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JC Logística

- Publicada em 07 de Outubro de 2016 às 18:05

Mulheres criticam a presença de homens no metrô feminino

Desde que começou a usar o metrô à tarde, há quatro meses, a locutora e violinista Cláudia Barcellos, de 51 anos, identificou um problema que as usuárias com mais tempo de transporte estão cansadas de enfrentar: os carros exclusivos para mulheres, que circulam nos dias úteis das 6h às 9h e das 17h às 20h, estão lotados de homens.
Desde que começou a usar o metrô à tarde, há quatro meses, a locutora e violinista Cláudia Barcellos, de 51 anos, identificou um problema que as usuárias com mais tempo de transporte estão cansadas de enfrentar: os carros exclusivos para mulheres, que circulam nos dias úteis das 6h às 9h e das 17h às 20h, estão lotados de homens.
Inconformada e sem enxergar uma fiscalização efetiva, Cláudia passou a filmar e a fotografar, todos os dias, os homens que infringem a Lei do Vagão Feminino - em vigor desde 2006 e válida também para trens - e a mandar as imagens para a concessionária Metrô Rio, em busca de uma solução.
Irritado por estar sendo filmado, um homem de cerca de 50 anos deu um tapa no braço de Cláudia, derrubando seu smartphone no chão. Ela pegou o aparelho e continuou a registrar as imagens. O agressor bateu de novo no braço da locutora, derrubando mais uma vez o celular.
Diante da violência, um grupo de mulheres saiu em defesa da vítima, gritando e batendo nas janelas do vagão para pedir ajuda. O homem tentou fugir na estação General Osório, em Ipanema, mas foi levado até a 14ª DP. Ele não teve o nome divulgado pela polícia, prestou depoimento e foi liberado.
"É uma lei só para inglês ver. Não há fiscalização e nem mesmo um esforço do metrô de informar aos homens que não podem entrar", contou Cláudia, que havia embarcado na estação da Carioca e seguia para casa, na zona Sul. "Cabe a nós, mulheres, zelar para que a lei seja cumprida. É isso que eu faço todos os dias. Já fui muito xingada e já levei até carteirada de um procurador dia destes, mas agredida foi a primeira vez."
Ela disse que havia pelo menos 10 homens no vagão na hora da agressão. Muitos estavam sentados. "Eu abordei um rapaz sentado na minha frente e pedi a ele que cedesse o lugar a uma mulher. Expliquei que eu costumo filmar e fotografar para avisar à concessionária. O senhor que estava ao meu lado me deu um tapa. Tive a impressão de que, mais um pouco, me bateria na cara."
Nas redes sociais, não faltam relatos, nem fotos, de casos de desrespeito. Só no Twitter, entre janeiro e setembro, foram 76 postagens de passageiras denunciando a presença de homens em vagões femininos no metrô.
De acordo com a Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes (Agetransp), em junho, foi constatada a "presença masculina" em 9,58% dos vagões. Nos trens da SuperVia, o índice chegou a 60,2%.
A concessionária Metrô Rio afirmou que cumpre a lei, oferecendo o vagão, sinalizado com a cor rosa. "Entretanto, a lei não confere poderes aos agentes de segurança para que eles retirem um homem do carro feminino", disse.
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