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Internacional

- Publicada em 30 de Outubro de 2016 às 17:12

Rajoy é reeleito na Espanha, mas não terá maioria

Primeiro-ministro teve 170 votos a favor, 111 contrários e 68 abstenções

Primeiro-ministro teve 170 votos a favor, 111 contrários e 68 abstenções


DANIEL OCHOA DE OLZA/AFP/JC
O primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, foi reeleito no sábado em votação do Congresso, encerrando uma "paralisia" política de mais de dez meses. A candidatura de Rajoy, do conservador PP (Partido Popular), teve 170 votos a favor, 111 contra e 68 abstenções. Sem maioria dentro do Congresso, formado por 350 deputados, o premiê terá um complicado mandato a cumprir.
O primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, foi reeleito no sábado em votação do Congresso, encerrando uma "paralisia" política de mais de dez meses. A candidatura de Rajoy, do conservador PP (Partido Popular), teve 170 votos a favor, 111 contra e 68 abstenções. Sem maioria dentro do Congresso, formado por 350 deputados, o premiê terá um complicado mandato a cumprir.
Esse será o governo com o menor apoio parlamentar desde 1978, dificultando as decisões que Rajoy precisará tomar, depois de meses de funções limitadas - por exemplo, aprovar o orçamento de 2017 ou os cortes de gastos exigidos pela União Europeia (UE). Houve eleições na Espanha em dezembro de 2015 e em junho passado, mas nenhum partido conseguiu somar o número necessário de deputados para governar.
A divisão foi causada pelo surgimento de novas forças políticas, que pulverizaram os votos. O impasse foi resolvido apenas porque o Psoe (Partido Socialista Operário Espanhol) decidiu, em um gesto controverso, abster-se do voto no Congresso, abrindo, assim, o caminho para o PP. O Psoe precisou remover seu secretário-geral, Pedro Sánchez, para conseguir aprovar a abstenção de seus deputados no sábado. Sánchez, que insistia em bloquear o governo de Rajoy, renunciou durante o dia ao seu cargo no Congresso.
Apesar da formação de um novo governo, "a incerteza política vai continuar", de acordo com Marta Romero, analista do think tank Fundação Alternativas. "Será muito difícil que o governo chegue ao fim", afirma a especialista. O mandato do primeiro-ministro é de quatro anos.
Os mais de dez meses de impasse demonstraram que os partidos espanhóis não têm sido capazes de entrar em acordo. Mesmo o Cidadãos (centro-direita), que votou a favor de Rajoy no Congresso, não necessariamente precisa apoiá-lo.
O PP cresceu entre a primeira e a segunda tentativa de eleições, e analistas preveem que também ganharia mais espaço se houvesse uma terceira rodada, em dezembro. O Psoe, por sua vez, registrou os dois piores resultados de sua história. Rajoy tem também outros dois trunfos: a maioria absoluta no Senado, e a possibilidade de seduzir os movimentos nacionalistas para que apoiem suas medidas.
A disputa não será apenas para governar. O Psoe e o Podemos (de esquerda) vão disputar a liderança da oposição no Congresso. Os socialistas têm a vantagem numérica, com mais assentos (85 contra 71). Porém, será difícil ao Psoe convencer o público de que é um partido de oposição, após ter permitido o governo do PP. "O Psoe será enxergado como responsável pelas políticas do PP", opina Pablo Simon, do conglomerado de analistas Politikon. "O Podemos tomou esta bandeira."
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