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Opinião

- Publicada em 20 de Outubro de 2016 às 16:18

Enfim, Eduardo Cunha acaba mesmo na prisão

O que era esperado pela opinião pública acabou sendo referendado pelo juiz Sérgio Moro, ou seja, o ex-deputado e ex-presidente da Câmara Federal Eduardo Cunha (PMDB), um dos artífices do impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT), está hoje na prisão. Mesmo que esteja em um xilindró de 12 metros quadrados apenas para ele na Polícia Federal em Curitiba, não deve ser do agrado do ex-parlamentar, que ficou no noticiário por meses, desafiado a tudo e a todos.
O que era esperado pela opinião pública acabou sendo referendado pelo juiz Sérgio Moro, ou seja, o ex-deputado e ex-presidente da Câmara Federal Eduardo Cunha (PMDB), um dos artífices do impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT), está hoje na prisão. Mesmo que esteja em um xilindró de 12 metros quadrados apenas para ele na Polícia Federal em Curitiba, não deve ser do agrado do ex-parlamentar, que ficou no noticiário por meses, desafiado a tudo e a todos.
Detalhada no Código de Processo Penal, a prisão preventiva pode ser decretada quando há indícios suficientes de autoria do crime, além de riscos à aplicação da lei, ao andamento do processo e para garantir a ordem pública ou econômica. É usada para evitar que o réu fuja, atrapalhe o trabalho da Justiça ou continue a praticar crimes.
Em sua decisão, Moro citou as tentativas de Cunha de intimidar testemunhas na CPI da Petrobras, em 2015, e de impedir reuniões do Conselho de Ética da Câmara, quando este analisava representações contra o peemedebista.
Ao decretar a indisponibilidade de bens no montante de R$ 220 milhões de Cunha, a Justiça Federal encontrou extratos zerados e uma ação da Oi no valor de R$ 2,10 em nome do peemedebista.
Réu em ação penal por crime de corrupção e lavagem de dinheiro, em esquema envolvendo a Petrobras, assim mesmo o Supremo Tribunal Federal (STF) não encontrou tempo para julgar o parlamentar, quando ele gozava do hoje execrado foro privilegiado.
O ex-parlamentar, com total conhecimento do funcionamento da Câmara e dos seus meandros administrativos, foi levando o pedido de cassação contra ele por muitos meses, no processo que é, até agora, o mais longo da história da Câmara. Agora, sem contar com o foro privilegiado, Cunha enfrentou os procuradores do Ministério Público Federal de Curitiba. E lá, a situação não está boa para quem cai nas malhas da Justiça.
Cunha vinha sendo monitorado por todos os lados, pois seu poder de troca-troca foi revelado ainda na Câmara. Temendo que, com seus milhões de dólares na Suíça, conforme o sistema bancário daquele país, o peemedebista fosse para o exterior e ficasse longe das barras dos tribunais brasileiros, Sérgio Moro acatou pedido e emitiu ordem de prisão contra ele.
No caso, ficam dois sentimentos, o da irritação por saber que, realmente, a corrupção infiltrou-se nos gabinetes de alguns parlamentares e políticos em Brasília e, por outro lado, a sensação de que a frase quase folclórica de que só "ladrão de galinha" vai preso Brasil está acabando. Talvez já tenha mesmo terminado.
Como quase todos os acusados da Operação Lava Jato, a declaração do ex-todo poderoso presidente da Câmara veio em linha com o que se tem ouvido, sistematicamente: foi uma prisão desnecessária, sou inocente e estou à disposição da Justiça.
Cunha sempre negou que tenha recursos no exterior, mas suas despesas astronômicas em restaurantes e hotéis na Europa e nos Estados Unidos são a prova de alguém que não precisava contar valores para gozar de tudo o que o dinheiro pode proporcionar.
O ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF, foi quem determinou o afastamento de Cunha do mandato de deputado federal e da presidência da Câmara. O ministro atendeu a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Então, a Justiça tardou, mas não falhou.
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