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partido dos trabalhadores

- Publicada em 18 de Outubro de 2016 às 17:00

'Não se muda o PT com ultimatos', diz Guimarães

José Guimarães concorda com troca do comando em todos os níveis

José Guimarães concorda com troca do comando em todos os níveis


Marcelo Camargo/Agência Brasil/JC
O deputado federal José Guimarães (PT-CE) criticou ontem a disputa entre as correntes petistas pelo comando do partido e disse que não se muda o PT com "ultimatos" nem "caça às bruxas". Integrante da tendência Construindo um Novo Brasil (CNB), majoritária no PT, Guimarães afirmou que, sem a definição de uma estratégia e de um programa, a sigla vai se perder numa "briga sem causa" e corre o risco de ver sua crise se aprofundar ainda mais.
O deputado federal José Guimarães (PT-CE) criticou ontem a disputa entre as correntes petistas pelo comando do partido e disse que não se muda o PT com "ultimatos" nem "caça às bruxas". Integrante da tendência Construindo um Novo Brasil (CNB), majoritária no PT, Guimarães afirmou que, sem a definição de uma estratégia e de um programa, a sigla vai se perder numa "briga sem causa" e corre o risco de ver sua crise se aprofundar ainda mais.
"O PT vai fazer o quê? Vai se engalfinhar na luta interna sem visão estratégica de futuro? É um péssimo caminho", argumentou o deputado, que é um dos vice-presidentes do partido. "Esse modelo de polarização entre dois campos engessa e mata o debate."
A crítica de Guimarães tem endereço certo: o grupo "Muda PT", que abriga cinco correntes de esquerda no espectro ideológico do petismo, entre as quais a Mensagem ao Partido, do ex-governador Tarso Genro. Nas fileiras dos insatisfeitos, há quem já fale, reservadamente, em nova debandada no PT, desta vez de deputados, que temem não se reeleger em 2018, caso a CNB continue dando as cartas e impeça o movimento pela "refundação" da sigla.
Em plenária realizada na noite de segunda-feira, em Brasília, o "Muda PT" aprovou um manifesto conclamando os militantes a ocupar "as ruas e os espaços" do partido, em defesa de um congresso imediato para apresentar nova estratégia, atualizar o programa e eleger outra direção. Um encontro prévio foi convocado pelo grupo para os dias 3 e 4 de dezembro.
A esquerda petista alega que a eleição interna do partido virou um processo contaminado por práticas eleitorais do sistema político, sendo dominado por abuso do poder econômico e filiação em massa para dirigir o resultado das urnas.
"Nossos sonhos e lutas não cabem nesses artifícios burocráticos", diz o manifesto do grupo. "Queremos mudar o PT para reconquistar o apoio da classe trabalhadora, da juventude e das novas lutadoras e lutadores smobilizados em todo o Brasil."
Contrariado com o rumo das discussões, na esteira do impeachment de Dilma Rousseff (PT) e depois de o PT perder 60% de suas prefeituras, tendo a maior derrota eleitoral em São Paulo, Guimarães disse que há descontentes fazendo ameaças sem sequer discutir um projeto para o partido. "Ninguém mais do que eu prega mudanças substantivas no PT, com atualização do programa e reformulação da política de alianças, privilegiando as forças de esquerda", afirmou o deputado, que foi líder do governo na Câmara na gestão de Dilma.
Guimarães concorda com a troca do comando petista em todos os níveis, do diretório nacional às seções estaduais e municipais. "Mas não dá para fazer o debate atropelando as regras, a política, e ameaçando 'se fizer isso, eu fico; se não fizer, eu saio'. Você não muda nada com ultimatos. Os que saíram no passado do perderam vergonhosamente, e o nosso partido continua com uma base grande", argumentou.

Em artigo, ex-presidente Lula se diz 'vítima de uma caçada'

E artigo escrito para a edição desta terça-feira do jornal Folha de S. Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), réu em três processos, fez críticas à Operação Lava Jato e as demais investigações contra ele - sem explicar ou dar resposta às acusações.
Como de praxe, Lula atacou os inimigos de sempre: a Justiça, a imprensa livre e a "elite" que trabalha incansavelmente para que os mais pobres percam benefícios sociais ou deixem de andar de avião, de acordo com a retórica petista. Diz que é vítima de uma "caçada" e que nada conseguiu se comprovar contra ele. Também ataca a "ignorância" dos agentes da lei.
"Às vésperas de completar 71 anos, vejo meu nome no centro de uma verdadeira caçada judicial. Devassaram minhas contas pessoais, as de minha esposa e de meus filhos; grampearam meus telefonemas e divulgaram o conteúdo; invadiram minha casa e conduziram-me à força para depor, sem motivo razoável e sem base legal. Estão à procura de um crime, para me acusar, mas não encontraram e nem vão encontrar", escreveu.
O artigo de Lula não teve grande repercussão - não figura sequer entre os assuntos mais comentados do Twitter - os usuários da rede social se dividem entre a operação da Polícia Federal que mira a banda Aviões do Forró e uma votação sobre o sertanejo Luan Santana.
Já na página do ex-presidente do Facebook, os compartilhamentos são pouco mais de 4.600 e as reações, 11 mil.
Na véspera, com boatos sobre a sua prisão, manifestantes fizeram vigília em frente ao prédio do petista em São Bernardo do Campo. A mobilização durou algumas horas.