A segunda-feira (26) começa com prisões dentro da 35ª da Operação Lava Jato. O ex-ministro nos governos Lula e Dilma Rousseff Antonio Palocci foi preso temporiamente. A nova fase foi intitulada de Omertà. Palocci teria atuado em pedido de propina para a campanha de 2010 de Dilma.Na semana passada,
Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda de Lula e Dilma, foi preso, mas acabou sendo solto horas depois na quinta-feira passada (22).
Palocci teria pedido R$ 2 milhões da cota de propinas do PP para o pleito, em que a ex-presidente foi eleita. O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa apontou que o ex-ministro teria pedido o dinheiro ao doleiro Alberto Youssef. A PF trabalha com indícios pode ter sido intermediário entre grupo político ligado à empreiteira Odebrecht, em troca de vantagens econômicas para a empreiteira.
As negociações envolviam a Medida Provisória 460, de 2009, que tratava de crédito-prêmio do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), além do aumento da linha de crédito da Odebretch no Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para país um africano, além de interferência em licitação da Petrobras para a aquisição de 21 navios-sonda para exploração da camada pré-sal.
Na nova fase, são 45 mandados judiciais em execução em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo e no Distrito Federal. São 27 mandados de busca e apreensão, três de prisão temporária, e 15 de condução coercitiva.
A nova fase cumpre previsão do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, que sinalizou neste domingo (25), em Ribeirão Preto (SP), que uma nova etapa da Operação Lava Jato seria deflagrada nesta semana. "Teve a semana passada e esta semana vai ter mais, podem ficar tranquilos. Quando vocês virem esta semana, vão se lembrar de mim", disse o ministro, em evento de campanha de um deputado do PSDB. A afirmação foi duramente criticada por ex-integrantes do Governo Dilma.
Nome da operação é referência à origem de Palocci
Segundo a PF, o nome “Omertà” é uma referência à origem italiana do codinome que a construtora usava para fazer referência ao principal investigado da fase ("italiano"), bem como ao voto de silêncio que imperava no Grupo Odebrecht que, ao ser quebrado por integrantes do “setor de operações estruturadas” permitiu o aprofundamento das investigações. Além disso, remete a postura atual do comando da empresa que se mostra relutante em assumir e descrever os crimes praticados.
Com agências.