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operação LAVA JATO

- Publicada em 27 de Setembro de 2016 às 16:18

Teori estica até novembro inquérito contra Renan

 Renan Calheiros nega enfaticamente recebimento de valores ilícitos

Renan Calheiros nega enfaticamente recebimento de valores ilícitos


MARCOS OLIVEIRA/AGÊNCIA SENADO/JC
O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), ampliou para até novembro o prazo para conclusão da investigação em um dos inquéritos contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), ampliou para até novembro o prazo para conclusão da investigação em um dos inquéritos contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Nestes autos, Renan é investigado por supostamente ter recebido propina para evitar a instalação de uma CPI da Petrobras. O STF autorizou a abertura do inquérito em março deste ano, após pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Renan Calheiros nega enfaticamente o recebimento de valores ilícitos. Desde que virou alvo da PGR, o peemedebista tem reiterado que está à disposição da Justiça para esclarecimentos.
O alargamento do prazo foi pedido pela Polícia Federal. "Defiro a prorrogação de prazo para conclusão das diligências restantes, solicitada pela autoridade policial e ratificada pelo procurador-geral da República, até 26 de novembro de 2016", determinou Zavascki.
Em delação premiada, Carlos Alexandre de Souza Rocha, um dos entregadores de dinheiro de Alberto Youssef, cita conversas em que o doleiro mencionou pagamentos ao presidente do Senado.
Rocha, conhecido como Ceará, disse que "várias vezes" ouviu Youssef falar no nome do peemedebista. Em uma delas, Youssef teria dito que repassaria R$ 2 milhões a Renan para evitar a instalação de uma CPI da Petrobras.
O entregador de dinheiro não soube precisar aos investigadores o ano em que a conversa teria ocorrido, nem se o pagamento foi feito.
De acordo com ele, a CPI não foi instalada naquela ocasião. "Mas Renan Calheiros não é da situação?", questionou Ceará a Youssef. O doleiro teria respondido, segundo o delator: "Ceará, tem que ter dinheiro pra resolver".
No depoimento à Procuradoria-Geral da República, o entregador de dinheiro de Youssef também menciona uma operação com entrega de R$ 1 milhão em Maceió (AL).
Depois de toda a operação, que envolvia retirada de dinheiro no Recife e entrega em Alagoas, Estado de Renan, o doleiro teria dito a Ceará que o dinheiro seria destinado ao senador peemedebista.
O dinheiro foi entregue em duas parcelas em um saguão de hotel, segundo o delator, a um homem que o emissário de Youssef não soube identificar.
Ao chegar em São Paulo, irritado com a pressão do doleiro para que a entrega fosse feita rapidamente, o delator perguntou a Youssef quem iria receber o R$ 1 milhão levado a Maceió.
A terceira menção a Renan feita pelo delator menciona uma operação de venda da empresa Marsans, adquirida por Youssef, a um fundo de pensão. De acordo com o entregador de dinheiro, o doleiro disse que "havia a participação de Renan Calheiros nessa operação". Ele não soube precisar aos investigadores, no entanto, detalhes sobre o caso e afirmou que em 2014 Youssef chegou a viajar a Brasília para conversar com o peemedebista a respeito, mas não conseguiu falar com o senador.

Alexandre Moraes se reuniu com chefe da PF três dias antes da operação

O ministro da Justiça, Alexandre Moraes (PSDB), se encontrou com o superintendente da Polícia Federal (PF) em São Paulo, Disney Rosseti, na sexta-feira passada, dois dias antes de, numa conversa informal com integrantes de movimentos sociais, em Ribeirão Preto (SP), dizer que nesta semana haveria mais uma fase da Lava Jato.
A reunião está registrada na agenda oficial do ministro e ocorreu entre as 14h e 15h na sede da PF, em São Paulo. A declaração provocou suspeitas de que o ministro tivesse sido informado com antecedência da Operação Omertà, que resultou na prisão do ex-ministro Antonio Palocci (PT) na segunda-feira.
A fala de Moraes provocou desconforto em Michel Temer (PMDB), que desde que assumiu a Presidência da República, se empenha em afastar as críticas de que seu governo tenta interferir na Lava Jato. Como não estava em Brasília, o ministro conversou ontem por telefone com o presidente, que o advertiu e aceitou as suas explicações. Por fim, decidiu não demiti-lo, mas a impressão que ficou entre os seus auxiliares é que esta foi sua última chance.