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JC Contabilidade

- Publicada em 20 de Outubro de 2016 às 19:07

Quais são os desafios da implementação dos requerimentos do IFRS 9?

Gilberto Souza é sócio da área de Mercado de Capitais da Deloitte

Gilberto Souza é sócio da área de Mercado de Capitais da Deloitte


Divulgação/Jc
Gilberto Souza
A partir de janeiro de 2018, as empresas financeiras e demais que adotam padrões contábeis internacionais precisarão se adequar à estrutura do IFRS 9 (International Financial Reporting Standards 9), que inclui novos requerimentos sobre a classificação e mensuração de ativos e passivos financeiros, entre eles a redução ao seu valor recuperável. Ele também complementa novos princípios de registro contábil de hedge, publicados em 2013. Sua adoção pode ser entendida como resposta à crise financeira mundial, ocorrida na década passada, em que perdas com imparidade de diversos ativos financeiros - mais particularmente, os derivativos e outros ativos "tóxicos" - foram identificadas e reconhecidas tardiamente pelas empresas financeiras no mundo.
A partir de janeiro de 2018, as empresas financeiras e demais que adotam padrões contábeis internacionais precisarão se adequar à estrutura do IFRS 9 (International Financial Reporting Standards 9), que inclui novos requerimentos sobre a classificação e mensuração de ativos e passivos financeiros, entre eles a redução ao seu valor recuperável. Ele também complementa novos princípios de registro contábil de hedge, publicados em 2013. Sua adoção pode ser entendida como resposta à crise financeira mundial, ocorrida na década passada, em que perdas com imparidade de diversos ativos financeiros - mais particularmente, os derivativos e outros ativos "tóxicos" - foram identificadas e reconhecidas tardiamente pelas empresas financeiras no mundo.
Ao mesmo tempo em que sua adoção favorece o entendimento das demonstrações financeiras por parte de investidores, órgãos reguladores internacionais e agentes do mercado, o IFRS 9 representa uma das maiores alterações no arcabouço das IFRS desde sua adoção, na década passada. Embora ainda não tenha sido publicado pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), estando em processo de publicação no Brasil como CPC 48 - Instrumentos Financeiros, o IFRS 9 propõe mudanças significativas em projeções de resultados, covenants, pagamento de dividendos e percepção de mercado das empresas. Tais alterações trarão impactos importantes nas empresas e instituições financeiras por conta do seu potencial efeito no volume e volatilidade de provisões para perdas, bem como o consequente impacto no índice de Basileia dessas entidades financeiras.
A principal alteração se dá pela adoção do modelo de perdas esperadas juntamente com o modelo de perdas de crédito incorridas, já coberta pela norma contábil anterior (IAS 39), para reconhecimento e mensuração das perdas por imparidade. Este modelo de perdas esperadas provoca efeitos importantes nas instituições financeiras, pois reduz a assimetria existente entre os registros contábeis e as normas de solvência no que se refere à alocação de capital para riscos de crédito.
A nova norma também impacta a atual estrutura de controles internos das empresas, principalmente das instituições financeiras. Áreas como a de tecnologia e de controles internos e governança corporativa são bastante afetadas. As unidades de finanças, controladoria e relações com investidores também estão nesta lista tanto por conta do aumento dos requerimentos de divulgação impostos pela adoção do IFRS 9, quanto pelo maior grau de transparência nos princípios, organização e informações. Também são esperados o aumento de controles internos para validação do modelo adotado e análise dos resultados produzidos, seus impactos no patrimônio líquido, lucro, gestão de dividendos e projeções de resultados.
Os maiores desafios esperados para as organizações, sobretudo àquelas que reportam seus resultados aos seus acionistas e ao mercado, residem no gerenciamento, divulgação e análises dos impactos calculados de acordo com o IFRS 9. São esperados, ao menos nos anos seguintes a sua implementação, em 2018, maiores níveis de provisão para perdas de crédito e, consequentemente, resultados mais voláteis. Também temos que considerar que estamos a menos de dois anos de sua adoção e, portanto, o projeto para implementação deve estar em curso dentro das empresas.
A implementação de um projeto desse nível exige o envolvimento de muitas áreas, tais como gerenciamento de riscos, compliance, controles internos e das auditorias interna e externa, além da diretoria, comitê de auditoria, conselho de administração e fiscal. Diante disso, comunicação e envolvimento do time com a devida senioridade ao projeto são fundamentais para o sucesso do projeto de implantação do novo requerimento.
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