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Economia

- Publicada em 06 de Outubro de 2016 às 23:39

Porto Alegre volta a ter a cesta básica mais cara do País

Dos 13 itens pesquisados, nove tiveram alta, destacando-se a banana

Dos 13 itens pesquisados, nove tiveram alta, destacando-se a banana


GILMAR LUÍS/ARQUIVO/JC
Guilherme Daroit
Pelo sétimo mês consecutivo, a cesta básica medida pelo Dieese na Capital registrou alta. Em setembro, com o aumento no preço de itens como o tomate e a banana, o conjunto de 13 produtos essenciais ficou 0,71% mais caro, passando a custar R$ 477,69. O valor é o mais alto de todas as capitais brasileiras, posição que Porto Alegre não ocupava desde dezembro. No ano, a cesta acumula alta de 12,56%.
Pelo sétimo mês consecutivo, a cesta básica medida pelo Dieese na Capital registrou alta. Em setembro, com o aumento no preço de itens como o tomate e a banana, o conjunto de 13 produtos essenciais ficou 0,71% mais caro, passando a custar R$ 477,69. O valor é o mais alto de todas as capitais brasileiras, posição que Porto Alegre não ocupava desde dezembro. No ano, a cesta acumula alta de 12,56%.
Dos 13 itens, nove registraram alta no mês passado na Capital, com destaque para a banana ( 13,46%) e o tomate ( 9,36%). O segundo, em especial, possui maior impacto na cesta, já que é o terceiro produto de maior peso na equação, atrás da carne e do leite. Segundo a economista do Dieese, Daniela Baréa Sandi, o tomate, que é muito sensível às condições climáticas, sofre com a baixa oferta. A perspectiva é de que a disponibilidade do fruto melhore nos próximos dias com a colheita da segunda safra de inverno. A baixa oferta, aliada a uma demanda firme, é apontada também como causa da alta da banana.
Já as maiores quedas foram sentidas na batata (-17,54%) e no leite (-11,40%). Mesmo com a redução em setembro, o líquido ainda acumula alta de 60,12% no ano. Já a carne, que por muitos anos foi apontada como a vilã da inflação, continua a se manter praticamente estável em 2016. Em setembro, o produto teve o seu preço reduzido em 0,75%, acumulando leve aumento de 2,21% no ano. O feijão, que vinha registrando grandes altas, encareceu 1,83% em setembro, nível bem menos intenso do que nos últimos meses, que o fazem registrar uma alta de 72,78% no ano.
O encarecimento da cesta básica em Porto Alegre devolveu à cidade o posto de conjunto mais caro do País. São Paulo, cesta mais cara até então, registrou queda de 0,75% no preço em setembro, chegando aos R$ 471,57. O conjunto mais barato é o comprado em Natal, onde custa R$ 367,54. Daniela lembra que o estudo não tem o objetivo de estabelecer uma classificação entre as cidades, e que respeita características regionais de consumo. Em Porto Alegre, por exemplo, a quantidade de carne que compõe a cesta é maior do que nos estados do Nordeste, o que ajuda a elevar o valor do grupo de alimentos considerados essenciais.
Daniela lembra que, embora continue crescendo, o preço da cesta básica na Capital dá sinais de desaceleração. Em agosto, por exemplo, o aumento havia sido de 1,19%, enquanto, em junho, chegou a 4,86%. "Estamos vendo um cenário de altas, mas menos intensas do que anteriormente", argumenta a economista.
Com o encarecimento da cesta básica, o salário-mínimo necessário para cumprir o seu papel constitucional, que estabelece que deveria suprir alimentação, moradia, saúde, educação e lazer, entre outros, também aumentou, para R$ 4.013,08. O valor é 4,56 vezes maior do que o mínimo nacional atual, de R$ 880,00. Na prática, em setembro, o trabalhador que ganha um salário-mínimo comprometeu 59% de sua renda apenas com o conjunto de alimentos. É a pior relação desde janeiro de 2009, última vez em que o comprometimento passou dos 60%, chegando a 64,76%.
Em março de 2015, por exemplo, a relação era de 49,66%. "O salário-mínimo vem perdendo poder de compra, o que atinge principalmente o trabalhador de menor renda, que tem menos instrumentos para escapar disso já que depende apenas do salário", argumenta Daniela. Apesar disso, a economista relembra que a situação ainda é melhor do que na década de 1990, quando, principalmente nos primeiros anos do Plano Real, a cesta básica chegava a custar mais de 130% do salário-mínimo.
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