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Missão à Europa

- Publicada em 17 de Outubro de 2016 às 22:02

Alemães afirmam que querem ampliar investimentos no Brasil

Governador e Wolfgang Tiefensee (d), ministro de Economia da Turíngia, tiveram uma reunião de negócios

Governador e Wolfgang Tiefensee (d), ministro de Economia da Turíngia, tiveram uma reunião de negócios


Luiz Chaves/Palácio Piratini/JC
O 34º Encontro Econômico Brasil-Alemanha, que ocorre em Weimar, sacramentou ontem um consenso pelo menos na mente de gaúchos que estão na missão à Europa, com governo, entidades empresariais e empresários. "Os alemães parecem mais motivados a investir no Brasil do que os próprios brasileiros", constatou o presidente da Federação das Indústrias do Estado (Fiergs), Heitor José Müller.
O 34º Encontro Econômico Brasil-Alemanha, que ocorre em Weimar, sacramentou ontem um consenso pelo menos na mente de gaúchos que estão na missão à Europa, com governo, entidades empresariais e empresários. "Os alemães parecem mais motivados a investir no Brasil do que os próprios brasileiros", constatou o presidente da Federação das Indústrias do Estado (Fiergs), Heitor José Müller.
O governo estadual reforça o moral nacional e principalmente o regional, mesmo que a conjuntura não seja a mais ideal, salientou o governador José Ivo Sartori (PMDB), que ontem recebeu o certificado de ‘partner’ (sócio) do Medical Valley, localizado na Bavária, sul da Alemanha. Além do Rio Grande do Sul, o polo universitário e de pesquisa e tecnologia de Boston e Hong Kong, na China, são os outros dois integrantes do projeto. Investimento em pesquisa para área capitaneada pela Siemens Healthineers marca a largada do cluster de saúde gaúcho.  
O secretário de Estado do Ministério Federal para Economia e Energia da Alemaha, Uwe Beckmeyer, falou na abertura do encontro organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e Fiergs, com mais de 500 participantes, e admitiu que a situação econômica brasileira ainda é difícil, mas projetou que os aportes de empresas alemãs podem crescer mais no País no ano que vem. "Brasil e Alemanha são parceiros no mesmo nível", definiu Beckmeyer, citando que os investimentos do seu país somam US$ 19 bilhões, além de responder por 70% da economia da América Latina.
"O Brasil é sinônimo de potencial que tem de ser compensado no futuro. O interesse alemão continua grande." Os alemães que falaram na abertura defenderam um acordo bilateral entre o Mercosul e a União Europeia e menos barreiras no fluxo comercial. Em 2015, 4,3% da corrente de comércio (exportações e importações) do Brasil foi com a Alemanha. Müller comemorou que o governo da Turíngia, estado onde fica Weimar, sede do encontro, informou que pretende enviar um grupo de empresas ao Rio Grande do Sul no primeiro semestre de 2017, antes da edição do evento que será em novembro do mesmo ano. "Eles querem começar o relacionamento. Estão ávidos para investir", pontuou o presidente da Fiergs, depois de ser reunir, ao lado de Sartori e outros membros da comitiva, com o ministro da Economia, Ciência e Sociedade Digital do estado alemão, Wolfgang Tiefensee.
Entre os potenciais, estão convênios e intercâmbios com escolas técnicas profissionais com a rede do Serviço Nacional da Indústria (Senai). Novas estruturas para desenvolver a formação voltada à chamada indústria 4.0, com alto nível de aplicação de tecnologia da informação, estão previstas no Estado.
Em Weimar, o governo gaúcho promoveu rodadas de atração de projetos com representantes das empresas Air Liquide e Copelmi Mineração, em carvão, e com o secretário do Ministério de Relações Exteriores da Alemanha para assuntos da América Latina e Caribe, Dieter Lamlé, com quem o governador busca ações para cooperação. Um dos eventos será seminários com startups alemãs e gaúchas no próximo ano, segundo o secretário de Desenvolvimento do Estado, Fábio Branco. Também há tratativas para atrair investimentos e parcerias com o estado da Saxônia.

Rio Grande do Sul será hub internacional de saúde

Governador e Wolfgang Tiefensee (d), ministro de Economia da Turíngia, tiveram uma reunião de negócios

Governador e Wolfgang Tiefensee (d), ministro de Economia da Turíngia, tiveram uma reunião de negócios


Luiz Chaves/Palácio Piratini/JC
O Rio Grande do Sul entrou em um clube bem restrito. Acordo firmado ontem entre a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e a universidade de Erlangen-Nuremberg (FAU) colocou o Estado como um dos três polos associados no mundo ao Medical Valley, situado na Bavária, e que virou modelo sobre desenvolvimento de biotecnologias voltadas à saúde. "É um dos três hubs internacionais. É o Rio Grande do Sul, Boston, nos Estados Unidos e Hong Kong, na China", disse Tobias Zobel, diretor executivo do Medical Valley.
O presidente da Capes, Abílio Baeta Neves, que estava na Alemanha e fez questão de viajar a Weimar para firmar o ato, disse que o projeto gaúcho será piloto para outras experiências no País. “Se der certo, vamos levar a outros estados. Queremos que as universidades gaúcha sigam o modelo”, apontou o dirigente da instituição. “É um projeto de desenvolvimento e inovação industrial e não de academia”, avisou Neves.
Zobel apontou que o projeto com a Siemens Healthineers, que faz a estreia da operação, deve ter aportes duplicados em 2017, com mais investimentos da companhia na região da Alemanha onde já compõe o Medical. O projeto da companhia alemã será montado no Tecnosinos. O CEO da Siemens Healthineers no Brasil, Armando Lopes, declarou, de São Paulo ao Jornal do Comércio, que o circuito firmado entre universidade, Estado e empresas possibilita levar o ambiente de desenvolvimento da Alemanha ao Brasil.
"É o espelho desse modelo, com projeto de diagnóstico e terapêutica", comentou Lopes. A empresa define agora o cronograma de implantação. "Vamos produzir conhecimento para depois poder levar para fora (exterior). Tenho convicção que o trabalho no Rio Grande do Sul vai gerar frutos", projetou Lopes, que também admitiu estar aberto a outros projetos com potencial inovador proposto por desenvolvedores locais.
O governador José Ivo Sartori recebeu o certificado de partner premium da mãos de Zobel e destacou que o cluster da saúde, como vem sendo chamado, tem como marca a regionalização.”Receber este certificado pode ser coisa simples, mas tem um símbolo e é um grande sinal de avanço em uma nova visão científica e tecnológica”, demarcou Sartori, lembrando que já é um resultado, mesmo que na prática ainda vai acontecer. A resposta atende um pouco dos questionamentos feitos pela imprensa que acompanha a missão sobre resultados.