Abuso de autoridade

A operação da Polícia Federal que prendeu quatro policiais legislativos no Senado, acusados de atravancar investigações, fez renascer o infame projeto de lei que pune o abuso de autoridade. A proposta, apesar de ser considerada necessária por amplo consenso, tem o costume de aparecer nos piores momentos. A senadora Ana Amélia (PP) atacou o projeto. Segundo ela, O texto volta à tona toda vez que há uma operação policial que possa atingir os senadores. "Se o Senado insistir em votar, rapidamente, a Lei do Abuso de Autoridade, será um equívoco e uma provocação à sociedade, que apoia as ações da Lava Jato. Trata-se de um casuísmo, e o Senado contribuirá para fomentar uma crise institucional de disputa de poder, desnecessária e perigosa. A sociedade, que apoia as ações da Lava Jato, interpretará a votação dessa lei como decisão do Senado para enfraquecer o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Polícia Federal", disse.

Reticências com reforma

A reforma da Previdência proposta pelo Palácio do Planalto poderá ter uma consequência que pouco tem a ver com a terceira idade. De acordo com o deputado Covatti Filho (PP, foto), o projeto atingirá em cheio o pequeno agricultor. "Eu tenho 29 anos e não tenho problema nenhum em aumentar a idade da aposentadoria. A qualidade de vida que eu tenho hoje é bem melhor e superior à do meu pai. Mas acho que, se a gente quiser manter a juventude no interior, para ter essa qualidade de produção que nós temos muito lá no Rio Grande do Sul de pequenas propriedades, pequenos agricultores, o agricultor não pode ser ameaçado. Eles querem atingir especialmente os pequenos agricultores nessa reforma da Previdência, e isso me deixa tendencioso a votar contra esse projeto", disse o deputado. "Obviamente, têm setores que precisam desta reforma, como os servidores públicos, por isso temos que focar isso, mas não atingir aquelas pessoas que contribuem com esforço de acordar 5 horas da manhã para tirar leite de vaca e dormir às 10 horas da noite. É muita carga horária, muito maior do que servidores", completou. Segundo ele, o governo quer apresentar a proposta ainda em novembro deste ano. Mas provavelmente só será discutida no ano que vem. Ainda de acordo com Covatti Filho, os parlamentares estão "muito reticentes" com a proposta.

Construção da escola

Coronel Barros, município do Noroeste gaúcho, poderá ter um reforço de R$ 334 mil para a construção de uma escola. O prefeito Senio Reinoldo Kirst (PDT) conseguiu com o Ministério da Educação uma data aproximada da assinatura do convênio com a Caixa Econômica Federal. Segundo ele, o dinheiro deve estar disponível no dia 6 de novembro.

Curta

Depois de achar num sebo o livro "Garibaldi e a Guerra dos Farrapos" de Lindolfo Color, o jornalista Klécio Santos resolveu folhear a obra e encontrou uma carta da filha do autor, Dona Leda, ao ex-ministro gaúcho Mozart Russomano. Ao dar o livro para o senador Fernando Collor (PTC-AL), sugeriu a ideia de reeditar a obra, que saiu pela Gráfica do Senado e estará na Feira do Livro de Porto Alegre, que abre nesta sexta-feira.