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Opinião

- Publicada em 20 de Outubro de 2016 às 16:52

Do ismo ao istmo

Nosso tempo, sem dúvida prefere a imagem à coisa, a cópia ao original, a representação à realidade, a aparência ao ser. O que é sagrado não passa de ilusão, pois a verdade está no profano. Ou seja, à medida que decresce a verdade, a ilusão aumenta e o sagrado cresce a seus olhos de forma que o cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sagrado. (Feuerbach)
Nosso tempo, sem dúvida prefere a imagem à coisa, a cópia ao original, a representação à realidade, a aparência ao ser. O que é sagrado não passa de ilusão, pois a verdade está no profano. Ou seja, à medida que decresce a verdade, a ilusão aumenta e o sagrado cresce a seus olhos de forma que o cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sagrado. (Feuerbach)
O título lembra o ismo associado geralmente ao negativismo. Primo-irmão do vício contido em racismo distante das virtudes do humanismo e do romantismo que passam a ser exceções que confirmam a regra. Há feminista (ou ex) que abandonou o feminismo. Alguns racistas se deram conta que racismo é doença da alma que perpassa gerações. Nelson Mandela, quando assumiu na África do Sul, transformou o ismo em istmo condutor de masmorras do vício ao templo da virtude. A consciência da doença leva à cura. Os alcoólatras anônimos lecionam: evite o primeiro gole. O getulismo, janguismo, brizolismo, lulismo e dilmismo provam não existir salvador da pátria. Pobre do povo que precisa de heróis. O mito é o nada que é tudo (F. Pessoa). Aprendi com Ibsen Pinheiro: Quando o coletivo vai bem, o individual vai bem. Quando o coletivo vai mal, o individual vai mal. Patriotismo não é apenas cantar o hino, desfraldar bandeira, e sim no silêncio, tatuar no espírito o verdadeiro amor incondicional. A pátria, com ética, honestidade e respeito ao próximo nada tem a ver com a competição de ídolos do automobilismo, ciclismo e outros ismos. Precisamos, sim, é do coletivismo plural. A luz que acendo no painel do coração pode ser vermelha, amarela ou verde. O encarnado é ação. O verde é a esperança do acolhimento. Reflitam ao ver a luz amarela acesa. É sinal que quem não escuta cuidado, escuta coitado. Na dúvida, não ultrapasse. Mesmo que Millôr diga que quem não as tem é porque está mal informado. Releiam a epígrafe do prefácio de Feuerbach. Obrigado ao colega João Roberto A. Neves (Jornal do Comércio de 19/10/2016) por me relembrar aquele pensador.
Escritor
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