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CONJUNTURA

- Publicada em 18 de Outubro de 2016 às 18:32

Menos automóveis nas ruas e segurados nas empresas

Decisão de reduzir custo também é por imediatismo, ressalta Almeida

Decisão de reduzir custo também é por imediatismo, ressalta Almeida


GBOEX/DIVULGAÇÃO/JC
Um dos fatores mais nitidamente relacionado a desaceleração da economia no Brasil, e seu impacto direto no setor de seguros é que queda drástica na venda de veículos no País. Menos veículos novos nas ruas, um dos motores do setor até o ano passado, se refletem em menos seguros vendidos. Também na contramão dos negócios, com menos renda, sem renda ou com os ganhos corroídos pelo aumento dos preços, em geral, muitos consumidores pararam de se segurar, e com os riscos maiores para todos, os preços do produto que minimiza o prejuízo econômico tende a aumentar, avalia Pedro Hernando Moreira Garcia, diretor do Sindicato das Corretoras de Seguros Rio Grande do Sul (Sindiseg - RS)
Um dos fatores mais nitidamente relacionado a desaceleração da economia no Brasil, e seu impacto direto no setor de seguros é que queda drástica na venda de veículos no País. Menos veículos novos nas ruas, um dos motores do setor até o ano passado, se refletem em menos seguros vendidos. Também na contramão dos negócios, com menos renda, sem renda ou com os ganhos corroídos pelo aumento dos preços, em geral, muitos consumidores pararam de se segurar, e com os riscos maiores para todos, os preços do produto que minimiza o prejuízo econômico tende a aumentar, avalia Pedro Hernando Moreira Garcia, diretor do Sindicato das Corretoras de Seguros Rio Grande do Sul (Sindiseg - RS)
"Todo mundo está sendo prejudicando. O setor não cresce, mesmo tendo potencial, porque a renda das pessoas não aumenta, o cenário futuro e incerto. Infelizmente, e se entende, o seguro acaba muitas vezes sendo uma das primeiras opções porque não é um benefício imediato. E o brasileiro não costuma pensar muito no futuro", diz.
De acordo com o executivo da Liberty Seguros, o volume de vendas que sai de apenas um das concessionárias parceiras da empresa caiu de 100 para 20 mensais. A redução de 80% foi sentida diretamente pelos corretores em seu dia a dia, nas mesmas proporções. A migração dos compradores para veículos usados igualmente afeta o segmento, porque é mais comum não ter seguro de carro mais antigo. Diretor técnico-comercial do GBOEX, Gustavo Luiz Sodré de Almeida exemplifica com elementos do cotidiano a forma de decisão financeira que se aplica às famílias na hora do aperto e da decisão de cortes. A decisão nem sempre é por importância, mas por imediatismo também.
"Se o pai e a mãe de uma casa ficam sem trabalho, entre a televisão à cabo e o seguro, muitos vão manter o pacote de TV e deixar de lado um seguro, porque é um produto com ganho não palpável imediatamente, mas que ele sentirá muita falta no caso de sinistros", compara Almeida.
Outro produto que reflete bem a desaceleração econômica no Brasil e o impacto no setor é o ramo de seguro de garantia estendida de bens patrimoniais. Comprando menos produtos como eletroeletrônicos (segmento ao qual o serviço está associado), a demanda pela ampliação da garantia do bem também caiu ou foi cortada para reduzir o preço final, apesar do risco de perda. A receita nominal caiu 9,4%, com R$ 1,3 bilhão de janeiro a junho de 2016, segundo a CNseg.
Também simbólico do cenário atual é o uso do chamado seguro prestamista (que garante o pagamento das contas do usuário em caso de desemprego, por exemplo). Houve queda na arrecadação e alto no uso. A Cneg avalia que já no final de 2014 o produto teve crescimento acima do padrão histórico pela preocupação maior e latente de que muitos trabalhadores sairiam do mercado. Agora o movimento é inverso: há contração nominal de 10,7% da arrecadação de prêmios, justificada pela impossibilidade financeira de manutenção desse tipo de seguro frente ao aumento da taxa de desemprego. No acumulado dos primeiros seis meses do ano o valor dos sinistros pagos pelas seguradoras teve crescimento acima de 20%.

Triplamente garantido

Pinheiro se diferencia da média da população por ter seguro da residência, de vida e de carro

Pinheiro se diferencia da média da população por ter seguro da residência, de vida e de carro


Marcelo G. Ribeiro
O assessor de mercado financeiro Vitor Pinheiro, 38 anos, reúne características comuns aos atuais usuários de seguro, mas se diferencia pelo início antecipado, em relação à média. Assim como a maioria dos brasileiros, ele tem o temor cada vez maior de ser vitima de crime, acidente de trânsito ou doença grave. Também acha que, a cada dia, aumentam as chances de ser vítima do roubo de carro ou de ter algum sinistro na residência. A diferença é que ele começou a pensar em tudo isso mais cedo. O primeiro seguro de vida fez aos 32 anos - seguro resgatável, que ele considera a melhor opção em relação à previdência privada.
"Pela idade, eu pagava um valor bem menor. Esse foi um dos motivos pelos quais comecei cedo a fazer esse tipo de investimento. Neste ano, reforcei o plano. As chances de ser acometido por algum problema, um imprevisto, são muito grandes. Tenho amigos que já perderam esposas, por exemplo, por câncer. Também vejo um risco grande não só de vida e na saúde como de invalidez ou impossibilidade para o trabalho no caso de um acidente de trânsito", lista Pinheiro entre os motivos de sua precaução.
O executivo também se destaca por ter seguro de residência (atitude ainda pouco comum), de vida (quem vem em crescente demanda) e de carro (o mais usual). Proteção tripla são poucos que fazem. "Para ter essa garantia e poder manter os seguros com mais tranquilidade, eu faço opções. Não pago a mais nos canais a cabo de esportes por um pacote para assistir ao Brasileirão. Fico com o que já tenho e aplico nesse recurso", explica Pinheiro.