Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Indústria Automotiva

- Publicada em 05 de Outubro de 2016 às 17:48

Vendas de veículos caem 13% em setembro

Desde o início do ano, concessionárias venderam 1,51 milhão de unidades em todo o País

Desde o início do ano, concessionárias venderam 1,51 milhão de unidades em todo o País


JONATHAN HECKLER/JC
Balanço divulgado ontem pela Fenabrave, entidade que representa as concessionárias de veículos, mostra que as vendas do setor caíram 13% na passagem de agosto para setembro, com um total de 160 mil unidades emplacadas no mês passado. A conta engloba carros de passeio, utilitários leves - como picapes e vans -, caminhões e ônibus.
Balanço divulgado ontem pela Fenabrave, entidade que representa as concessionárias de veículos, mostra que as vendas do setor caíram 13% na passagem de agosto para setembro, com um total de 160 mil unidades emplacadas no mês passado. A conta engloba carros de passeio, utilitários leves - como picapes e vans -, caminhões e ônibus.
Na comparação com setembro de 2015, a queda foi ainda maior, de 20,1%. Foi o pior setembro na comercialização de veículos novos no País em uma década. O desempenho leva as vendas acumuladas desde janeiro para 1,51 milhão de veículos, uma queda de 22,8% na comparação anual e também o volume mais baixo, entre períodos equivalentes, desde 2006.
Não se confirmou a recuperação esperada pelo setor após a Olimpíada, que prejudicou o movimento nas concessionárias do Rio de Janeiro, terceiro maior mercado do País, em agosto. As revendas de todo o Brasil comercializaram 7,4 mil carros a cada dia que abriram as portas em setembro, um fluxo ainda menor do que o ritmo médio de 7,8 mil unidades registrado no mês anterior.
Com exceção de julho, o mercado está estagnado abaixo da marca de 8 mil carros por dia útil desde o início do ano - tirando da conta as entregas de caminhões e ônibus. Só no mercado de carros de passeio e utilitários leves, as vendas, de 155 mil unidades no mês passado, caíram 19,5% na comparação anual e 13% em relação a agosto. Nos nove primeiros meses deste ano, os emplacamentos nesse segmento cederam 22,5%, somando 1,46 milhão de unidades.
O desempenho é ainda pior na indústria de veículos comerciais pesados. No mês passado, as vendas de caminhões recuaram 30,1% no comparativo com setembro de 2015. Em relação a agosto, a queda foi de 5,3%. No total, 4,2 mil caminhões foram entregues em setembro, levando o volume acumulado desde janeiro para 38,7 mil unidades, uma queda de 30,6%.
A redução nas vendas de ônibus em setembro foi de 46,2% em relação ao volume de um ano antes e 41,4% na comparação mensal. Foram licenciados 828 coletivos em setembro. No acumulado do ano, o volume de ônibus vendidos soma 11,2 mil unidades, o que representa um recuo de 32,7%.
Na falta de reação do mercado, a Fenabrave voltou a revisar para baixo suas projeções do desempenho do setor neste ano, prevendo agora queda de 19,5% nas vendas de carros de passeio e utilitários leves. Na previsão anterior, anunciada em agosto, a entidade projetava redução menor, de 18%, nos emplacamentos desse segmento. Se confirmada a projeção, o setor terminará o ano com vendas de 1,99 milhão de carros. Para as vendas de caminhões, a expectativa de queda passou de 27,2% para 28,5%, enquanto a projeção à redução no mercado de ônibus foi revista de 19% para 23%.

