As lideranças do setor fumageiro saíram mais tranquilas da audiência com o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, na manhã de ontem, em Brasília. O encontro tratou sobre a participação do Brasil na 7ª Conferência das Partes (COP7), que reunirá os países que aderiram à Convenção Quadro para o Controle do Tabaco, de 7 a 12 de novembro, na Índia.
Padilha garantiu que a maioria dos integrantes do governo reconhece a importância econômica e social da cultura fumageira e apoia o setor produtivo. Segundo ele, essa deverá ser a posição adotada pela delegação brasileira no evento em Nova Délhi, cuja pauta principal é o debate de medidas restritivas ao tabaco. A maior resistência estaria ainda nos ministérios da Saúde e no de Relações Exteriores.
"A questão é que o agricultor não produz cigarro, essa é uma outra discussão. O Brasil precisa levar em conta a abrangência da atividade, que envolve mais de 600 mil pessoas no País, abrange 154 mil pequenas propriedades e é responsável pela geração de 40 mil empregos diretos na indústria", destacou o deputado federal gaúcho Heitor Schuch (PSB). "Estamos mais aliviados com essa posição sensata do governo." O ministro Padilha também informou que irá solicitar o credenciamento de pelo menos um representante do setor produtivo na delegação oficial brasileira na COP 7, como observador, algo inédito até hoje.
Durante a audiência, também foi solicitada agilidade na liberação de Proagro e do seguro agrícola para agricultores de 12 municípios atingidos pelo granizo no começo do mês nas regiões Noroeste e Celeiro, especialmente em lavouras de canola, milho e trigo. Padilha se comprometeu a acionar o Banco do Brasil (BB) para dar celeridade aos processos.