O presidente do conselho de administração da mineradora BHP Billiton, Jacques Nasser, não vai se candidatar à reeleição no ano que vem. Nasser assumiu a posição durante seis anos tumultuados, nos quais houve a troca de um diretor executivo, um corte de dividendos e um desastre ambiental causado pela sua joint venture brasileira Samarco, cuja operação é dividida entre a BHP e a Vale.
"Agora que a estrutura básica da resposta da Samarco ao desastre já foi encaminhada, eu decidi não me reeleger no ano que vem", disse Nasser durante a assembleia geral anual da companhia em Londres. O executivo pretendia anunciar sua aposentadoria no ano que vem, mas decidiu permanecer no cargo enquanto a BHP lidava com os desdobramentos da tragédia da Samarco.
No dia 5 de novembro de 2015, uma das barragens da mineradora Samarco, localizada no subdistrito de Bento Rodrigues, rompeu-se e devastou vários municípios no estado de Minas Gerais. Os rejeitos de mineração seguiram pelo Rio Doce e chegaram até o mar, danificando o ecossistema.
Neste ano, Nasser passou boa parte do tempo lidando com o desastre da Samarco e disse que foi um "dos períodos mais desafiadores da história" da BHP.
"Lamentamos muito por todos que foram impactados por essa tragédia", desculpou-se Nasser.