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Relações Internacionais

- Publicada em 03 de Outubro de 2016 às 19:01

Michel Temer busca apoio político e mais negócios

Presidente brasileiro e o argentino Macri selaram acordo de facilitação do comércio

Presidente brasileiro e o argentino Macri selaram acordo de facilitação do comércio


JUAN MABROMATA/AFP/JC
O presidente Michel Temer chegou ontem à Argentina, país da região que mais rapidamente reconheceu a legitimidade de seu governo após o impeachment de Dilma Rousseff. É a primeira visita bilateral de Temer - ele foi à China e aos EUA para reuniões do G-20 e da ONU. A viagem inclui uma passagem pelo Paraguai, antes do regresso a Brasília.
O presidente Michel Temer chegou ontem à Argentina, país da região que mais rapidamente reconheceu a legitimidade de seu governo após o impeachment de Dilma Rousseff. É a primeira visita bilateral de Temer - ele foi à China e aos EUA para reuniões do G-20 e da ONU. A viagem inclui uma passagem pelo Paraguai, antes do regresso a Brasília.
Acompanhado de cinco ministros, Temer seguiu diretamente para a Quinta de Olivos, residência oficial de Mauricio Macri. Os dois assinariam um acordo de facilitação do comércio e um de estímulo a pequenas e médias empresas, mas o principal objetivo da visita é uma reaproximação que reverta uma tendência negativa. O comércio bilateral caiu 46% nos últimos cinco anos, segundo a consultoria Abeceb.
A jornais argentinos Temer disse, em entrevista publicada no domingo, pensar parecido com Macri. O líder argentino elogiou a jornais brasileiros, na semana passada, a institucionalidade do processo de impeachment.
Entre funcionários de alto escalão da embaixada brasileira em Buenos Aires, a viagem era considerada imprescindível e ocorreu na primeira janela possível após as passagens por China e EUA. A duração inferior a cinco horas teria relação com o processo eleitoral no Brasil e o perfil do convite. A diplomacia brasileira reconhece que a escolha dos destinos dentro do Mercosul está ligada ao apoio político a Temer. O Uruguai, que admitiu a legalidade do governo, mas considerou "injusta" a saída de Dilma, ficou de fora.
Ao receber Temer na residência oficial, e não na Casa Rosada, Macri afastou o encontro ainda mais da pompa requerida por uma visita de chefe de Estado, que em geral exige ida do convidado a sedes de outros Poderes. Também distanciou o visitante de protestos programados para a Praça de Maio, em frente à sede presidencial, a 17 quilômetros de Olivos.
Pelo perfil dos ministros que acompanham Temer - Indústria e Comércio, Defesa, Justiça, Segurança Institucional e Relações Exteriores -, assuntos ligados ao controle de fronteira estão entre as prioridades na passagem por Argentina e Paraguai. A negociação do tratado de livre comércio com a União Europeia e a aproximação com a Aliança do Pacífico também estavam no centro das discussões.
Um programa argentino de crédito tributário a empresas do setor automotivo preocupa a indústria brasileira. Alegando prejuízos com o Inovar Auto, plano brasileiro que concede desconto de até 30 pontos percentuais do Imposto de Produtos Industrializados (IPI) às indústrias que utilizam conteúdo local e investem em melhoria tecnológica, os argentinos criaram um programa que concede bônus tributário de 4% a 15% à indústria local e incentiva o uso de componentes nacionais. Esse programa poderá deixar os carros fabricados na Argentina até 18% mais baratos do que os brasileiros.
 

Em razão do feriado paraguaio, presidente será recebido na residência de Horacio Cartes

Após a visita à Argentina ontem, o presidente Michel Temer seguirá para Assunção, capital do Paraguai, onde será recebido pelo presidente da República, Horacio Cartes. Por conta do feriado da Batalla de Boquerón, o Palácio de Los Lopes, sede oficial do governo, está fechado, e a programação foi alterada. Temer e sua comitiva serão recebidos na Residência Presidencial Mburuvicha Roga.
A primeira visita oficial do presidente Michel Temer ao Paraguai terá como eixos principais o tratamento de temas ligados ao desenvolvimento fronteiriço em todas as suas dimensões, como infraestrutura, comércio e segurança, de acordo com informações divulgadas pelo Itamaraty.
Após um encontro privado com Cartes, que tem previsão de 20 minutos de duração, Temer participa de uma reunião ampliada quando participam os ministros dos dois governos. A comitiva de Temer será integrada pelos ministros das Relações Exteriores, José Serra; da Indústria e Comércio e Serviços, Marcos Pereira; da Defesa, Raul Jugmann; da Justiça, Alexandre Moraes; e da Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen.
Logo após o encontro, Temer participa de um jantar oferecido pelo presidente paraguaio. A partida para Brasília está prevista para as 23 horas, e a chegada ao Brasil está estimada para o início da madrugada de terça-feira. Ainda não há confirmação se haverá uma declaração à imprensa antes do embarque.
Segundo o Itamaraty, os presidentes também tratarão de temas das agendas regional e multilateral, em particular o fortalecimento econômico e comercial do Mercosul e as negociações externas do bloco.
O Paraguai é um dos principais parceiros políticos e comerciais, sendo o Brasil o principal destino das exportações paraguaias e o principal fornecedor de produtos para o Paraguai. Em 2015, o intercâmbio bilateral alcançou US$ 3,3 bilhões. Nos primeiros oito meses de 2016, o intercâmbio bilateral alcançou
US$ 2,1 bilhões.