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Repórter Brasília

- Publicada em 20 de Outubro de 2016 às 17:32

Temor a Cunha


SAULO CRUZ/ABR/JC
O ex-deputado e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi preso na quarta feira, e as reações no Congresso foram as esperadas. Os aliados ficaram quietos, mas com o semblante tenso de quem recebe um diagnóstico terminal. Os oponentes comemoraram, sabendo que a prisão veio tarde demais para uma salvação. O parlamentar que melhor traduziu o momento foi o deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR, foto). "É a queda da Republica", disse. Talvez as palavras dele tenham sido amenas em relação ao que vem. A tática do juiz Sérgio Moro de efetuar prisões preventivas para arrancar delações premiadas fez com que todos esperassem, tensos, a vez de Cunha. Como a morte, a delação dele era vista como uma certeza distante. Com a prisão, o diagnóstico fala em meses.
O ex-deputado e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi preso na quarta feira, e as reações no Congresso foram as esperadas. Os aliados ficaram quietos, mas com o semblante tenso de quem recebe um diagnóstico terminal. Os oponentes comemoraram, sabendo que a prisão veio tarde demais para uma salvação. O parlamentar que melhor traduziu o momento foi o deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR, foto). "É a queda da Republica", disse. Talvez as palavras dele tenham sido amenas em relação ao que vem. A tática do juiz Sérgio Moro de efetuar prisões preventivas para arrancar delações premiadas fez com que todos esperassem, tensos, a vez de Cunha. Como a morte, a delação dele era vista como uma certeza distante. Com a prisão, o diagnóstico fala em meses.
Alvos da delação
A chamada "tropa de choque" de Cunha, grupo formado por cerca de 100 deputados que orbitava o ex-parlamentar, é o alvo óbvio. Mas o sistema de troca de favores de Cunha, o triângulo formado por deputados falidos com dívidas de campanha milionárias, empresas interessadas em ter na mão parlamentares e Eduardo Cunha como ponte era formado por muita gente. Há até deputado do PT que foi salvo por Cunha. As empresas do esquema, que pode até ser chamado de imoral, mas é perfeitamente legal, também são alvos óbvios. O triângulo de favores pode ser legal em tese, mas o que o acompanhava era uma trilha de ilegalidades que faria qualquer juiz chorar.
Cataclisma rápido
Outro preocupado é o Planalto, já que mesmo o espirro de tsunami é devastador. Uma delação de Cunha tem poder de fogo para derrubar o governo de Michel Temer (PMDB). Junto com a delação premiada da Odebrecht, a de Sérgio Machado (a das gravações com o senador Romero Jucá), da Delta e a da OAS, o pacote tem o poder que nenhuma força armada do mundo tem. O deputado federal gaúcho Henrique Fontana (PT) reza para que o cataclisma aconteça muito rápido. "Se atravessar dezembro, é eleição indireta feita pelo Congresso, que é comprometido", disse.
Sessão cancelada
A sessão que ia votar o pedido de regime de urgência para o projeto de resolução que cria a Coordenação de Acessibilidade na estrutura administrativa da Diretoria-Geral foi cancelada por falta de quórum. Somente 234 votos foram registrados. Os que ficaram aproveitaram para falar de Cunha. O deputado federal gaúcho Mauro Pereira (PMDB) acusou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de ser mandante. "Quem é o pai de tudo isso que aconteceu com o nosso País, dessa crise, dessa falta de recursos, dessa roubalheira que aconteceu vai ter que pagar, e vai pagar sim. Já está pagando." Já o deputado Pepe Vargas (PT-RS) reclamou dos outros deputados. "Só vem para o plenário para tirar direito, quando é para dar direito vocês não dão quórum. À tarde só vêm para o plenário votar para tirar direito de trabalhador, quando é para dar direito para deficiente físico não vem votar. É uma vergonha."
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