A indústria brasileira de fundos de investimento registra, neste ano, sua maior captação de recursos, até o terceiro trimestre, desde 2013, atraindo R$ 73,6 bilhões, segundo balanço divulgado nesta quinta-feira pela Anbima, associação que reúne entidades do mercado de capitais. O resultado representa crescimento de 192% ante o mesmo período de 2015, quando a captação chegou a R$ 25,2 bilhões.
Após um segundo trimestre fraco, que gerou ingressos de apenas R$ 5,2 bilhões, os sintomas de estabilização econômica e política favoreceram a indústria de fundos no terceiro trimestre, levando a uma captação líquida de R$ 29,4 bilhões. O crescimento do patrimônio dos fundos foi quase todo provocado por apostas conservadoras em renda fixa e previdência privada (em sua maioria, também de renda fixa). "O ano segue apresentando uma série de desafios pela frente, o que gera volatilidade e, logo, favorece produtos mais conservadores", afirmou o vice-presidente da Anbima, Carlos Ambrósio. "Voltamos a trabalhar com patamares de captação bem melhores que os de 2015 e 2014, o que indica uma retomada de fôlego na indústria. Na renda fixa, houve um fluxo especial de investimentos vindo do segmento corporate (empresas), com as companhias melhorando sua liquidez e optando por esse tipo de aplicação. Mas também tivemos fluxos importantes vindos do varejo", destacou.