Segmento de passeio deve ser último a sair da crise

A defasagem na reação da renda e do mercado de trabalho em relação à retomada econômica, combinada a um crédito que deve permanecer restrito, indica que o segmento de carros de passeio e utilitários leves - como picapes e vans - será o último a sair da crise, segundo avaliou a direção da Fenabrave.
Por outro lado, o mercado de caminhões, o mais afetado no setor durante a recessão, deve ser o primeiro a começar a sair do buraco, no embalo do transporte da safra agrícola e da recuperação econômica, de acordo com os cenários traçados pela associação.
Apesar da nova revisão para baixo de suas previsões ao desempenho deste ano, o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, considerou que o consumo de veículos chegou ao "fundo do poço" e projetou a retomada do crescimento em 2017 - embora a entidade ainda não tenha anunciado quais são suas projeções ao ano que vem.
No mês passado, segundo o executivo, o mercado continuou sendo afetado pela combinação de avanço do desemprego com rigor dos bancos na liberação de crédito. Somou-se a esse quadro a falta de modelos de montadoras que sofreram com falta de peças, comentou o presidente da Fenabrave, numa referência - embora sem mencionar o nome da empresa - à Volkswagen, que foi obrigada a parar a produção por mais de um mês após encerrar contrato com um de seus maiores fornecedores de componentes.
A aprovação de crédito continua numa proporção de apenas três em cada 10 pedidos de financiamento de automóveis, disse Alarico. De acordo com balanço apresentado pela Fenabrave, os estoques de veículos parados em pátios de montadoras e concessionárias subiu de 110 mil para 125 mil unidades na passagem de agosto para setembro. O volume é suficiente para 23 dias de venda, um nível considerado baixo para uma indústria que já teve estoques para mais de 50 dias.
Com base na melhora da confiança, na tendência de queda dos juros e na previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2% no ano que vem, a perspectiva da Fenabrave é que 2017 seja um ano melhor ao mercado automotivo.

Queda no mercado gerou redução da rede em 1.257 concessionárias

A Fenabrave anunciou que a grave crise no mercado automotivo reduziu o tamanho da rede de distribuição de veículos no País em 1.257 pontos de venda em março de 2016, se comparado ao total de lojas ativas até janeiro de 2015. Atualizado com base no total de revendas que, desde março, não faturam mais veículos, o balanço é resultado do fechamento de 1.727 concessionárias, compensado pela abertura de outras 470 revendas - entre pontos de todos os segmentos do setor: carros, veículos comerciais, motos e, até mesmo, implementos rodoviários.
Alarico Assumpção Júnior, presidente da Fenabrave, disse que o enxugamento da rede significou a eliminação de 124 mil pontos de trabalho. "Perdemos quase toda uma indústria automotiva em empregos", afirmou, ao comparar o fechamento de vagas nas concessionárias com o total de trabalhadores empregados nas montadoras, inferior a 127 mil pessoas. Segundo a entidade, 7,1 mil revendas permanecem ativas em mil municípios, empregando cerca de 380 mil pessoas.

GM mantém liderança entre marcas mais vendidas no Brasil

Fabricante do Onix - o modelo mais vendido no País desde 2015 -, a General Motors (GM) está mais perto de quebrar uma sequência de 14 anos de liderança da Fiat no ranking das montadoras que mais emplacam carros no mercado brasileiro. Os números divulgados ontem pela Fenabrave mostram uma distância superior a 22 mil carros da GM em relação à marca italiana no resultado dos nove primeiros meses do ano.
Em participação de mercado, a montadora norte-americana tem 16,9% do total de carros de passeio e utilitários leves comercializados no Brasil, enquanto a Fiat, agora vice-líder, responde por 15,4%, seguida, à boa distância, pela Volkswagen (12,3%).
Também houve mudança na disputa pela quarta colocação no ranking, historicamente ocupado pela Ford, mas que agora está com a Hyundai, marca de 10% dos carros comprados pelos brasileiros neste ano. O desempenho é puxado pelo HB20, a opção de entrada da montadora coreana que só fica atrás do Onix entre os modelos mais comprados pelos brasileiros.
Quarta colocada até o ano passado, a Ford, com participação de mercado de 9%, caiu para a sexta posição na lista em 2016, ficando atrás não apenas da Hyundai, mas também da Toyota, quinta colocada, com 9,2%.