A um ano da votação presidencial, o Chile teve no domingo, com eleições municipais em todo o país, um termômetro do que deve ser a disputa em 2017. A aliança de centro-esquerda atualmente no governo, a Nueva Mayoria, encolheu devido ao desgaste da gestão da presidente Michelle Bachelet.
Já a direita, representada pela coalizão Chile Vamos, se expandiu, conquistando algumas cidades consideradas chave no mapa eleitoral chileno. Dos dez maiores municípios do país, oito ficaram com a aliança direitista.
A eleição teve alto nível de abstenção (66%), e o resultado mostrou o Chile Vamos como vencedor ao obter 38,5% dos votos, aumentando o número de cidades em seu poder, de 121 para 142. Já a Nueva Mayoria alcançou 37% dos votos, reduzindo o número de municípios em que governa de 167 para 144.
O desgaste da Nueva Mayoria está relacionado a dificuldades de Bachelet em cumprir, junto a seu eleitorado, algumas de suas promessas de campanha. A principal delas era convocar uma assembleia constituinte para redigir uma nova Constituição para o país - a atual ainda é a imposta pela ditadura do general Augusto Pinochet (1973-1990), de 1980. Nela, estariam incluídas uma reforma educacional, leis que minimizariam a desigualdade da distribuição de recursos, a atuação do Estado - principalmente no Sul - e os avanços em direitos civis.