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Indústria

- Publicada em 19 de Outubro de 2016 às 17:42

Atividade só volta a crescer em 2018, diz CNI

Balança de produtos manufaturados comercializados com o Japão apresenta grande déficit para o Brasil

Balança de produtos manufaturados comercializados com o Japão apresenta grande déficit para o Brasil


KAZUHIRO NOGI/AFP
O presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Robson Braga de Andrade, prevê que a indústria nacional só volte a crescer daqui a um ano e meio. "Em 2016, nós paramos de perder, em 2017, vamos começar a plantar, mas o crescimento mesmo da indústria só em 2018", afirmou ontem, após almoço com representantes do governo brasileiro e industriais japoneses, na federação industrial japonesa, o Keidanren. Andrade acompanha a viagem do presidente Michel Temer (PMDB) ao Japão.
O presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Robson Braga de Andrade, prevê que a indústria nacional só volte a crescer daqui a um ano e meio. "Em 2016, nós paramos de perder, em 2017, vamos começar a plantar, mas o crescimento mesmo da indústria só em 2018", afirmou ontem, após almoço com representantes do governo brasileiro e industriais japoneses, na federação industrial japonesa, o Keidanren. Andrade acompanha a viagem do presidente Michel Temer (PMDB) ao Japão.
Segundo o presidente da CNI, dois fatores devem dificultar uma retomada mais precoce da atividade industrial. O primeiro é a fraqueza do mercado interno, que enfrenta a pior recessão da história brasileira e uma taxa de desemprego que ainda deve superar os 13% no começo do ano que vem. O outro é a fraqueza das exportações brasileiras, que dependem de negociações do governo para abrir mercados.
A balança de produtos manufaturados com o Japão, por exemplo, apresenta um déficit enorme para o Brasil: o País exporta US$ 700 milhões e importa US$ 4,8 bilhões (dados de 2015). A CNI quer que o governo pressione o Mercosul a abrir negociações para um acordo de livre-comércio com o Japão. Se os outros membros do bloco não estiverem preparados para isso, o Brasil deve achar "uma solução pragmática" para iniciar sozinho as tratativas, diz documento da entidade.
A entidade quer também que o governo trabalhe pelo estabelecimento de Acordos de Reconhecimento Mútuo (ARM), que reduzam a burocracia, os custos e os prazos nos despachos aduaneiros.
O Brasil ainda não tem nenhum ARM com parceiros comerciais, enquanto o Japão os têm com Canadá, Coreia do Sul, EUA, Malásia, Nova Zelândia, Singapura e União Europeia, e deve concluir em breve acordos com China e Suíça.
 

Japoneses cobram menos custos e mais segurança para investir em projetos brasileiros

O presidente da federação nacional das indústrias do Japão (Keidanren), Sadayuki Sakakibara, cobrou do Brasil "um ambiente de investimento mais aberto, com redução de tarifas e custos, melhor ambiente de trabalho e infraestrutura". Em discurso que antecedeu um almoço com o presidente Michel Temer, ministros e empresários brasileiros e japoneses no Keidanren, ele disse esperar que o Brasil consiga aprovar reformas tributária, política, previdenciária e trabalhista.
Há hoje cerca de 700 empresas japonesas no Brasil e, nos últimos anos, houve um crescimento dos investimentos, parte deles em áreas que sofreram com a crise da Petrobras, como a indústria naval.
Entre 2003 e 2016, o Japão foi o sexto maior investidor em novos projetos (greenfield) no Brasil, com quase US$ 20 bilhões, 5,8% de todo os recursos no período. O país superou a China na aplicação de recursos em atividades produtivas brasileiras - seu rival asiático investiu US$ 15 bi. Já os EUA, primeiro do ranking, investiram US$ 79 bilhões no Brasil, 23% do total.
A maior parte do investimento japonês foi no setor automotivo (US$ 7 bi) e em papel e celulose (quase US$ 3 bi). Siderurgia, logística, máquinas e equipamentos e eletrônicos receberam recursos acima de R$ 1 bi entre 2003 e 2016.
Para a CNI (Confederação Nacional da Indústria), as áreas em que pode haver maior interesse para investimento são infraestrutura e logística, terras raras, lítio (usado em baterias), geração, transmissão e distribuição de energia, smartgrids (sistemas para controlar distribuição de energia, água, trânsito etc.) e defesa.