Os contratos futuros de petróleo operam em baixa, na manhã desta terça-feira (4). O recuo ocorre em uma manhã de dólar mais forte e após uma sequência de altas da commodity, diante de certo otimismo com o acordo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para controlar a oferta da commodity. As altas recentes aparentemente abriram espaço para a realização de lucros, porém o movimento não é acentuado.
Às 7h55min (de Brasília), o petróleo WTI para novembro caía 0,80%, a US$ 48,42 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para dezembro recuava 0,67%, a US$ 50,55 o barril, na plataforma ICE, em Londres.
A recente alta nos preços, impulsionada pelo acordo da Opep, levou a uma divergência entre o mercado físico e os contratos futuros, segundo Olivier Jakob, analista da consultoria Petromatrix. Jakob diz que o mercado físico ainda está com excesso de oferta, enquanto os futuros contabilizam o compromisso da Opep de reduzir a produção.
"A Nigéria e a Líbia buscam levar mais petróleo ao mercado e por isso o rali recente foi relativamente modesto", afirmou Jakob. "Nós tivemos preços mais altos em junho sem a ajuda de um acordo de corte de produção da Opep."
Outros analistas também começam a questionar abertamente a capacidade da Opep de policiar de fato os cortes de produção, especialmente quando alguns membros não farão parte do acordo.
Em nota, Norbert Rücker, diretor de pesquisa em commodities do banco Julius Baer, lembra do histórico fraco da Opep para garantir o cumprimento de cotas. Ele acrescentou que a probabilidade de a Opep reduzir a produção pode gerar um impacto no setor, porém produtores de xisto dos EUA têm aumentado a produção por causa da alta nos preços. Nesse cenário, o preço do barril pode voltar a recuar a US$ 40, na avaliação do economista.
Às 17h30, o American Petroleum Institute (API) divulgará o dado semanal de estoques de petróleo nos EUA. O analista Dominick Chirichella, do Energy Management Institute, sediado em Nova York, previu que os estoques subirão 4 milhões de barris por causa da grande chegada de material do Canadá por meio de um oleoduto.
Em outubro tradicionalmente há atividade menor das refinarias dos EUA, já que muitas entram em período de manutenção antes do inverno. Isso também pode ser um fator que leva os estoques de petróleo a avançar.