aeroporto do Galeão, do qual venceu a concessão.
"O que está na nota é curto e grosso o que eu tenho a dizer sobre o assunto", afirmou o ministro, que afirma não ter tratado de dinheiro com Melo Filho. O ministro também declarou que "muita água tem que correr por baixo da ponte" antes que se possa discutir parcerias com o PSDB para as eleições de 2018. "Um projeto eleitoral é incompatível com a recessão que estamos enfrentando."
Durante o discurso que fez aos japoneses, Moreira Franco criticou, em vários momentos, o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), do qual fez parte, em relação à política macroeconômica e à intervenção nos leilões de infraestrutura. 
Fez também referências indiretas às acusações de corrupção ao mencionar que, durante esta visita, algumas empresas japonesas queixaram-se de dificuldades, parte provocadas pela crise, parte por "outras questões". Afirmou que o governo garantiria compliance (regras de transparência e lisura) tanto no mundo privado quanto no público.
Questionado sobre por que tanto ele quanto o presidente Michel Temer (PMDB), que integravam a gestão Dilma, não haviam impedido que o governo cometesse os erros agora apontados, Franco afirmou que eles "demoraram a perceber" os problemas.
"Quando percebemos, há mais ou menos um ano e meio, fizemos o documento 'Ponte para o Futuro', em que propusemos tudo o que estamos fazendo agora." O ministro usou parte de sua fala aos empresários para defender a mudança de governo no Brasil. Repetiu, várias vezes, que a troca de presidentes foi constitucional, dentro da democracia, e que a condução da política econômica de Dilma levou o País à pior recessão de sua história. "Faremos um novo processo, do ponto de vista regulatório e moral", disse o ministro sobre o pacote de leilões de infraestrutura.

Em visita ao Japão, Michel Temer minimiza denúncias contra integrantes do seu governo

Durante visita ao Japão, o presidente Michel Temer (PMDB) minimizou ontem as denúncias da Odebrecht contra o ministro Geddel Vieira Lima (PMDB), da Secretaria de Governo, Moreira Franco (PMDB), ministro do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), e Romero Jucá, presidente do PMDB. Temer afirmou que as acusações precisam se consolidar.
No sábado passado, Moreira Franco já havia negado ter recebido propina de R$ 3 milhões do ex-vice-presidente de relações institucionais da Odebrecht em 2014, para supostamente cancelar o projeto de um aeroporto.
De acordo com a revista "Veja", o executivo Claudio Melo Filho disse, em delação premiada, ter pago o valor a Moreira, que na época era ministro da Secretaria de Aviação Civil do governo Dilma Rousseff (PT), para supostamente favorecer a Odebrecht, concessionária do aeroporto Galeão, no Rio de Janeiro.
"Sabe o que acontece? O envolvimento dos nomes se deu, convenhamos, por enquanto, por uma simples alegação, por uma afirmação. É preciso que essas coisas se consolidem. Se um dia se consolidarem, o governo verá o que fazer", afirmou o presidente Michel Temer, encerrando a discussão do assunto sobre os ministros citados pela Odebrecht.

Centrais sindicais organizam greve geral contra reformas

As centrais sindicais se reunirão na sede da Central Única dos Trabalhadores (CUT) nesta quarta-feira para definir um dia nacional de mobilização e paralisações contra as reformas propostas pelo governo Michel Temer (PMDB). O encontro está previsto para começar às 14h30min.
"Os debates se darão no Congresso, e precisamos trazer a população para o nosso lado", disse o secretário-geral da Força Sindical, José Carlos Gonçalves, o Juruna.
No início do mês, dirigentes de 79 entidades sindicais que representam trabalhadores do setor de transportes de todo o País concordaram em se engajar em uma greve geral contra as reformas trabalhista e previdenciária propostas pelo governo.
Participaram representantes dos trabalhadores dos portos, aeroportos, ferrovias e rodovias e sistemas viários urbanos de todos os estados do País. A data da paralisação, provavelmente dia 10 de novembro, será confirmada na reunião de hoje.
O engajamento dos trabalhadores dos transportes faz parte da estratégia para dar a maior visibilidade possível à greve geral. "São metroviários, condutores, aeroviários, portuários e outras categorias do setor, que é estratégico. O transporte tem importância muito grande, pois chama a atenção de todas as pessoas para o debate que está acontecendo no Congresso", disse Juruna.
Além das reformas previdenciária e trabalhista, os sindicalistas vão incluir na pauta da greve a PEC 241, que cria um teto de gastos para os governos.
"O slogan é 'nenhum direito a menos' e, com a decisão de hoje, o movimento se encaminha para a greve geral", disse o diretor executivo da CUT, Julio Turra.
Além de Força e CUT, participaram da reunião, em São Paulo, representantes de todas as demais centrais sindicais, exceto a Conlutas, ligada do PSTU.
Ontem, cerca de mil manifestantes, segundo contagem de Juruna, reuniram-se em frente à regional do Banco Central (BC), na Avenida Paulista, e protestaram por pouco mais de uma hora contra a elevada taxa básica de juro (Selic).
Não por coincidência, a manifestação foi convocada para terça-feira, que marca o primeiro de dois dias do 202º Comitê de Política Monetária (Copom), que deverá iniciar um ciclo de cortes da Selic após 15 meses sendo mantida em 14,25% ao ano.
"A manifestação foi pela redução da taxa de juro, que determina emprego, consumo e investimento nas áreas produtivas", disse Juruna. De acordo com o sindicalista, independentemente de o colegiado poder iniciar na quarta-feira cortes na taxa de juros, a sociedade precisa de uma demonstração de que o governo vai tomar medidas que venham a valorizar o setor produtivo.