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Economia

- Publicada em 06 de Outubro de 2016 às 19:31

Fundos de investimento captaram R$ 73,6 bilhões no acumulado do ano

Cenário favorece produtos conservadores, disse Carlos Ambrósio

Cenário favorece produtos conservadores, disse Carlos Ambrósio


REPRODUÇÃO YOUTUBE ANBIMA/DIVULGAÇÃO/JC
A indústria brasileira de fundos de investimento registra, neste ano, sua maior captação de recursos, até o terceiro trimestre, desde 2013, atraindo R$ 73,6 bilhões, segundo balanço divulgado nesta quinta-feira pela Anbima, associação que reúne entidades do mercado de capitais. O resultado representa crescimento de 192% ante o mesmo período de 2015, quando a captação chegou a R$ 25,2 bilhões.
A indústria brasileira de fundos de investimento registra, neste ano, sua maior captação de recursos, até o terceiro trimestre, desde 2013, atraindo R$ 73,6 bilhões, segundo balanço divulgado nesta quinta-feira pela Anbima, associação que reúne entidades do mercado de capitais. O resultado representa crescimento de 192% ante o mesmo período de 2015, quando a captação chegou a R$ 25,2 bilhões.
Após um segundo trimestre fraco, que gerou ingressos de apenas R$ 5,2 bilhões, os sintomas de estabilização econômica e política favoreceram a indústria de fundos no terceiro trimestre, levando a uma captação líquida de R$ 29,4 bilhões. O crescimento do patrimônio dos fundos foi quase todo provocado por apostas conservadoras em renda fixa e previdência privada (em sua maioria, também de renda fixa). "O ano segue apresentando uma série de desafios pela frente, o que gera volatilidade e, logo, favorece produtos mais conservadores", afirmou o vice-presidente da Anbima, Carlos Ambrósio. "Voltamos a trabalhar com patamares de captação bem melhores que os de 2015 e 2014, o que indica uma retomada de fôlego na indústria. Na renda fixa, houve um fluxo especial de investimentos vindo do segmento corporate (empresas), com as companhias melhorando sua liquidez e optando por esse tipo de aplicação. Mas também tivemos fluxos importantes vindos do varejo", destacou.
Considerando-se todas as classes de fundos, a captação líquida gerada pelo segmento corporate foi de R$ 30,4 bilhões até agosto, enquanto a do varejo foi de R$ 16,7 bilhões. Um dos fatores que ajudaram a captação do varejo, segundo a Anbima, foram os saques à poupança pelos pequenos investidores. O poder público proporcionou captação positiva de R$ 5,4 bilhões, e os estrangeiros, de R$ 4 bilhões. Entre os investidores institucionais, os fundos de pensão fizeram resgates líquidos de R$ 8,9 bilhões. Mas, excetuando-se os fundos de pensão, os outros investidores institucionais, como seguradoras, proporcionaram captação positiva de R$ 21 bilhões no ano.
A captação líquida dos fundos da classe de renda fixa foi de R$ 31,2 bilhões no ano, enquanto a dos fundos de previdência atingiu R$ 28,6 bilhões. O pior desempenho do ano é o da classe de ações, que registrou retiradas de R$ 3,89 bilhões no período. Os fundos multimercados, que têm maior liberdade para montar carteiras e costumam se beneficiar de momentos de turbulência, captaram R$ 10,4 bilhões.
Embora os fundos de renda fixa continuem sendo o grande ímã de captação da indústria, Ambrósio acredita que a mudança do cenário econômico, com expectativa de queda de juros e retomada da atividade, levará a uma mudança de estratégia dos investidores. Mas o processo deve ser gradual. "Começaremos a ver, sim, uma mudança, mas ela vai ser gradual, não representará nada muito brusco. Devemos começar a identificar um movimento maior de diversificação quando estivermos no meio para o fim do processo de redução de juros. Já vemos um certo fluxo para a renda variável, com a alta da Bolsa no ano, mas esse foi apenas o início de um ciclo", explicou Ambrósio. "Esse movimento deve favorecer os fundos multimercados e de ações", completou.
Um possível sintoma dessa mudança na estratégia é o fato de a renda fixa ter registrado captação líquida negativa em setembro, de R$ 13,5 bilhões, enquanto o segmento de ações avançou R$ 511 milhões. Os fundos de Renda Fixa Duração Baixa Soberano (os antigos fundos DI) encolheram R$ 9,28 bilhões no mês, enquanto os Renda Fixa Duração Baixa Grau de Investimento - anteriormente chamados de Curto Prazo e principal destino de investimento no ano - tiveram resgate de R$ 2,5 bilhões. "É difícil identificar um movimento pontual. Esses dois produtos são usados para gerar caixa e liquidez, por exemplo. Mas eu acredito que o período de realocação já começou, sim", acrescentou o vice-presidente da Anbima.
A associação não faz uma projeção, mas Ambrósio observou que o último trimestre do ano costuma ser ruim para a indústria, registrando em média captação líquida negativa da ordem de R$ 20 bilhões. Se essa tendência se confirmar neste ano, o mercado deve fechar 2016 com captação líquida acima de R$ 50 bilhões, um salto em relação aos R$ 7,9 bilhões de 2015 e aos R$ 7,6 bilhões de 2014. O resultado seria pior, porém, que o de 2013, encerrado com ingressos de R$ 64,1 bilhões nos fundos de investimento.
 
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