O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) denunciou ontem que estão atrasadas as obras da mineradora Samarco para contenção da lama que vaza da barragem de Fundão, em Mariana, Minas Gerais, em novembro do ano passado. O rompimento da barragem causou 19 mortes e teve grave impacto ecológico na região.
De acordo com o órgão, há atraso na maioria das ações que deveriam estar sendo tomadas para conter os danos ambientais e diminuir os impactos negativos já registrados no meio ambiente.
Foi identificado também um "quadro alarmante" de processos erosivos em 92% das áreas vistoriadas, que pode se tornar ainda mais grave com a chegada do período de chuvas. Da mesma forma, o órgão critica o que considera "baixo esforço" da Samarco no cumprimento das notificações recebidas e a demora no repasse de recursos a municípios para investimentos em saneamento.
Em nota, a Samarco garantiu que as obras de reforço de segurança estão "100% concluídas". Conforme a mineradora, a construção da barragem de Nova Santarém e o dique S4, considerados fundamentais no esforço de conter a lama tóxica, estão dentro dos prazos, e 800 hectares de vegetação já teriam sido recuperados.
Na quinta-feira passada, o Ministério Público Federal (MPF) denunciou 22 pessoas, sendo 21 por homicídio qualificado com dolo eventual - quando se assume o risco de cometer o crime - pela tragédia ocorrida com o rompimento da barragem. Quatro empresas (Samarco, Vale, BHP Billiton e VogBR) também foram denunciadas.